O ano de 2015 teve uma redução de 1,3% no número médio de
famílias com dívidas, divulgou hoje (22) a Confederação Nacional de Comércio de
Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo a CNC, no entanto, o número de famílias
com dívidas e contas em atraso (inadimplentes) aumentou 8,4% em relação a 2014,
chegando a 20,9%.
Pela primeira vez, desde 2010, ocorre aumento no número
de famílias com contas atrasadas. No ano passado, 19,4% das famílias estavam
nessa situação.
Os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e
Inadimplência do Consumidor (Peic) e apontam aumento da inadimplência. O número
de famílias que reconheceram não ter perspectiva de pagar suas contas atrasadas
subiu 23,2% e chegou a 7,7% do total. Em números absolutos, havia mais de 1,1
milhão de famílias nessa situação em 2015, contra 899 mil em 2014.
A redução do número de famílias com dívidas, para a CNC,
está ligada a fatores desfavoráveis ao consumo, como aumento da inflação e
desaquecimento do mercado de trabalho.
A pesquisa também aponta que a renda das famílias
brasileiras está mais comprometida com o pagamento de dívidas. O percentual
médio da renda usada para este fim subiu de 30,4% para 30,6% – a maior taxa da
série iniciada em 2010.
Crédito
Segundo a pesquisa, o encarecimento do crédito causado
pelo aumento das taxas de juros contribuiu para um maior comprometimento da
renda, que teve queda em valores reais no ano passado.
Um percentual de 12,4% das famílias se consideravam muito
endividado em 2015, contra 11,6% em 2014. A parcela que acredita estar pouco
endividada caiu de 26,6% para 26,2%.
As famílias com renda de até dez salários mínimos estão
mais endividadas (62,4%) e também apresentam percentuais maiores quando
perguntadas se têm contas em atraso (23,4%) e se estão sem condições de
pagá-las (9%).
Para as famílias que ganham mais de dez salários mínimos,
o endividamento está em 54,8%, 20,1% têm dívidas atrasadas e 2,8% declaram que
não vão ter condições de quitá-las.
Fonte: Agência Brasil
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