Expectativa é que o Copom eleve a Selic esta semana para 7,5%.
Diante do aumento da inflação, a expectativa do mercado
financeiro é que a taxa básica de juros, a Selic, encerre 2021 em 8,75% ao ano.
Na semana passada, a estimativa era de 8,25% ao ano, de acordo com o boletim
Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção
para os principais indicadores econômicos, divulgado nesta segunda-feira (25).
A Selic está estabelecida atualmente em 6,25% ao ano pelo
Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Nesta semana, o colegiado se reúne
novamente e deve repetir os aumentos promovidos nos últimos cinco encontros.
A taxa está no nível mais alto desde julho de 2019, quando
era 6,5% ao ano. De março a junho, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto
percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a
Selic em 1 ponto a cada reunião. Agora, o mercado espera uma elevação maior, de
1,25 ponto, para que a taxa suba a 7,5% ao ano, nesta reunião.
A Selic é o principal instrumento utilizado pelo BC para
alcançar a meta de inflação.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade
é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros
mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais
altas podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos
consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos
consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito
fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle
da inflação e estimulando a atividade econômica.
Para o fim de 2022, a estimativa do mercado é que a taxa
básica fique em 9,5% ao ano. E para o fim de 2023 e 2024, a previsão é 7% e
6,5% ao ano, respectivamente.
Inflação
A previsão das instituições financeiras para o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país,
subiu de 8,69% para 8,96%. É a 29ª elevação consecutiva na projeção. Para 2022,
a estimativa de inflação é de 4,4%. Para 2023 e 2024, as projeções são de 3,27%
e 3,02%, respectivamente.
A previsão para este ano está acima da meta de inflação que
deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional
(CMN), é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para
cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de
5,25%.
Puxada pelo aumento dos preços de energia elétrica e
combustíveis, em setembro, a inflação chegou a 1,16%, o maior para o mês
de setembro desde 1994, quando foi de 1,53%, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o índice está em 10,25%, acima dos
9,68% registrados nos 12 meses anteriores. Este ano, a inflação já acumula uma
alta de 6,9%.
PIB e dólar
A estimativa do mercado financeiro para o crescimento da
economia caiu de 5,01% para 4,97%, este ano. Para o próximo ano, a expectativa
para Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos
no país) é de crescimento de 1,4%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta
expansão do PIB em 2% e 2,25%, respectivamente.
A expectativa para a cotação do dólar subiu de R$ 5,25 para
R$ 5,45, para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é que a moeda
americana se mantenha nesse mesmo patamar.
Fonte: Agência Brasil – Imagem: Marcello Casal Jr./Agência
Brasil
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