Radio Evangélica

domingo, 29 de dezembro de 2024

Lula sanciona lei que limita reajuste do salário mínimo a 2,5% acima da inflação

Medida visa adequar gastos ao novo arcabouço fiscal e deve gerar economia de R$ 15,3 bilhões em cinco anos

Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que estabelece um teto para o reajuste do salário mínimo, limitando o aumento a até 2,5% acima da inflação entre 2025 e 2030. A medida, parte de um pacote de corte de gastos obrigatórios, foi aprovada pelo Congresso Nacional há cerca de dez dias e busca alinhar o crescimento do piso salarial às restrições do novo arcabouço fiscal.

Com a nova regra, o salário mínimo para 2025 deve ser fixado em R$ 1.518, representando um aumento de R$ 106 em relação ao valor atual, de R$ 1.412. O valor oficial será confirmado por meio de decreto presidencial a ser publicado nos próximos dias.

A legislação mantém a política atual de reajuste, que considera a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. Contudo, com a nova lei, o percentual de crescimento do PIB será limitado a 2,5%, restringindo o impacto nos gastos públicos.

A mudança na regra deverá gerar uma economia de R$ 15,3 bilhões ao longo de cinco anos, segundo estimativas do governo. Cada real de aumento no salário mínimo eleva os gastos federais em R$ 392 milhões, sobretudo devido à Previdência Social e benefícios vinculados ao piso, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Sem o teto aprovado, o salário mínimo para 2025 seria de aproximadamente R$ 1.528, considerando a inflação acumulada pelo INPC de 4,84% e o crescimento do PIB de 3,2% em 2023. Com a limitação, o valor foi ajustado para R$ 1.518, o que será percebido pelos trabalhadores no pagamento referente a janeiro de 2025, a ser efetuado no final daquele mês ou início de fevereiro.

A medida é apresentada como um esforço para equilibrar as contas públicas em meio a pressões fiscais, mas já gera debate entre especialistas e sindicalistas sobre seus impactos no poder de compra dos trabalhadores.

Fonte: Agência Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário