O Produto Interno Bruto foi estimado em R$ 6,338 trilhões
A atividade econômica no país
recuou 0,1% no terceiro trimestre, em relação ao período anterior, mas em
setembro teve alta de 0,3%, se comparado a agosto. Frente ao terceiro trimestre
do ano passado, a economia brasileira cresceu 4,1%, e 2,4% em setembro, comparado
ao mesmo mês em 2020. Em termos monetários, no acumulado do ano até setembro, o
Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país)
foi estimado, em valores correntes, em R$ 6,338 trilhões.
Os dados são do Monitor do
Produto Interno Bruto, elaborado pela Fundação Getulio Vargas (Monitor do
PIB-FGV), divulgado nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de
Economia da Fundação (Ibre/FGV).
Na publicação, a FGV destacou
a revisão para baixo de 1,4% para 1,2% na taxa de crescimento do PIB de 2019
feita pelo IBGE. Pelos cálculos do monitor, na próxima divulgação das Contas
Nacionais Trimestrais (CNT) o IBGE vai fazer a revisão da taxa de crescimento
do PIB em 2020 da queda de 4,1% para 4,2%.
Para o coordenador do Monitor
do PIB-FGV, Cláudio Considera, a economia brasileira reverteu a trajetória de
recuperação que havia sido observada no terceiro e quarto trimestre de 2020 e
no primeiro trimestre deste ano, comparativamente aos trimestres imediatamente
anteriores.
“No segundo e terceiro
trimestres deste ano ocorreram duas taxas negativas de 0,1% em comparação aos
trimestres imediatamente anteriores. Por sua vez, a taxa acumulada em 12 meses,
até setembro, foi de apenas 3,7%. A exceção da extrativa mineral e a
administração pública, todas as demais taxas acumuladas em 12 meses, foram
positivas”, explicou.
Nesta comparação, o economista
destacou a taxa do setor de serviços, que havia sofrido quedas mensais
contínuas e elevadas desde abril do ano passado até maio deste ano. Agora,
registra taxas acumuladas em 12 meses positivas e crescentes desde junho, com a
taxa até setembro sendo de 3%.
“No setor de serviços tem
relevância a atividade de outros serviços, que representa cerca de 15% do PIB,
que chegou a ter taxa mensal negativa de 22,7% e que apresentou taxas positivas
elevadas a partir de abril deste ano”, disse, acrescentando que o desempenho se
deve à maior abrangência da vacinação.
“Possibilitou a maior
interação entre as pessoas com idas a hotéis, bares, restaurantes, viagens etc.
Isso é compatível com o consumo de serviços por parte das famílias que neste
trimestre cresceu 8,9%, enquanto o de bens, à exceção de semiduráveis
(vestuário e calçados), reduziu-se”, disse.
Por causa da influência da
pandemia da covid-19 nos fatores sazonais de 2020, que podem não estar
realmente relacionados à sazonalidade, a edição do Monitor do PIB-FGV relativo
a setembro incluiu um exercício adicional com relação a série com ajuste
sazonal.
Conforme a FGV, esses impactos
estão sendo analisados por alguns institutos de estatística internacionais e,
por isso, além do ajuste sazonal habitual, que compreende o período de janeiro
de 2000 a setembro de 2021, adicionalmente foi feito "o ajuste sazonal
para 2020 e 2021, considerando os fatores sazonais referentes a 2019 e o fator
calendário corrente”.
O Monitor do PIB informa que
se forem utilizados os fatores sazonais da série do PIB do período de 2000 até
2019, os resultados apontam para a taxa de variação no terceiro trimestre de
2021 de 2,2%, superior à queda de 0,1%, caso seja considerado todo período de
2000 até setembro de 2021.
“A taxa de variação de
setembro de 2021 seria de 1,2% superior à de 0,3% observada considerando todo o
período de 2000 até setembro de 2021. Esses resultados sugerem que as taxas
ajustadas sazonalmente devem ser analisadas com cautela pois a pandemia pode
ter influenciado os fatores sazonais por razões econômicas e estatísticas”,
alertou.
Famílias
O consumo das famílias subiu
4,4% no terceiro trimestre em relação a igual período do ano passado. O
crescimento de serviços (8,9%) influenciou o resultado. Mas, o componente de
produtos duráveis teve a primeira queda em doze meses (1,7%). Já na série com
ajuste sazonal, o consumo das famílias cresceu 0,7% em comparação ao trimestre
anterior.
Investimentos
A FBCF, que representa os
investimentos, avançou 11,8% entre julho e setembro de 2021, se comparado ao
mesmo período do ano passado. Todos os componentes continuaram com a trajetória
de crescimento, embora o de máquinas e equipamentos tenha reduzido o
crescimento, cujo pico foi registrado em maio deste ano. “Na série ajustada
sazonalmente a formação bruta de capital fixo apresentou retração (4,9%) no 3º
trimestre em comparação ao 2º trimestre”, aponta o relatório.
Exportação
A exportação teve alta de 0,8%
no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento
elevado do setor de serviços (32,5%) foi destaque, mas em movimento contrário
houve queda relevante dos produtos agropecuários (15,6%) e da extrativa mineral
(7,2%). Na série dessazonalizada a exportação registrou recuo de 13% entre
julho e setembro em comparação ao trimestre anterior.
Importação
A importação também anotou
evolução. O crescimento no terceiro trimestre ficou em 28,5%, na comparação com
o mesmo período do ano passado. Todos os componentes da importação registraram
crescimento, com destaque para bens intermediários (32,4%) e extrativa mineral
(71,4%).
Fonte: Agência Brasil –
Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário