Os cristãos
do Iraque também se prepararam para a comemoração do nascimento de seu
Salvador. No ano passado, muitos deles não comemoraram o Natal porque estavam
com muito medo de que isso atraísse ataques
A Igreja iraquiana
comemora o Natal em 25 de dezembro e em 6 de janeiro. Para eles, isso significa
basicamente ir à igreja e participar do culto alusivo. Árvores de Natal estão
disponíveis apenas em escala limitada e os alunos cristãos não têm folga da escola.
Os estudantes das regiões sul e central foram, inclusive, avisados que, caso
faltassem às aulas para comemorarem o Natal, sofreriam consequências graves.
Os cristãos temem que, caso comemorem o Natal abertamente, isso possa ser visto como uma provocação. Ataques a cristãos no dia de Natal são comuns. Em 2012, o Natal coincidiu com as comemorações religiosas muçulmanas. Devido a riscos à segurança, a data não foi comemorada nas igrejas.
Perguntamos a Tariq*, de 40 anos, e Human*, de 50 anos, ambos de Bagdá, como eles iriam comemorar o Natal esse ano. Tariq é pastor de uma pequena congregação e pai de dois jovens. Human é obreiro de campo, casado e com filhos.
Que tipo de tradições cristãs vocês têm em suas casas e na igreja?
Tariq: Pegamos uma árvore de Natal, decoramos e fazemos uma comida especial como a Baja, um prato com cordeiro, e alguns biscoitos chamados Kolaja. Compramos roupas novas e visitamos nossos parentes e amigos. Mas, devido à situação, que está piorando, não podemos fazer isso todos os anos. Algumas pessoas preferem ficar em casa porque têm medo de ir à igreja, já que o templo é alvo de terroristas nesse dia. A igreja tradicional não tem árvore de Natal.
Human: A maioria dos cristãos vai à igreja na manhã do primeiro dia de Natal. Após isso, visitamos a família e ceamos juntos. No segundo dia, visitamos os vizinhos e amigos. Se alguém da família morreu recentemente, os parentes vão ao cemitério. Algumas vezes, a família enlutada é visitada por amigos cristãos logo após ao culto. Antes da guerra entre Irã e Iraque, nos anos 1980, as famílias costumavam ir a clubes para comemorar em festa. Mas, devido à má situação em Bagdá, todas as famílias agora preferem celebrar com seus irmãos em Cristo e amigos. Não é seguro sair de casa.
Como vocês se sentem ao comemorar esta data?
Tariq: Gostamos de celebrar esse dia porque nos lembra do amor de Deus e de suas promessas sobre nós. Porém, por causa da segurança limitada, a liberdade de comemorar o Natal está diminuindo cada vez mais. Algumas pessoas não podem sair de casa para comemorar na igreja.
Human: Todas as pessoas comemoram o Natal com felicidade, mas, para aqueles que perderam alguém da família, certamente é mais difícil. Algumas dessas pessoas também são tão pobres que não podem dar presentes ou roupas novas para seus filhos.
Os cristãos do Iraque sentem que Deus está próximo deles?
Tariq: Como cristãos, podemos ver a mão de Deus conosco enquanto passamos por essa situação e, a cada dia, sentimos sua proteção e amor. Mas, algumas pessoas, que estão distantes de Deus, sentem que ele não se importa com elas; acreditam que ele está irado e não se agrada do povo, e que esse é o motivo pelo qual todas as coisas ruins estão acontecendo no país.
Human: Depende da educação das pessoas, mas a maioria dos cristãos acha que os governadores são responsáveis pelas “coisas ruins” e que o Senhor ama o povo. No dia seguinte a uma explosão de bomba, eles voltam ao trabalho e esquecem a tragédia de ontem.
*Nomes alterados por motivo de segurança dos cristãos.
No dia de hoje, lembre-se de orar por cada cristão que não tem a mesma liberdade que você para celebrar o nascimento de Jesus.
Fonte: Portas Abertas
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