Com queda mensal de 0,9%, o indicador registrou 73,4 pontos
Após quatro meses consecutivos de alta e estabilidade em
outubro, o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado pela
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apresentou
retração em novembro.
Com queda mensal de 0,9%, o indicador registrou 73,4
pontos, permanecendo abaixo do nível de satisfação, de 100 pontos. Apesar
disso, o nível é o maior da série desde março de 2021 (73,8 pontos) e melhor do
que o registrado em novembro de 2020 (69,8). Na comparação anual, o indicador
apresentou elevação de 5,1%, mantendo a tendência positiva dos meses
anteriores.
Entre os itens avaliados pela pesquisa, Emprego Atual se
destacou como a única taxa positiva mensal, com crescimento de 0,2% e de 6,2%,
na comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo a CNC, acompanhando essa
recuperação, o patamar atingido pelo item (92,2 pontos) o manteve como o maior
indicador do levantamento em novembro, sendo também o maior nível desde maio de
2020 (101,7 pontos).
Mesmo com a melhora da percepção do mercado de trabalho, as
famílias mostraram atenção no que se refere ao consumo. O item Acesso ao
Crédito obteve a segunda queda consecutiva, de 2,3%, apresentando a maior taxa
negativa do mês.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avaliou que esse
recuo foi influenciado pela trajetória de alta dos juros, iniciada pelo Banco
Central para conter o aumento dos preços. “Os números demonstram que as
incertezas econômicas e políticas estão sendo incorporadas pelos consumidores”,
disse, em nota.
Além da redução do poder de compra, o encarecimento do
crédito também afetou o item Perspectiva de Consumo, que manteve o resultado
negativo do mês anterior, registrando queda de 1,5%. A economista responsável
pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, explicou que isso ocorre porque o
crédito é um artifício utilizado pelos consumidores para aumentar suas rendas e
tentar manter o padrão de consumo.
“A incerteza quanto ao tempo necessário para abrandar o
processo inflacionário e o nível que os juros devem alcançar para conseguir o
objetivo já estão influenciando no momento de consumir e gerando maior
cautela”, afirmou a economista.
Destaques das regiões brasileiras
Na edição de novembro, o estudo apresentou destaques por
região do país. Segundo os recortes, o Norte apresentou queda na variação anual
na maioria dos indicadores, sendo o de Momento para Compra de Duráveis (+13,9%)
a única exceção. O item, por outro lado, foi o único a registrar queda na
região Sudeste (-16,7%).
Na comparação com 2020, as outras regiões também tiveram
retração em apenas um dos itens avaliados. Sul e Centro-Oeste encolheram 6,3% e
6,9%, respectivamente, em Acesso ao Crédito. Já no Nordeste, Perspectiva
Profissional teve o resultado mais negativo, com queda de 3%.
Fonte: Agência Brasil -Imagem: Reuters/Ricardo Moraes/Direitos
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