Previsão para crescimento da economia caiu para 4,93% em 2021
A previsão do mercado
financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
considerada a inflação oficial do país, subiu de 9,17% para 9,33% neste ano. É
a 31ª elevação consecutiva da projeção. A estimativa está no Boletim Focus de nesta
segunda-feira (8), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC)
com a expectativa das instituições para os principais indicadores econômicos.
Para 2022, a estimativa de
inflação ficou em 4,63%. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,27% e 3,10%,
respectivamente.
Em setembro, puxada pelo
aumento de preços de energia elétrica e combustíveis, a inflação subiu 1,16%, a maior para o mês desde 1994,
de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com
isso, o indicador acumula altas de 6,9% no ano e de 10,25% nos últimos 12
meses.
Os dados de
outubro serão divulgados esta semana pelo instituto, mas o IPCA-15, que é
a prévia da inflação oficial, ficou em 1,20% no mês passado.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 8,30% e, em 12 meses, de 10,34%.
A previsão para 2021 está
acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida
pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de
tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite
inferior é 2,25% e o superior de 5,25%. Para 2022 e 2023 as metas são 3,5% e
3,25%, respectivamente, com o mesmo intervalo de tolerância.
Taxa de juros
Para alcançar a meta de
inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 7,75% ao
ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para a próxima reunião do
órgão, o Copom já sinalizou que pretende elevar a Selic em mais 1,5 ponto
percentual.
As projeções do BC para a inflação também estão
ligeiramente acima da meta para 2022 e ao redor da meta para 2023. Isso reforça
a decisão da autarquia de manter a política mais contracionista, com elevação
dos juros.
Para o mercado financeiro, a
expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 9,25% ao ano, mesma projeção da
semana passada. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica suba
para 11% ao ano. E para 2023 e 2024, a previsão é de Selic em 7,5% ao ano e 7%
ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa
básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa
reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam
a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a recuperação
da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir
os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e
despesas administrativas.
Quando o Copom reduz a Selic,
a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao
consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
As instituições financeiras
consultadas pelo BC reduziram a projeção para o crescimento da economia
brasileira este ano de 4,94% para 4,93%. Para 2022, a expectativa para Produto
Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é
de crescimento de 1%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do
PIB em 2% e 2,05%, respectivamente.
A expectativa para a cotação
do dólar se manteve em R$ 5,50 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão
é de que a moeda americana fique nesse mesmo patamar.
Fonte: Agência Brasil – Tânia Rêgo/Agência
Brasil
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