Radio Evangélica

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Tabela do Imposto de Renda segue congelada em 2025

Sem reforma, quem ganha acima de dois salários mínimos pagará IR neste ano

Joédson Alves/Agência Brasil
A promessa de atualização da tabela do Imposto de Renda (IR), feita pelo governo em 2024, não será cumprida neste início de ano. Sem a aprovação da reforma do IR, que só deverá ser enviada ao Congresso após a votação do Orçamento de 2025, as faixas progressivas permanecem congeladas. Na prática, isso significa que trabalhadores que recebem acima de R$ 2.824, o equivalente a pouco menos de dois salários mínimos, continuarão pagando o tributo.

Em novembro, o governo anunciou a intenção de elevar a faixa de isenção para R$ 5 mil, medida que faria parte da segunda fase da reforma tributária. No entanto, a proposta ficou para 2025 após "inconsistências" nos cálculos da Receita Federal, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O texto da reforma poderá ser enviado ao Congresso em fevereiro ou março, caso o orçamento seja aprovado a tempo.

A faixa de isenção foi atualizada pela última vez em fevereiro de 2024, de R$ 2.640 para R$ 2.824. Contudo, as demais faixas de tributação permanecem inalteradas desde 2015, o que penaliza contribuintes com rendimentos mais baixos, já que o salário mínimo aumentou significativamente ao longo do período.

O governo também propôs uma alíquota de 10% para rendimentos mensais acima de R$ 50 mil, o que ajudaria a compensar o impacto fiscal da ampliação da faixa de isenção. Contudo, a viabilidade da medida ainda depende de cálculos mais precisos e da aprovação do Congresso.

Enquanto a reforma não avança, as regras atuais permanecem. Embora o limite oficial da isenção esteja fixado em R$ 2.259,20, a Receita Federal aplica um desconto simplificado de R$ 564,80, garantindo a isenção para quem recebe até R$ 2.824. Essa opção, no entanto, pode não ser vantajosa para contribuintes que tenham direito a outras deduções, como dependentes, pensão alimentícia, e despesas com saúde e educação.

A estagnação da tabela progressiva gera questionamentos sobre o impacto para trabalhadores e a classe média, pressionando o governo a buscar alternativas que conciliem justiça tributária com equilíbrio fiscal.

Confira a tabela progressiva mensal do IRPF, já com o desconto aplicado ao salário

Base de Cálculo (R$)

Alíquota (%)

Parcela para Deduzir (R$)

Até 2.259,20

0%

0

De 2.259,21 até 2.826,65

7,5%

169,44

De 2.826,66 até 3.751,05

15%

381,44

De 3.751,06 até 4.664,68

22,5%

662,77

Acima de 4.664,68

27,5%

896

 

Fonte: Agência Brasil

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