Radio Evangélica

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Desaprovação de Lula atinge novo recorde

Economia pressiona popularidade do Presidente

Marcelo Camargo/Agência Brasil
A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu, em dezembro, o maior patamar de seu atual mandato. Segundo dados da pesquisa LatAm Pulse, realizada pela AtlasIntel para a Bloomberg News, 49,8% dos entrevistados disseram desaprovar o presidente, um aumento em relação aos 47,3% registrados no mês anterior. Por outro lado, a aprovação permaneceu estatisticamente estável, em 48%.

Esse é o primeiro levantamento em que a desaprovação supera a aprovação desde que Lula reassumiu o cargo em 2023, refletindo o pessimismo crescente em relação à economia brasileira. Apesar de dois anos de crescimento robusto e do desemprego no menor nível histórico, os brasileiros enfrentam juros elevados e inflação persistente, enquanto investidores demonstram preocupação com o aumento da dívida pública e o déficit fiscal.

Mais da metade dos entrevistados classificou a situação econômica do país como "ruim", enquanto apenas cerca de um terço a considerou "boa". Medidas econômicas recentes, como o plano de corte de gastos anunciado em novembro, não foram suficientes para reverter o sentimento negativo. A proposta de isentar do imposto de renda os trabalhadores de baixa renda recebeu amplo apoio popular, mas, para 58% dos entrevistados, a iniciativa não alterou sua percepção do governo.

A resposta do mercado também foi desfavorável: a liquidação de ativos locais derrubou o real a uma baixa histórica frente ao dólar, pressionando a inflação e levando o Banco Central a retomar o aumento das taxas de juros.

Na tentativa de conter a crise, Lula iniciou 2025 promovendo mudanças em sua equipe. O ministro da Comunicação foi substituído por um assessor veterano de campanhas, e a equipe econômica já trabalha em um segundo pacote de cortes de gastos para restaurar a confiança de investidores.

A pesquisa da AtlasIntel foi realizada entre 26 e 31 de dezembro, com 2.873 entrevistados e margem de erro de dois pontos percentuais. Esses resultados colocam o governo Lula em alerta, evidenciando os desafios de equilibrar demandas populares e expectativas do mercado em um cenário econômico turbulento.



Fonte: Bloomberg

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