João Barone, conhecido baterista dos Paralamas do Sucesso, revela-se um historiador apaixonado e meticuloso em "1942: O Brasil e Sua Guerra Quase Desconhecida".
O livro é uma imersão profunda e cativante na participação do Brasil no maior conflito da história — um período muitas vezes negligenciado ou envolto em mitos na memória nacional.Barone não apenas narra os eventos, mas os contextualiza com
riqueza de detalhes: desde a complexa política varguista até o dia a dia dos
pracinhas nos campos de batalha italianos.
Leia também: LZ
127 Graf Zeppelin: O Gigante que Conquistou os Céus — outro marco da
engenharia e da história mundial que cruzou os céus brasileiros.
Os Primeiros Ventos da Guerra e a Política do Pêndulo
Inicialmente neutro, o Brasil sob Getúlio Vargas praticava
uma “política pendular”, equilibrando-se entre as potências do Eixo e os
Aliados para extrair o máximo de benefícios econômicos e militares.
Barone explora essa ambiguidade, destacando o “namoro com o
nazismo” e os receios americanos da influência germânica no Brasil. Contudo, a
entrada do país na guerra foi precipitada por uma série brutal de
torpedeamentos de navios mercantes brasileiros por submarinos alemães e
italianos em 1942.
O terror causado por esses ataques — como o afundamento do Itagiba
e do Arará — ceifou centenas de vidas. A pressão popular diante das
imagens chocantes de corpos chegando às praias forçou Vargas a se posicionar.
Em 22 de agosto de 1942, o Brasil declarou guerra ao Eixo.
“A participação dos brasileiros na maior e mais cruel guerra
já vivida pela humanidade foi uma página marcante em nossa história. Mas é
surpreendente constatar que, depois de sete décadas, permaneça cercada de tabus
e versões errôneas, sofrendo um esquecimento incompreensível, inaceitável.”
— João Barone, capítulo “A Segunda Guerra Hoje”
O Nascimento da Força Expedicionária Brasileira (FEB)
A formação da FEB é um dos pontos altos do livro, retratada
com todas as suas dificuldades e improvisações. Barone narra o desafio de
“arregimentar (e capacitar) homens” para uma guerra moderna, partindo de um
exército defasado em armamentos e doutrinas.
A célebre frase “É mais fácil uma cobra fumar do que o
Brasil mandar soldados para a guerra” tornou-se um símbolo do ceticismo da
época — mas a cobra fumou.
O Brasil enviou mais de 25 mil homens para lutar na Itália.
Barone destaca a adaptação dos pracinhas — muitos deles
jovens humildes, sem experiência militar — às duras condições do front, do frio
rigoroso dos Apeninos às armadilhas deixadas pelos alemães.
O “jeitinho brasileiro” também se manifestou, como no uso criativo de latas
de goiabada para treinar a detecção de minas terrestres.
A FEB era, apesar de tudo, um espelho da sociedade
brasileira, com suas “fileiras quase democráticas”. O autor menciona a surpresa
dos americanos ao verem a integração racial nas tropas brasileiras,
contrastando com a segregação ainda vigente nos exércitos Aliados.
No Coração do Conflito: As Ações da FEB na Itália
A narrativa ganha intensidade ao descrever as batalhas da
FEB no teatro italiano — especialmente as de Monte Castello e Montese.
Barone humaniza a guerra ao relatar histórias como as do sargento Medrado,
que sobreviveu a múltiplos ferimentos, e do sargento Max Wolff Filho,
herói que tombou em combate.
A rendição de uma divisão alemã inteira em Fornovo di
Taro, cercada pelos “caboclos” brasileiros, é apresentada como um feito
inédito e surpreendente.
Barone também destaca a atuação da Força Aérea Brasileira
(FAB), com o lendário 1º Grupo de Aviação de Caça — “Senta a Pua!”.
Histórias como a do tenente Danilo Marques Moura, abatido e depois
retornando heroicamente à base, demonstram a tenacidade dos aviadores.
Veja também: Luís
Joaquim dos Santos Marrocos: O Guardião da Memória Real e Cronista da Corte
Portuguesa no Brasil.
Para conhecer o legado do “Senta a Pua!”, visite o Museu da Força Aérea Brasileira e
explore os registros da aviação de caça na Segunda Guerra.
Os Bastidores e as Consequências da Guerra
O autor vai além dos combates: analisa os bastidores da
política externa, a influência dos EUA com a “política da boa vizinhança”,
e o “front interno” — incluindo o drama dos “soldados da borracha” na
Amazônia.
Barone também aborda a xenofobia e a perseguição a
imigrantes alemães, italianos e japoneses, e destaca figuras como o embaixador Souza
Dantas, o “Schindler brasileiro”, que salvou judeus do Holocausto.
O pós-guerra surge com uma melancólica reflexão sobre o “triunfo
ao silêncio”.
Os ex-combatentes, antes celebrados, foram rapidamente esquecidos pelo governo.
O autor lembra a proibição do uso de uniformes e medalhas — símbolo de um país
que tentava silenciar seus heróis.
Uma Contribuição Essencial à História Brasileira
"1942: O Brasil e Sua Guerra Quase
Desconhecida" é mais que um relato histórico: é uma reflexão sobre identidade,
memória e reconhecimento nacional.
Com linguagem acessível e envolvente, João Barone mistura o
rigor da pesquisa com a vivacidade das histórias pessoais, construindo uma
narrativa rica e emocionante.
Ele recorre a fontes variadas — documentos oficiais, relatos
de veteranos e crônicas de correspondentes como Rubem Braga e Joel
Silveira — para preencher lacunas e corrigir injustiças da memória
histórica.
Conclusão: Um Livro Para Refletir e Valorizar Nossa
História
Para Joabson João, contador autônomo e estudante de
Negócios Imobiliários com interesse em marketing digital e programação, esta
obra oferece mais do que história:
é uma lição sobre resiliência, estratégia e valorização da própria
trajetória.
Mesmo em tempos de guerra, o “jeitinho brasileiro” e a
capacidade de adaptação podem operar milagres.
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