Presidente da Câmara disse que passou o dia 'formatando' os
procedimentos da votação em plenário, que serão repassados para líderes
partidários durante reunião marcada para esta quarta-feira
BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), avaliou que o resultado da votação do parecer pró-impeachment
na Comissão Especial nesta segunda-feira, 11, não representa "nenhuma
surpresa" para ele.
Cunha também confirmou que o documento começará a ser
discutido no plenário da Casa na próxima sexta-feira, 15. A ideia é que as
discussões durem até sábado, 16, para que a sessão de domingo, 17, já comece
diretamente com a votação de fato.
"Resultado não tem que achar nada, resultado é
resultado. Pelo que vocês falavam na imprensa era (esperado)",
afirmou. "Não tem nenhuma surpresa até agora", emendou após
insistência dos jornalistas sobre a opinião dele.
O parecer favorável ao impedimento da presidente Dilma
Rousseff foi aprovado por volta das 20h30 desta segunda-feira por 38 votos a
27. Não houve nenhuma abstenção. Dez partidos votaram a favor do parecer de
Jovair e 10, contra. Outros quatro siglas liberaram o voto da bancada.
Procedimentos. O
presidente da Câmara explicou que o parecer será lido na sessão plenária desta
terça-feira, a partir das 14 horas, o que deve tomar toda a sessão. A partir de
então, o documento será publicado no Diário Oficial da Câmara na quarta-feira e
votação começará na sexta-feira.
Cunha explicou que, no início da discussão, abrirá espaço
para que os juristas que elaboraram o pedido de impeachment (Hélio Bicudo,
Miguel Reale e Janaína Paschoal) e a defesa de Dilma falem no plenário. Só
depois começará a fala dos parlamentares.
O peemedebista disse que passou todo o dia de hoje
"formatando" os procedimentos da votação, que serão repassados para
líderes partidários durante reunião marcada para esta quarta-feira. "Vamos
cumprir rigorosamente a lei", disse.
Ele afirmou que dará até um hora para que até cinco
representantes de cada partido falem - diferente do que ocorreu no processo de
impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo, quando houve acordo para
reduzir o número de falas.
Ausentes. Cunha
confirmou que a ausência dos deputados será ressaltada por ele em plenário e
que os ausentes serão chamados uma segunda vez. "Cada um arcará com o ônus
político de estar ausente", afirmou, prevendo, contudo, que "quase a
totalidade" dos deputados comparecerão.
O peemedebista voltou a dizer que fará a chamada dos
deputados por Estado de acordo com o regimento. Nos bastidores, fala-se que o
peemedebista chamará primeiros os Estados que votam a favor do impeachment,
para tentar influenciar a decisão dos outros que tendem a votar contra.
Cunha ainda rebateu a tese de governistas de que ele
deveria seguir o modelo adotado na votação do impeachment de Collor. Segundo
ele, naquela época, não havia previsão regimental de chamada, que só foi
estabelecida dois meses após a votação.
"Essa historia de criar confusão sobre a ordem de
chamada é porque talvez esteja com dificuldade de voto, ai consequentemente
quer disfarçar para criar uma celuma qualquer. Então, vai ser aquilo que
regimento prevê interpretado forma correta", disse.
Por Igor Gadelha para o Estado de S. Paulo
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