Estimativa foi divulgada hoje pelo Banco Central
O mercado financeiro aumentou ligeiramente a projeção da inflação para este ano. A edição do Boletim
Focus desta segunda-feira (13) projeta um índice, medida pelo Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 5%, ante os 4,99% da semana passada.
Há quatro semanas a projeção era 4,6% para 2025.Marcello Casal Jr./Agência Brasil
A pesquisa Focus é realizada por
economistas do mercado financeiro e divulgada semanalmente pelo Banco Central
(BC). Para 2026, o boletim também projeta um ligeiro aumento na inflação para
4,05, ante os 4,03 da semana anterior.
No ano passado, o IPCA, que leva
em conta a variação do custo de vida de famílias com rendimento de até 40
salários mínimos, fechou em 4,83%, acima do teto da meta prevista para 4,5%.
Desde 1999, quando o Brasil
passou a adotar o regime de metas de inflação, o IPCA, considerado a inflação
oficial do país, ultrapassou oito vezes o limite máximo da meta. A
último registro foi no ano passado, segundo dados divulgados na última
sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para 2027, a projeção do mercado
financeiro é inflação de 3,9% e para 2028, de 3,56%.
Em relação ao Produto Interno
Bruto (PIB) - a soma dos bens e serviços produzidos no país – o boletim manteve
a projeção de crescimento para 2025 da semana passada. Segundo o mercado
financeiro, o PIB no próximo ano deve ficar em 2,02%. Para 2026, a projeção é
crescimento de 1,8%. Já para 2027 e 2028, a projeção de expansão do PIB é
2%, para os dois anos.
Taxa de juros
Em relação à taxa básica de
juros, a Selic, o Boletim Focus manteve a projeção da semana passada de 15%,
para 2025. Há quatro semanas a projeção era de 14%. Para 2026, a estimativa do
mercado financeiro é que a Selic fique em 12%. Para 2026 e 2027, as projeções
são de que a taxa fique em 10,25% e 10%, respectivamente.
Para alcançar a meta de inflação,
o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic,
definida em 12,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
No final do ano passado, o
colegiado aumentou a Selic em 1 ponto percentual (p.p), com a justificativa de
que a reação do mercado financeiro ao pacote fiscal do governo federal tornou o
cenário inflacionário mais adverso, demandando uma política "ainda mais
contracionista”.
As reações negativas do mercado
financeiro ao pacote de corte de gastos, anunciados pelo governo em novembro do
ano passado, fez com que o dólar saltasse, ultrapassando o patamar dos R$
6 pela primeira vez na história.
Ainda de acordo com o Copom, o
cenário mais adverso para a convergência da inflação à meta para 2025, de 3%,
com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5% pode demandar novos aumentos
de 1 ponto percentual na Selic nas próximas duas
reuniões do comitê: em janeiro, nos dias 28 e 29, e em março, nos dias 18 e 19.
Quando o Copom aumenta a taxa
básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos
nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a
poupança.
Mas, além da Selic, os bancos
consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos
consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando a taxa Selic é reduzida, a
tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao
consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade
econômica.
Câmbio
Em relação ao câmbio, a previsão
de cotação do dólar ficou em R$ 6,00 para 2025. No fim de 2026, a previsão é
que a moeda norte-americana também fique em R$ 5,40. Para 2026, o câmbio também
deve ficar, de acordo com o Boletim Focus, em R$ 6,00, um aumento em relação
aos R$ 5,90 projetados na semana passada. Para 2027, a projeção é R$ 5,82 para
o dólar e R$ 5,88, para 2028.
Fonte: Agência Brasil
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