Em proposta de delação premiada entregue à
Procuradoria-Geral da República, o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, mencionou
o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. Ele relatou o prefácio de
uma história que se dispõe a aprofundar se for guindado à condição de
colaborador da Lava Jato.
A novidade veio à tona em notícia veiculada pela revista Veja. Léo Pinheiro
relatou um encontro que teve com Toffoli. Os dois já se conheciam. Durante a
conversa, o ministro do STF contou ao empreiteiro que sua casa, assentada em
bairro nobre de Brasília, apresentava incômodas infiltrações.
Dias depois, o empreiteiro enviou à casa de Toffoli uma
equipe de engenheiros da OAS. Eles detectaram o problema e informaram a Léo
Pinheiro: falhas na impermeabilização da cobertura da casa. O empreiteiro
indicou uma empresa de Brasília para realizar o conserto. Resolvido o problema,
engenheiros da OAS inspecionaram o serviço. E Toffoli livrou-se as infiltrações
em casa.
Súbito, o nome do ministro gotejou na proposta de delação
de Léo Pinheiro. Curiosamente, ele diz na proposta de delação que Toffoli pagou
pelo serviço de impermeabilização. Afora a inconveniência moral de ter um
empreiteiro prestando favores a um magistrado da mais alta Corte do país, qual
seria o crime?
Considerando-se que o candidato a delator se dispõe a
confessar crimes em troca de benefícios como redução de pena, não é razoável
supor que o empreiteiro enfiaria o nome de Toffoli numa proposta de delação se
não tivesse algo cabeludo a relatar. Ouvido, Toffoli confirma que conhece Léo
Pinheiro. Mas sustenta que não pediu nem recebeu nenhum favor dele.
Léo Pinheiro já amarga na Lava Jato condenação a 16 anos
e 4 meses de cadeia por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Pleiteia a
delação para tentar não ficar de molho na cadeia.
Blog do Josias
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