DE BRASÍLIA
O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu nesta segunda-feira
(23) pagar aos cofres públicos os gastos da viagem feita em avião da Força
Aérea Brasileira de Brasília para Recife (PE), onde passou por cirurgia para
implante capilar.
A decisão foi tomada após Renan enviar uma consulta ao
comando da Aeronáutica para saber se cometeu alguma "impropriedade".
No pedido para o uso da aeronave, Renan informou à FAB que a motivação do
deslocamento era "serviço". O valor a ser devolvido será calculado
pela FAB.
A
assessoria de Renan não explicou porque o presidente do Senado usou o avião da
FAB (Força Aérea Brasileira) para se deslocar até Recife. Conforme publicou a coluna Painel na
edição de sábado (21) da Folha,
Renan usou aeronave da FAB para viajar na noite de quarta-feira (18) à capital
de Pernambuco, onde, no dia seguinte, submeteu-se a uma cirurgia para implantar
10 mil fios de cabelo. A agenda oficial publicada no site do Senado não
registrava compromissos do peemedebista na capital pernambucana.
O
decreto que regulamenta o uso de aviões da FAB por autoridades não prevê
viagens para fins particulares. A norma permite o uso por questões de segurança
e emergência médica, serviço, e em deslocamentos para o local de residência
permanente.
Pelas regras, "o transporte de autoridades civis
em desrespeito" ao decreto "configura infração administrativa grave,
ficando o responsável sujeito às penalidades administrativas, civis e penais
aplicáveis à espécie".
Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), o uso de avião
da FAB para fins particulares "fere" a imagem do Congresso. "A
devolução é o mínimo que se possa exigir nesta hora", afirmou.
O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), disse
que faltou "desconfiômetro" a Renan. "Essas extravagâncias
expõem o Congresso ao ridículo. A FAB não é táxi aéreo."
Esta foi a segunda vez neste ano que Renan usa avião
da FAB para fins particulares. Em junho, foi a Trancoso (BA) para o casamento
da filha do colega Eduardo Braga (PMDB-AM). Depois que sua viagem for tornada
pública, reembolsou R$ 32 mil à União.
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