Radio Evangélica

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Para Cunha, resultado na Comissão do Impeachment 'não tem nenhuma surpresa até agora'

Presidente da Câmara disse que passou o dia 'formatando' os procedimentos da votação em plenário, que serão repassados para líderes partidários durante reunião marcada para esta quarta-feira

BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), avaliou que o resultado da votação do parecer pró-impeachment na Comissão Especial nesta segunda-feira, 11, não representa "nenhuma surpresa" para ele.
Cunha também confirmou que o documento começará a ser discutido no plenário da Casa na próxima sexta-feira, 15. A ideia é que as discussões durem até sábado, 16, para que a sessão de domingo, 17, já comece diretamente com a votação de fato.
"Resultado não tem que achar nada, resultado é resultado. Pelo que vocês falavam na imprensa era (esperado)", afirmou. "Não tem nenhuma surpresa até agora", emendou após insistência dos jornalistas sobre a opinião dele.
O parecer favorável ao impedimento da presidente Dilma Rousseff foi aprovado por volta das 20h30 desta segunda-feira por 38 votos a 27. Não houve nenhuma abstenção. Dez partidos votaram a favor do parecer de Jovair e 10, contra. Outros quatro siglas liberaram o voto da bancada.
Procedimentos. O presidente da Câmara explicou que o parecer será lido na sessão plenária desta terça-feira, a partir das 14 horas, o que deve tomar toda a sessão. A partir de então, o documento será publicado no Diário Oficial da Câmara na quarta-feira e votação começará na sexta-feira.
Cunha explicou que, no início da discussão, abrirá espaço para que os juristas que elaboraram o pedido de impeachment (Hélio Bicudo, Miguel Reale e Janaína Paschoal) e a defesa de Dilma falem no plenário. Só depois começará a fala dos parlamentares.
O peemedebista disse que passou todo o dia de hoje "formatando" os procedimentos da votação, que serão repassados para líderes partidários durante reunião marcada para esta quarta-feira. "Vamos cumprir rigorosamente a lei", disse.
Ele afirmou que dará até um hora para que até cinco representantes de cada partido falem - diferente do que ocorreu no processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo, quando houve acordo para reduzir o número de falas.
Ausentes. Cunha confirmou que a ausência dos deputados será ressaltada por ele em plenário e que os ausentes serão chamados uma segunda vez. "Cada um arcará com o ônus político de estar ausente", afirmou, prevendo, contudo, que "quase a totalidade" dos deputados comparecerão.
O peemedebista voltou a dizer que fará a chamada dos deputados por Estado de acordo com o regimento. Nos bastidores, fala-se que o peemedebista chamará primeiros os Estados que votam a favor do impeachment, para tentar influenciar a decisão dos outros que tendem a votar contra.
Cunha ainda rebateu a tese de governistas de que ele deveria seguir o modelo adotado na votação do impeachment de Collor. Segundo ele, naquela época, não havia previsão regimental de chamada, que só foi estabelecida dois meses após a votação.
"Essa historia de criar confusão sobre a ordem de chamada é porque talvez esteja com dificuldade de voto, ai consequentemente quer disfarçar para criar uma celuma qualquer. Então, vai ser aquilo que regimento prevê interpretado forma correta", disse.


Por Igor Gadelha para o Estado de S. Paulo

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