BERNARDO MELLO FRANCO
ENVIADO ESPECIAL A LISBOA
ENVIADO ESPECIAL A LISBOA
Integrantes
da comitiva brasileira em Portugal desdenharam neste domingo a queda de oito
pontos percentuais na popularidade da presidente Dilma Rousseff.
Marco
Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais,
disse que o resultado "não é relevante". "Para dar opinião mais
qualificada, precisaria examinar a pesquisa. Não acho que seja relevante",
afirmou.
O
ministro da Educação, Aloizio Mercadante, chamou a queda de "oscilação
normal" e sugeriu que Dilma continua favorita à corrida presidencial de
2014, quando tentará a reeleição.
"A
pesquisa mostra uma oscilação normal. Mantém a presidente no melhor patamar de
apoio popular e de intenções de voto quando a gente compara com qualquer outro
presidente em dois anos e meio de governo", disse.
De
acordo com o Datafolha, a aprovação de Dilma caiu de 65% para 57% em dois meses
e meio. Sua intenção de votos foi reduzida em sete pontos, de 58% para 51%.
Mercadante
atribuiu a queda da popularidade presidencial à inflação dos alimentos, que
chamou de "episódio totalmente superado". Também citou os problemas
na distribuição do Bolsa Família e a seca no Nordeste.
TOMATE
Sem
citar responsáveis, o ministro da Educação reclamou do que chamou de
"campanha" contra o governo ligada ao aumento do preço do tomate.
"Nós tivemos até uma campanha, infelizmente", disse. "O vilão da
inflação, que foi o tomate, já está na mesa de todo mundo."
Três
dias depois de a agência de classificação de crédito Standard & Poor's
apontar viés negativo na economia brasileira, Mercadante negou problemas e
disse que o país tem "excelentes perspectivas".
"Todos
os indicadores econômicos apontam para um quadro de melhoria. Temos segurança
em relação a isso", disse.
"Vamos
ter um segundo semestre muito forte e vamos terminar o ano com uma taxa de
crescimento bastante significativa na comparação com o cenário de crise
internacional."
O
ministro disse acreditar que as novas concessões na área de infraestrutura e as
licitações para a exploração do campo de Libra do pré-sal vão turbinar a
economia no segundo semestre.
AGENDA
LIVRE
Dilma
chegou a Lisboa por volta das 7h deste domingo (3h em Brasília) e passará um
dia e meio na cidade sem qualquer compromisso oficial. Sua primeira atividade
de trabalho está marcada para o fim da tarde de segunda-feira.
Dilma
se reunirá com o presidente Aníbal Cavaco Silva e o primeiro-ministro
português, Pedro Passos Coelho. O foco das conversas deve ser a privatização de
estatais portuguesas como a TAP.
Além
de Mercadante, integram a comitiva brasileira os ministros Fernando Pimentel
(Desenvolvimento), Antonio Patriota (Relações Exteriores) e Helena Chagas
(Comunicação Social).
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