Pressão cambial e incertezas fiscais marcam reta final de 2024 para a Bolsa brasileira
O Ibovespa iniciou a semana em queda, recuando 1,09% nesta segunda-feira (23) e encerrando o dia aos 120.766,57 pontos, menor nível desde 20 de junho. O índice acumula perda de 3,90% no mês e de 10,00% no ano, aproximando-se de sua pior performance anual desde 2021, quando registrou queda de quase 12%.A sessão foi marcada por
incertezas no câmbio e na curva de juros doméstica, além de preocupações
fiscais que seguem pressionando o mercado. O volume negociado na B3 alcançou R$
20,6 bilhões, com o índice oscilando entre a mínima de 120.617,32 e
a máxima de 122.104,68 pontos, registrada no início do dia.
No mercado cambial, o dólar à
vista chegou a ser negociado a R$ 6,2010 na máxima do dia, fechando em
alta de 1,86%, a R$ 6,1851.
Destaques da Bolsa
Entre as principais ações do
Ibovespa, apenas Vale ON (+0,42%) e Petrobras ON (+0,76%; PN +0,03%)
fecharam em alta. Por outro lado, grandes bancos, como Santander Unit
(-3,09%) e Itaú PN (-1,94%), puxaram o índice para baixo.
Na ponta positiva, as maiores
altas foram de Hypera (+3,32%), Suzano (+2,72%) e IRB (+2,42%).
Já as maiores quedas ficaram com Automob (-19,05%), após forte
valorização na semana passada, além de Azul (-9,34%) e Brava (-7,67%).
Dos 87 papéis que compõem a carteira do Ibovespa, apenas 13 encerraram o dia em
alta.
Perspectivas para o mercado
Felipe Moura, analista da Finacap,
explica que o baixo volume negociado nesta reta final de ano, devido aos
feriados de Natal e Ano Novo, tende a reduzir a volatilidade no curto prazo. “O
mercado ainda reflete incertezas no cenário fiscal e econômico, o que mantém os
investidores defensivos”, afirmou.
Já Christian Iarussi, sócio da The
Hill Capital, destacou que, embora o avanço do pacote fiscal no Congresso
tenha sido bem recebido, a desidratação das medidas reforça a cautela sobre o
cumprimento de metas fiscais. “Essa falta de clareza fiscal aumenta a aversão
ao risco, e é provável que o viés conservador persista até o início de 2025”,
avaliou.
Expectativas para janeiro
Com o início de um novo ano, o
mercado espera maior movimentação, à medida que gestores de carteira ajustam
suas estratégias. “Janeiro será agitado, com investidores avaliando se é o
momento de assumir mais riscos ou adotar uma postura ainda mais cautelosa”,
concluiu Moura.
Fonte: InfoMoney
Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli
Nenhum comentário:
Postar um comentário