Protesto a
favor do impeachment da presidente Dilma reuniu cerca de 3 mil pessoas, segundo
organizadores, no Largo São Francisco
Ato de juristas pelo impeachment
no Largo do São Francisco, SP
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O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de São
Paulo (OAB-SP), Marcos da Costa, também se pronunciou durante o protesto e
disse que a grande maioria da classe é pelo impeachment da presidente Dilma
Rousseff.
Resistência. A advogada Maristela Basso afirmou que
se o impeachment não for aprovado na Câmara dos Deputados, o processo será via
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e "se mesmo assim o impeachment não
acontecer nós vamos sitiar Brasília até que cada petista seja tirado do
poder". Maristela explicou que o ato acontece do lado de fora da faculdade
– diferente do ato contra o impeachment – porque querem que "represente o
povo, represente toda a sociedade".
Autores do pedido de impeachment da presidente Dilma
Rousseff participaram nesta segunda-feira de um ato na Faculdade de Direito do
Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. A
advogada Janaína Pascoal, o promotor aposentado Hélio Bicudo e o ex-ministro da
Justiça Miguel Reale Júnior defenderam a saída da petista do cargo e acusaram o
atual governo de comprar votos no Congresso Nacional.
O ato a favor do impeachment reuniu cerca de 3 mil
pessoas, segundo os organizadores. "Os deputados precisam escolher entre o
bolso e a honra", afirmou Reale Jr., que discursou do parlatório do Largo
São Francisco. Em tom engajado, o jurista disse também que é difícil ver
"que o impeachment depende de 20 deputados sendo cooptados pelo PT".
Ele ainda chamou o PT de “quadrilha” e puxou o coro de fora Dilma bradado pelos
manifestantes.
Em seu discurso, Bicudo disse que “nunca viu tantos
desmandos no Brasil”. Para o jurista, inclusive, "nenhum deputado ou
senador tem o direito de ir contra o desejo popular, não tem o direito de
manter Dilma e o PT no poder".
Aos gritos de "acabou a 'República da
cobra'" – referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –,
Janaína Pascoal fez um discurso que inflamou a plateia presente ao ato.
"Não existe isso de alto ou baixo clero. O que existem são deputados. E as
cobras que usurparam o poder estão usando das fraquezas humanas dos deputados
para se segurarem no poder", disse. Ainda segundo ela, é hora de discutir
a quem o Brasil quer servir. “Queremos servir à uma cobra ou ao dinheiro?
Nenhuma dessas alternativas. O Brasil não é a ‘República da Cobra’”, afirmou.
No dia 4 de março, quando foi levado a depor
coercitivamente pela Polícia Federal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
afirmou, em discurso, que "se quiseram matar a jararaca, não bateram na
cabeça, bateram no rabo". Além de falar que a jararaca estava viva, como
sempre esteve, Lula ainda afirmou que se sentia ultrajado por ter sido obrigado
a depor na 23.ª fase Operação da Lava Jato.
Sérgio Moro. O professor de direito Marco de Lucca
fez um discurso em apoio ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela operação
Lava Jato na 1.ª instância. Ele disse já ter chegado "até a escrever
poemas para Lula", mas, agora, conforme afirmou durante o protesto,
pretende ver o ex-presidente preso.
O tom dos discursos continuou forte, com a mestre de
cerimônias puxando coros do tipo "Lula cachaceiro, devolve o meu
dinheiro". Em seu discurso, por exemplo, o advogado Modesto Carvalhosa
comparou os petistas a Joseph Goebbels. "Eles querem passar uma ideia de
que todos são ladrões. Não somos não! Os petistas é que são ladrões e
quadrilheiros", afirmou o advogado durante o ato de ontem em São Paulo
Goebbels ocupou o influente cargo de ministro da propaganda do governo alemão
durante os anos em que o país foi comandado por Adolf Hitler.
Por Gilberto Amêndola
- O Estado de São Paulo
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