Militar da reserva, de 60 anos,
entrará em um partido que é independente, ao contrário do PP que é da base
Bolsonaro troca PP por PSC e deve disputar presidência em 2018 Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados / CP |
Deputado federal mais votado no Rio de Janeiro e terceiro
colocado no País, com 464,5 mil votos, Jair Bolsonaro (PP) é um dos
parlamentares que mais, de forma estridente, faz oposição ao governo da
presidente Dilma Rousseff e ao PT.
Com o mesmo entusiasmo, marcado por ironias e comparações exageradas, ataca o
casamento gay, o Estatuto do Desarmamento, a Comissão Nacional da Verdade, o
Movimento dos Sem Terra (MST) e publicações sobre educação sexual e diversidade
destinadas a crianças e adolescentes. Militar da reserva, de 60 anos, está a
caminho do PSC, com a perspectiva de disputar a Presidência em 2018. O PP,
partido atual, é da base de Dilma, mas tem vários parlamentares de oposição. O
PSC já foi governista e tornou-se independente.
"Não vou disputar a prefeitura (em 2016) porque tenho medo de ganhar. Não
sei como estão as finanças do Rio, imagina se eu, eleito prefeito, tiver que
negociar com a Dilma presidente. Não dá", disse o deputado.
Na metralhadora verbal de Bolsonaro, sobram tiros também para o PSDB, maior
partido de oposição. "O Estatuto do Desarmamento começou com Fernando
Henrique Cardoso e eles também ajudaram na Comissão da Verdade. Nesses
assuntos, o PSDB é genérico do PT. Eles são a favor, eu sou contra",
declarou.
O deputado diz que votou para presidente nos tucanos Aécio Neves, José Serra e
Geraldo Alckmin, a quem critica pela aproximação com o MST. "É terrível.
Ao reconhecer o valor do MST, Alckmin condenou o agronegócio. Se dependesse de
mim, cada proprietário de terra teria um fuzil, porque a propriedade é um
direito sagrado."
O estilo beligerante fica mais ameno quando o tema é o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), investigado na Operação Lava Jato por suspeita de
envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás e no Conselho de Ética da
Câmara, por ter omitido ser beneficiário de contas bancárias na Suíça. Cunha se
diz inocente de todas as acusações. O STF apreciará pedido do procurador geral
da República, Rodrigo Janot, para que ele seja afastado do cargo.
"Cunha está em situação embaraçosa. Estou sendo elegante, o que não é do
meu estilo", reconhece Bolsonaro, eleitor do peemedebista para presidente
da Câmara. "Se tem corrupto é porque tem corruptor. Não pode só crucificar
o Cunha. Se for para sair, primeiro as damas. Sai a Dilma Rousseff e depois o
Cunha", disse. Procurado pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o
Palácio do Planalto não quis comentar as declarações de Bolsonaro.
Fonte: Correio do Povo
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