O chefe do Estado Maior Conjunto (JCS, na sigla em
inglês) e general dos Fuzileiros (Marines), Joseph Dunford, chegou onde nenhum
presidente do JCS jamais foi! Sem surpresa, foi preciso que um general Marine
enfrentasse o presidente Barack Obama, na esteira de mais uma de suas duvidosas
decisões de segurança nacional.
A mesma equipe insensata de negociação Obama /Kerry que
nos trouxe um acordo com o Irã, minando a nossa segurança nacional,
recentemente tentou nos trazer um acordo com a Rússia tão questionável como
aquele. Este obrigava a participação do Pentágono em um acordo de
compartilhamento de inteligência com o Comando Central da Rússia na Síria -
constituído mediante um cessar-fogo abrindo o caminho para as negociações de
paz em Genebra, Suíça.
Mas, ao contrário do acordo nuclear do Irã, onde o chefe
do JCS não fez nada, o atual, general Dunford, expressou publicamente a sua
objeção.
Testemunhando perante o Comitê de Serviços Armados do
Senado em 22 de setembro, Dunford deixou claro que os militares se recusam a
executar o que foi o elemento central da nova política Síria de Obama, ou seja,
a partilha de informações com a Rússia, apesar da ordem do presidente de que isso
fosse feito.
Chamando-o de uma má idéia, Dunford disse: "O papel
militar dos EUA não incluirá o intercâmbio de informação com os russos."
Sentado ao lado de Dunford durante o depoimento estava seu chefe civil, o
secretário de Defesa Ash Carter, que não levantou qualquer objeção.
A implicação de seu testemunho era óbvia – o acordo do
presidente com a Rússia estava minando a segurança nacional dos EUA. Dunford,
tendo se libertado do redemoinho de Obama, não estava disposto a aceitar isso.
Durante seus oito anos no cargo, Obama demonstrou uma
incrível capacidade de pôr em perigo os interesses de segurança nacional dos
EUA sem nunca ter sido desafiado pelos responsáveis em executá-la.
O Congresso abandonou completamente a sua
responsabilidade a este respeito, mais notavelmente permitindo que Obama
driblasse o Senado para colocar um acordo nuclear com o Irã em vigor. O acordo
– sendo juridicamente um tratado e carecendo de aprovação de dois terços
do Senado – foi apresentado como um não-tratado, ou seja, uma ordem executiva,
pois Obama sabia que não poderia conseguir essa aprovação.
O acordo com o Irã, depois de tanto o candidato
presidencial Obama como o presidente Obama ter prometido mais de duas dezenas de vezes não fazê-lo, abriu
o caminho para Teerã obter armas nucleares – legalmente em dez anos; antes, se
feito de forma ilegal.
Sem o conhecimento do Congresso foi o fato de o acordo
também incluir acordo laterais – um dos quais permitia que Teerã realizasse os seus próprios controles sem sequer o
principal negociador secretário de Estado, John Kerry saber os detalhes. Também
resultou no levantamento das sanções contra o Irã e a transferência de bilhões
de dólares, com algumas transferências em dinheiro que foram escondidas do
Congresso.
Os votos do Senado daqueles que conhecendo os detalhes do
acordo nuclear com o Irã, ou, apesar da obrigação de conhecê-los, deixaram de
aprendê-los, em última instância possibilitaram que Obama subvertesse a
Constituição dos Estados Unidos e aprovasse um tratado com menos do que a
maioria obrigatória de dois terços.
O acordo, que Obama promoveu como abertura de uma porta
para melhorar as relações entre os EUA e o Irã, resultou naquela porta sendo
fechada na nossa cara. Uma vez que o Senado aprovou o acordo, o número de
confrontos navais com o Irã dobrou, com Teerã agora chegando a ameaçar abater
nossos aviões espiões que operam no espaço aéreo internacional.
Mas não foi só o Senado que falhou com o povo americano
em assegurar que aos nossos interesses de segurança nacional fosse dada
prioridade liquidando o acordo nuclear com o Irã.
Nossos Pais Fundadores impuseram limitações sobre nossos
militares dentro da Constituição para garantir que eles sempre se mantivessem
subordinados à autoridade civil. Por mais de dois séculos, a Constituição tem
trabalhado de forma eficaz para garantir isso.
Assim, no ano passado, quando o JCS revisou os termos de
um acordo nuclear do Irã negociado pela autoridade civil, e após o presidente
do JCS, General de Exército Martin Dempsey, ganhar pleno conhecimento de seus
termos e acordos laterais secretos, cabia a ele, Dempsey, agir de acordo com os
interesses de segurança nacional do nosso país, conforme permitido dentro das
diretrizes da Constituição.
De nenhuma maneira um líder militar responsável poderia
ter endossado este acordo, sabendo que os acordos secretos laterais abriam o
caminho para um Irã com armas nucleares. Dempsey tinha a obrigação de advertir
Obama sobre isso. E, caso Obama ignorasse seu conselho, Dempsey deveria ser
forçado pela ética a pedir sua demissão. Isso teria transmitido a mensagem de
que o Senado também deveria rejeitar o acordo. Dempsey deixou de fazê-lo,
permitindo que o Senado aprovasse um tratado injusto.
Tornou-se claro que, quando Obama consegue colocar Kerry
e outros no governo, bem como no serviço militar, para apoiar as suas
iniciativas questionáveis de segurança nacional, ele exerce uma habilidade
fascinante para atrair outros à sua rede de pensamento perigoso para a
segurança nacional.
Claramente, Obama criou um vórtice em Washington girando
em sentido contrário aos interesses de segurança nacional dos EUA. Este
redemoinho provou ser capaz de sugar para dentro dele aqueles no governo
responsáveis por garantir que ações questionáveis de segurança nacional do
presidente não passassem em branco.
Mas a esperança pode agora estar no horizonte devido à
posição de princípio de Dunford.
É inconcebível pensar que nosso presidente procurou
compartilhar inteligência com a Rússia por duas razões.
Em primeiro lugar, como um aliado do Irã, Moscou,
obviamente, compartilharia o que soubesse com Teerã, comprometendo os futuros
esforços de cobrança dos EUA.
Em segundo lugar, Dunford, durante suas audiências de
confirmação de julho de 2015, havia alertado o Congresso que a Rússia
representava "uma ameaça existencial para os Estados Unidos (...) se você
olhar para o seu comportamento, é no mínimo alarmante."
Quatorze meses depois, a avaliação da Dunford não tinha
mudado, testemunhando "uma combinação de seu comportamento, bem como da
sua capacidade militar, me fariam acreditar que eles representam o maior
desafio, potencialmente, a ameaça mais significativa, para os nossos interesses
nacionais."
Felizmente para nós, mas infelizmente para os sírios, o
cessar-fogo falhou depois de 300 violações negando, pelo menos em curto prazo,
o esquema de partilha de inteligência de Obama com a Rússia e, assim, nos poupando
de qualquer outro comprometimento de nossa segurança nacional.
É desconfortável saber que Obama ainda tem quatro meses
restantes de mandato. É reconfortante saber, no entanto, que o general Dunford,
tendo sucesso em se libertar do vórtice de Obama, estará lá para desafiar
qualquer outra decisão presidencial duvidosa tentando minar nossa segurança
nacional.
James G. Zumwalt é tenente-coronel USMC (Reformado).
Divulgação: Papéis Avulsos - http://heitordepaola.com
Tradução: William Uchoa
Vimos em: http://www.midiasemmascara.org/
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