A Organização dos Estados Americanos (OEA) acionou a
chamada Carta Democrática Interamericana contra a Venezuela. Essa é a
primeira vez na história que o instrumento é solicitado, o que implica a
abertura de um processo que pode levar à suspensão do país daquele organismo
regional.
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, anunciou hoje
(31) o pedido de convocação de um conselho permanente dos Estados-membros,
entre 10 e 20 de junho, para discutir a “alteração da ordem constitucional”
naquele país e “como a mesma afeta gravemente a ordem democrática”.
“Na Venezuela, perdeu-se a finalidade da política.
Esqueceu-se de defender o bem maior e coletivo a longo prazo sobre o bem
individual a curto prazo”, aponta Almagro, em documento de 132 páginas
publicado na página da OEA na internet. “O político imoral é aquele que perde
essa visão porque o único que interessa é manter-se no poder, à custa da
vontade da maioria”, completa.
Ao final da sessão extraordinária, embaixadores dos 34
países que integram a organização deliberam se o comportamento da Venezuela
desrespeita os princípios democráticos de sua Constituição. Para embasar o
caráter emergencial do seu pedido, Almagro recorreu ao Artigo 20 da Carta
Democrática Interamericana que estabelece que “o secretário-geral poderá solicitar
a convocação imediata do conselho para apreciar coletivamente uma situação e
adotar as decisões convenientes”.
De acordo com a Agência de Notícias Venezuelana, o
presidente Nicolás Maduro considerou a medida da OEA como “intervencionista” e
chamou o povo venezuelano à rebelião nacional em defesa da pátria. “Eles
acreditam que a pátria de Bolívar se intimida por suas ameaças”, disse Maduro.
“Na Venezuela ninguém vai aplicar qualquer Carta, chamada como queiram
chamá-la”.
Por Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil
Edição: Jorge Wamburg
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