Economia pressiona popularidade do Presidente
Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Esse é o primeiro levantamento em
que a desaprovação supera a aprovação desde que Lula reassumiu o cargo em 2023,
refletindo o pessimismo crescente em relação à economia brasileira. Apesar de
dois anos de crescimento robusto e do desemprego no menor nível histórico, os
brasileiros enfrentam juros elevados e inflação persistente, enquanto
investidores demonstram preocupação com o aumento da dívida pública e o déficit
fiscal.
Mais da metade dos entrevistados
classificou a situação econômica do país como "ruim", enquanto apenas
cerca de um terço a considerou "boa". Medidas econômicas recentes,
como o plano de corte de gastos anunciado em novembro, não foram suficientes
para reverter o sentimento negativo. A proposta de isentar do imposto de renda
os trabalhadores de baixa renda recebeu amplo apoio popular, mas, para 58% dos
entrevistados, a iniciativa não alterou sua percepção do governo.
A resposta do mercado também foi
desfavorável: a liquidação de ativos locais derrubou o real a uma baixa
histórica frente ao dólar, pressionando a inflação e levando o Banco Central a
retomar o aumento das taxas de juros.
Na tentativa de conter a crise,
Lula iniciou 2025 promovendo mudanças em sua equipe. O ministro da Comunicação
foi substituído por um assessor veterano de campanhas, e a equipe econômica já
trabalha em um segundo pacote de cortes de gastos para restaurar a confiança de
investidores.
A pesquisa da AtlasIntel foi
realizada entre 26 e 31 de dezembro, com 2.873 entrevistados e margem de erro
de dois pontos percentuais. Esses resultados colocam o governo Lula em alerta,
evidenciando os desafios de equilibrar demandas populares e expectativas do
mercado em um cenário econômico turbulento.
Fonte: Bloomberg
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