Imagem: AFP/Juan Jose Horta |
O líder máximo das Farc, Rodrigo Londoño,
"Timochenko", pediu nesta sexta-feira um candidato único para as
presidenciais de 2018 dos defensores da paz na Colômbia, após o acordo assinado
na véspera, o qual, afirmou, tem "um gosto de vitória" para a guerrilha.
"Iniciamos um chamado a construirmos uma candidatura
que colete todas as aspirações dos que querem a paz e que garanta a
continuidade destes acordos", disse o líder rebelde em coletiva de
imprensa em Bogotá com correspondentes estrangeiros, entre eles a AFP.
O líder rebelde afirmou que "um dos requisitos"
da pessoa que eventualmente se candidate é que "não ofereça resistência
nem em uma parte, nem na outra", em alusão ao governo e aos simpatizantes
e militantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, marxistas).
"Timochenko" se absteve de dar nomes, ao ser
perguntado se um eventual candidato poderia ser o chefe das negociações do
governo com a guerrilha, Humberto de la Calle, que não descartou, nem confirmou
suas pretensões presidenciais.
O governo de Juan Manuel Santos e as Farc assinaram na
quinta-feira, em Bogotá, um novo acordo de paz que inclui propostas da
oposição, depois que o original foi rechaçado em um referendo realizado em
outubro.
Durante a cerimônia, o líder rebelde ressaltou a
importância que teria para o país a formação de um governo de transição que
defenda o cumprimento do que foi pactuado, depois de quase quatro anos de
negociações em Cuba.
"É começar a procurar (...) para garantir que a paz
saia adiante", informou o comandante guerrilheiro.
O máximo líder das Farc, que se levantou em armas contra
o Estado após um levante camponês em 1964, considerou que o novo pacto tem
"um gosto de vitória" para a guerrilha porque se antepôs ao revés
eleitoral de outubro.
"Flexibilizamos posições, mas não de princípios. O
grosso, a estrutura fundamental do acordo foi mantido", assegurou.
A Colômbia vive um conflito armado de mais de meio século
que confrontou guerrilhas de esquerda, paramilitares de direita e agentes do
Estado, que deixou um balanço de 260.000 assassinatos, mais de 60.000
desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.
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