Sertanejo improvisa tipoia para manter de pé a última vaca do rebanho dizimado pela seca
A cena dramática foi registrada pelo padre Djacy Brasileiro, pároco da
cidade de Pedra Branca
Em 22/11/12 às 16h59,
atualizado em 22/11/12 às 17h15 | Por Hermes de Luna, Hyldo Pereira e Wanja
Nóbrega
Mais de 40% do rebanho bovino da Paraíba já foi dizimado pela
prolongada estiagem. Desesperados com a morte dos animais, pequenos produtores
da zona rural improvisam de tudo para salvar as últimas reses. É o caso de seu
Jorge dos Santos, 52 anos, que tem um pequeno roçado no município de Itaporanga
(na região do Vale do Piancó, a 420 quilômetros de João Pessoa). Sua
última vaca leiteira, sem força para se sustentar de pé, é amparada por uma
tipoia feita com redes velhas amarradas em quatro traves.
A cena dramática foi registrada pelo padre Djacy Brasileiro, pároco da cidade de Pedra Branca, na mesma região, que vem denunciando a falta de assistências dos governos aos agricultores e produtores que perderam tudo o que investiram por conta da seca.
A cena dramática foi registrada pelo padre Djacy Brasileiro, pároco da cidade de Pedra Branca, na mesma região, que vem denunciando a falta de assistências dos governos aos agricultores e produtores que perderam tudo o que investiram por conta da seca.
Seu Jorge tinha 11 animais em
seu rebanho. A maioria morreu de sede e fome. Hipertenso, há uma semana ele foi
encontrado desacordado no meio do terreiro, próximo de uma vaca que também
morreu tentando parir. “A vaca, uma das últimas que eu tinha, morreu depois de tentar
parir e não ter forças. Não agüentei de tanta tristeza, passei mal e desmaiei.
Sofro de pressão alta e caí ao ver meu animal morrer de fome, sede e sem ter
sua cria”, narra.
Ele teve que se desfazer de
outros animais, vendendo-os a preço abaixo do mercado local, para fugir de um
prejuízo maior. A única vaca que sobrou está magra e mal consegue parar de pé.
Pele e osso sustentados por cordas de agave, para tomar água e comer das mãos
do seu dono.
A
tentativa desesperada de seu Jorge para manter vivo seu último animal é
comovente. Ele diz que vai fazer tudo que puder para que a vaca sobreviva até
fevereiro do próximo ano, quando a Agência Executiva de Gestão das Águas do
Estado da Paraíba (Aesa) prevê que chova na região. Para seu Jorge, esse último
animal é um símbolo da perseverança e da resistência do povo sertanejo.
Itaporanga
é um dos 195 municípios sob estado de emergência decretado pelo Governo do
Estado. O principal manancial que abastece o município, o açude Cachoeira dos
Alves, com capacidade para acumular 10,6 milhões de metros cúbicos de água,
está com menos de 33% do seu total.
O município tem uma população estimada em 17.632 habitantes, sendo que na zona rural moram 5.563 pessoas. Seu Jorge está entre os moradores da zona rural, no sítio Riachão.
O município tem uma população estimada em 17.632 habitantes, sendo que na zona rural moram 5.563 pessoas. Seu Jorge está entre os moradores da zona rural, no sítio Riachão.
Créditos: Foto: Padre
Djacy Brasileiro
Fonte: http://portalcorreio.uol.com.br/noticias/cidades/agua-e-esgoto/2012/11/22/NWS,216979,4,69,NOTICIAS,2190-SERTANEJO-IMPROVISA-TIPOIA-MANTER-ULTIMA-VACA-REBANHO-DIZIMADO-PELA-SECA.aspx
Fonte: http://portalcorreio.uol.com.br/noticias/cidades/agua-e-esgoto/2012/11/22/NWS,216979,4,69,NOTICIAS,2190-SERTANEJO-IMPROVISA-TIPOIA-MANTER-ULTIMA-VACA-REBANHO-DIZIMADO-PELA-SECA.aspx
Comentário:
Esse é o País da copa.
Nos grandes centros
urbanos vemos os estádios da copa sendo construídos. Por sinal também estão em
atraso.
Mas essa copa como sempre
falo é uma tremenda de uma maquiagem para o mundo ver um Brasil que não existe.
Temos essa ferramenta
maravilhosa que é a Internet e através da mesma podemos mostrar para o mundo
que nosso País não precisa de copa. As obras do São Francisco onde não está
parada está em ritmo desacelerado. E o povo com sede. Interessante que na
reportagem o proprietário do animal afirma que vai tentar manter seu animal até
Fevereiro. Que segundo um instituto de pesquisa tem chuvas previstas para esse
mês.
Mas caso não chover, o que
vai acontecer com esse animal?
Sou nordestino (paraibano),
mas não sou do sertão, moro na região metropolitana da capital. Não sou vitima
da seca, mas vejo meus irmãos sertanejos sofrendo com a seca quero ajudar mas
fico de mãos atadas. Quando ouvi no projeto da transposição do São Francisco
fiquei feliz por saber que meu estado seria beneficiado, mas vejo pouco
interesse dos políticos.
Políticos esses que foram
colocados lá com o voto do desse povo que está sofrendo, foram eleitos para defenderem
os interesses do povo, mas muitos (não todos) defendem seus próprios interesses.
Quero pedi a você nordestino
ou não que se sensibilizou com essa reportagem a compartilhar essa mensagem e
pedi aceleração nas obras do São Francisco.
Joabson João
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