Eu estava devendo este post há tempos, mas, enfim, é o
momento. Como desmascarador de fraudes intelectuais, escrevê-lo é
agradável e divertido. Digamos que refutar embusteiros é praticamente um
esporte.
Eis minha promessa: demonstrar que a principal fraude intelectual criada por
Leandro Karnal para tentar inocentar o PT de seu projeto totalitário de
poder baseado na corrupção também seria capaz de inocentar Hitler pelo
Holocausto e o Maníaco do Parque por seus assassinatos e estupros.
(Na verdade, seria uma "inocentação" psicológica sobre incautos, pois tudo
é apenas um truque hipnótico)
Hora de desconstruirmos a fraude.
Antes, veja a implementação do truque de Leandro Karnal no vídeo abaixo:
Agora é só decodificar o esquema, que possui cinco passos bem claros e que
podem ser reproduzidos a todo momento para inocentar qualquer grande barbárie
da humanidade. Isso, é claro, até um desmascarador de fraudes te
interromper.
Veja o passo-a-passo:
Identificar o alvo da atrocidade ética (a ser inocentado)
Aplicar o espantalho e fingir que o item anterior se relaciona a falhas
morais banais e comuns
Diluir a responsabilidade, com exemplos dessas falhas morais banais e
comuns
Dizer que os praticantes dessas falhas morais banais e comuns são responsáveis
pelas atrocidades daquele praticante das monstruosidades (e que está sendo
inocentado com o truque)
Fazer o público ouvinte se sentir culpado pelas maiores atrocidades do
mundo
Agora vamos aplicar o padrão de Karnal para quem quiser inocentar o PT de
seu projeto totalitário de poder, bem como inocentar Hitler do genocídio e
também o Maníaco do Parque de todos os seus estupros e assassinatos.
Observe que o truque, como já disse, só vai funcionar para quem não
percebeu a estrutura do ardil. O objetivo deste texto não é que você
propague o truque, mas que o refute, sendo capaz de explicar a armação.
No primeiro passo, o argumentador psicopata vai identificar o alvo da crítica
oponente. Como já mencionei anteriormente, pode ser o imperdoável projeto
totalitário de poder do PT (no qual a corrupção foi apenas um meio), o
genocídio de Hitler e os estupros e assassinatos cometidos pelo Maníaco do
Parque.
No segundo passo, existe uma parte essencial do truque, com a aplicação do
espantalho. Em suma, o objeto da crítica (a imoralidade gravíssima) é escondido
para ser comparado a algo que possui apenas alguma relação com este
objeto. Veja como o modelo se aplica:
O projeto totalitário de poder é escondido, para ser tratado apenas como
"casos de corrupção"
O genocídio de Hitler igualmente é escondido, para ser tratado apenas como
"agressões entre pessoas"
Os assassinatos e estupros do Maníaco do Parque são escondidos, para serem
tratados como "atos de falta de respeito entre pessoas do sexo oposto
Após este passo, começa o item três do truque: encontrar responsáveis – em
grande quantidade – pelas práticas imorais de menor grau, para fingir que
eles são exemplos das práticas imorais de altíssimo quilate. Quer dizer:
nós não encontramos facilmente pessoas que empreendem projetos totalitários
de poder com base na corrupção, mas encontramos aqueles que pagaram
propina para o fiscal da banquinha de jornal. Igualmente não encontramos
praticantes de genocídio, mas encontramos muitos que já deram pontapé em
jogo de futebol ou xingaram alguém no trânsito. Pelo mesmo padrão, não
encontramos muitas pessoas que praticam assassinatos ou estupros em série,
mas encontramos mais facilmente aqueles que
fizeram uma piada grosseira para o(a) parceiro(a).
No passo quatro, portanto, é preciso responsabilizar os praticantes das falhas
morais menores pelos atos (raros, felizmente) dos praticantes das grandes
atrocidades morais da humanidade. Observe os verbal assault patterns:
"A corrupção não começa com o PT. Começa com aquele que passa com o carro
pelo acostamento."
"A agressão entre pessoas não começa com Hitler. Começa com aquele que
xinga alguém no trânsito."
"A grosseria entre pessoa do sexo oposto não começa com o Maníaco do
Parque. Começa com aquela esposa que faz piada sobre o costume do marido
tomar cerveja".
O toque final vem com o passo cinco: fazer com que sua audiência se sinta
"culpada" por – caso tenha praticado um dos atos menores – pelas maiores
atrocidades da humanidade. Note que o truque funciona quando o público,
hipnotizado, não percebe a transição feita no passo 1, onde o projeto
totalitário de poder é tratado como "corrupções do cotidiano", ou
o genocídio é tratado por "agressões entre pessoas" e os assassinatos/estupros
em série por "grosserias entre pessoas do sexo oposto. É este truque
– envolvendo estratagemas erísticos bem
arquitetados – que permite que alguém saia da sessão de doutrinação achando
que "a corrupção do PT começou com o sujeito que passou com o carro
no acostamento".
A partir do momento em que alguém foi seduzido pelo truque de Karnal, não
há mais capacidade de estabelecer um debate racional com esta pessoa, a
não ser que ela seja desperta do embuste. Em muitos casos, ela não fará
isso, pois parte de seu público também é composta de pessoas desonestas da
extrema-esquerda. Mas Karnal tem conseguido empreender seus truques até
mesmo em pessoas que não pertencem à extrema-esquerda.
Nesse caso, as pessoas se encontram em colapso cognitivo. Algumas até dizem
que "estão praticando pensamento crítico", embora, como vimos nesta
desconstrução (com decodificação), o truque só é digno de enganar incautos.
Seja lá como for, agora você possui instrumentos para não cair em um dos principais
estratagemas de Leandro Karnal, que demonstra uma monstruosidade moral
capaz de apavorar até alguns psicopatas e um nível de prática sofística
que deixaria Epicuro, Marx e Goebbels humilhados.
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