Análise é do Indicador de Clima Econômico da América Latina
O Indicador de Clima Econômico da América Latina (ICE),
divulgado nesta terça-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), mostra que o resultado do quarto trimestre
interrompeu a recuperação que vinha sendo observada desde o segundo trimestre
de 2020. O índice, que havia passado para a zona de clima econômico favorável,
com 101,4 pontos na sondagem do terceiro trimestre, recuou 20,8 pontos no
quarto trimestre.
“O clima econômico da América Latina piorou e passou para a
zona de avaliação desfavorável liderado pela piora das expectativas que se
aproximaram da zona limite entre avaliações favoráveis e desfavoráveis”,
informou o Ibre/FGV.
O ICE é medido pela média geométrica entre o Indicador da
Situação Atual (ISA) e o Indicador de Expectativas (IE). O ISA registrou uma
pequena queda de 1,1 ponto, ao passar de 59,1 pontos para 58 pontos e continua
na zona desfavorável. Mas o que influenciou a queda desse trimestre foi o
resultado do IE que despencou 45,5 pontos, ao passar de 150,6 pontos no
terceiro trimestre para 105,1 pontos no quarto trimestre.
Pandemia
Segundo o Ibre/FGV, essa é a segunda maior queda entre duas
sondagens consecutivas desde o início da série histórica, em janeiro de 1989.
Antes, a maior queda no valor de 58,8 pontos foi entre o primeiro e o segundo
trimestre de 2020 associada às expectativas pessimistas e incertezas trazidas
pela pandemia da covid-19.
De acordo com a análise, nesse último trimestre do ano de
2021, a questão da pandemia, embora ainda causadora de incertezas e com
resultados distintos em termos de imunização entre os países da região, não
pode ser destacada como a principal razão para a reversão das expectativas.
Para a América Latina, falta de confiança na política do
governo, seguido de instabilidade política e corrupção, são os três principais
problemas da região. Observou-se o elevado percentual de 67,4% da falta de
confiança na política do governo. “No Brasil, falta de confiança na política
econômica e instabilidade política receberam o mesmo percentual de 66,7%,
seguido de infraestrutura inadequada e aumento da desigualdade de renda”,
informou o Ibre/FGV.
Os resultados da sondagem mostram um quadro que remete às
expectativas desfavoráveis em quase todos os países. “Não confiar na política
econômica do governo e a instabilidade política como principais problemas são
fatores que dificultam a perspectiva de um cenário favorável para o crescimento
econômico”, concluiu o levantamento.
Fonte: Agência Brasil – Imagem: Marcello Casal Jr./Agência
Brasil
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