Imagem: Internet/Reprodução |
BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal estuda usar parte
dos 100 bilhões de reais devolvidos à União pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ajudar os Estados, que terão
que cumprir metas de ajustes de contas para receber os recursos em parcelas,
afirmou nesta sexta-feira o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
De acordo com o ministro, também entrará na composição
dessa ajuda recursos da repatriação de recursos de brasileiros no exterior, mas
esses valores não são suficientes para resolver o problema dos governos
estaduais.
"Esse é pouco. Esse é um dinheiro que deve entrar na
composição, mas não resolve. O que área econômica colocou na mesa foi todo
dinheiro da repatriação mais esse (do BNDES) para fazer com que tenha solução
para o problema da União e também dos Estados", disse Padilha em
entrevista à Rádio Gaúcha.
O modelo que está sendo estudado pelo governo federal
prevê repasses mensais e com contrapartidas dos Estados. De acordo com Padilha,
os governos estaduais teriam que cumprir metas mensais de ajustes de contas e
só com isso poderiam receber as parcelas seguintes.
"A ideia do presidente Michel Temer é pactuar com os
Estados um ajuste nas suas contas em uma fórmula que será acertada com cada um.
Com isso vai havendo liberação progressiva dos recursos, conforme as metas vão
sendo cumpridas mês a mês", disse o ministro.
A intenção do governo federal, segundo Padilha, é que no
menor prazo possível os Estados consigam sobreviver com suas próprias receitas,
mas o Palácio do Planalto sabe ser necessário um prazo, por isso as metas.
"Cumpriu a meta do mês, vai receber", disse.
O que não está definido ainda, de acordo com o ministro,
é a fórmula de distribuição desses recursos. O uso dos critérios do Fundo de
Participação dos Estados foi cogitado, mas não resolveria o problema dos
Estados hoje em pior situação, como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas
Gerais. Isso porque os Estados do sul e sudeste, tradicionalmente mais ricos,
têm uma participação menor no fundo.
Temer pretende conversar com os governadores na próxima
semana, já apresentando uma fórmula. "Não tem nada decidido ainda, vamos
deixar bastante claro, mas melhorou muito porque faz 15 dias que governo está
estudando isso", afirmou Padilha.
"Os governadores terão que ter presentes que eles
terão que levar uma demonstração clara que vão ajustar suas contas, se não
resolve hoje e daqui a um ano o problema está de volta. Mas há sim vontade
política do governo de encontrar uma solução".
O governo federal já deu o aval para um novo projeto de
repatriação de recursos de brasileiros no exterior, que deve ser votado na
próxima terça-feira. A nova proposta aumenta já a participação de Estados e
municípios, incluindo-os na divisão da multa aplicada à repatriação -- na
primeira repatriação, a divisão era feita apenas no valor dos impostos.
O governo estuda também dividir 5 bilhões de reais da
multa da repatriação já recebida. Em troca, os Estados retirariam as ações no
Supremo Tribunal Federal (STF). Esta semana, em uma decisão liminar, o STF
mandou que o depósito das multas fosse feito em juízo, até a decisão do pleno
sobre o assunto.
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