As doações ocultas, vindas dos partidos, tiveram o costumeiro
destaque nas arrecadações dos candidatos das capitais brasileiras nas eleições
de 2012. O total de dinheiro recolhido oriundo de comitês financeiros e
diretórios partidários chegou a R$ 157 milhões. No primeiro turno, elas foram
responsáveis por 75% do dinheiro repassado aos candidatos.
Quem mais recebeu doações
desse tipo foi Fernando Haddad, do PT, vencedor da disputa eleitoral em São
Paulo. O ex-ministro da Educação recebeu mais de R$38 milhões diretamente de
seu partido.
O segundo colocado, seguindo Haddad de longe, é o prefeito reeleito
do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB). Quase 90% dos recursos declarados pelo
prefeito origem oculta. Cerca de R$ 18,7 milhões, dos R$ 21,2 milhões
arrecadados, vieram dos cofres do PMDB.
O prefeito reeleito de
Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), declarou ter arrecadado R$ 21,5 milhões.
Desse total, R$ 15,3 milhões tiveram origem oculta.
Também juntaram quantias
importantes de forma oculta os novos prefeitos de Salvador, ACM Neto (DEM), que
juntou R$ 19 milhões, e Roberto Cláudio, vencedor em Fortaleza, que teve
recebeu R$ 12 milhões do partido.
As doações ocultas não são
ilegais. Empresas e financiadores que preferem não ter seu nome vinculado a
determinado partido ou candidato adotam a prática e fazem doações diretamente
para a legenda, que a repassa para seus candidatos.
Com esse expediente, não é
possível conhecer a origem do dinheiro que financia os candidatos. Nos
balancetes que os partidos apresentam à Justiça Eleitoral, vem discriminado
apenas quem foram os doadores e o quanto de recursos doaram.
Mas a distribuição da
verba pelas candidaturas é feita de forma independente pelos partidos, que
repassam de seu caixa para as campanhas.
Confira montante de doações
ocultas recebidas pelos eleitos:
Fernando Haddad (PT), São
Paulo - R$ 38.181.736,16
ACM Neto (DEM), Salvador -
R$ 19.588.500,00
Eduardo Paes (PMDB), Rio
de Janeiro - R$ 18.792,463,10
Márcio Lacerda (PSB), Belo
Horizonte - R$ 15.386.270,37
Roberto Cláudio (PSB),
Fortaleza R$ 12.601.800,00
Arthur Virgílio (PSDB)
Manaus - R$ 7.276.000,00
José Fortunati (PDT),
Porto Alegre - R$ 6.093.108,75
Paulo Garcia (PT), Goiânia
R$ 3.852.500,00
Gustavo Fruet (PDT),
Curitiba - R$ 3.840.361,00
João Alves (DEM), Aracaju
- R$ 3.737.280,50
Geraldo Júlio (PSD),
Recife - R$ 3.608.000,00
Rui Palmeira (PSDB), Maceió
R$ 3.173.066,00
Cezar Sousa Júnior (PSD),
Florianópolis - R$ 3.146.293,77
Mauro Mendes (PSB), Cuiabá
R$ 2.531.000,00
Firmino Filho (PSDB),
Teresina - R$ 2.435.800,00
Carlos Eduardo (PDT),
Natal - R$ 2.418.519,50
Zenaldo Coutinho (PSDB),
Belém R$ 2.011.792,41
Teresa Surita (PMDB), Boa
Vista, R$ 1.960.000,00
Alcides Bernal (PP), Campo
Grande - R$ 1.669.986,50
Luciano Rezende (PPS),
Vitória - R$ 1.573.192,52
Luciano Cartaxo, João
Pessoa - R$ 1.332.000,00
Edivaldo Holanda Junior
(PTC), São Luís - R$ 1.118.168,80
Mauro Nazif, Porto Velho,
R$ 878.577,50
Carlos Amastha (PP),
Palmas - R$ 408.950,54
Clécio Vieira (PSOL),
Macapá - R$ 64.000
Marcus Alexandre (PT), Rio
Branco - R$ 20.000
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