Sem reforma, quem ganha acima de dois salários mínimos pagará IR neste ano
Joédson Alves/Agência Brasil |
Em novembro, o governo anunciou a
intenção de elevar a faixa de isenção para R$ 5 mil, medida que faria parte da
segunda fase da reforma tributária. No entanto, a proposta ficou para 2025 após
"inconsistências" nos cálculos da Receita Federal, segundo o ministro
da Fazenda, Fernando Haddad. O texto da reforma poderá ser enviado ao Congresso
em fevereiro ou março, caso o orçamento seja aprovado a tempo.
A faixa de isenção foi atualizada
pela última vez em fevereiro de 2024, de R$ 2.640 para R$ 2.824. Contudo, as
demais faixas de tributação permanecem inalteradas desde 2015, o que penaliza
contribuintes com rendimentos mais baixos, já que o salário mínimo aumentou
significativamente ao longo do período.
O governo também propôs uma
alíquota de 10% para rendimentos mensais acima de R$ 50 mil, o que ajudaria a
compensar o impacto fiscal da ampliação da faixa de isenção. Contudo, a
viabilidade da medida ainda depende de cálculos mais precisos e da aprovação do
Congresso.
Enquanto a reforma não avança, as
regras atuais permanecem. Embora o limite oficial da isenção esteja fixado em
R$ 2.259,20, a Receita Federal aplica um desconto simplificado de R$ 564,80,
garantindo a isenção para quem recebe até R$ 2.824. Essa opção, no entanto,
pode não ser vantajosa para contribuintes que tenham direito a outras deduções,
como dependentes, pensão alimentícia, e despesas com saúde e educação.
A estagnação da tabela
progressiva gera questionamentos sobre o impacto para trabalhadores e a classe
média, pressionando o governo a buscar alternativas que conciliem justiça
tributária com equilíbrio fiscal.
Confira a tabela progressiva
mensal do IRPF, já com o desconto aplicado ao salário
Base de Cálculo (R$) |
Alíquota (%) |
Parcela para Deduzir (R$) |
Até 2.259,20 |
0% |
0 |
De 2.259,21 até 2.826,65 |
7,5% |
169,44 |
De 2.826,66 até 3.751,05 |
15% |
381,44 |
De 3.751,06 até 4.664,68 |
22,5% |
662,77 |
Acima de 4.664,68 |
27,5% |
896 |
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário