Celso Daniel, morto em 2002 |
Mais de catorze anos depois do crime e depois de novas
revelações da Operação Lava Jato, a Justiça de São Paulo vai retomar o
julgamento do acusado de mandar sequestrar e matar o ex-prefeito de Santo André
Celso Daniel (PT). O novo juiz do caso, Wellington Urbano Marinho, marcou para
o dia 17 de outubro a primeira audiência de instrução, debate e julgamento do
único réu ainda em liberdade, o ex-guarda-costas do prefeito e empresário
Sergio Gomes da Silva, vulgo “Sombra”.
O magistrado da 1ª Vara de Itapecerica da Serra mostrou
que pretende acelerar a instrução de um caso que subiu à instância máxima da
Justiça brasileira e voltou quase que à estaca zero por ordem do Supremo
Tribunal Federal. Urbano Marinho não quer mais “eternizar a instrução” do
processo. Mas ainda não há sequer uma previsão de quando o réu pode ir – nem se
vai mesmo – a júri popular. Sombra está em liberdade e faz tratamento de um
câncer.
As testemunhas listadas para depor são ligadas a Celso
Daniel, à investigação e a outro criminoso, o acrobático Dionísio de Aquino
Severo. Dionísio havia fugido de helicóptero de um presídio paulista pouco
antes do sequestro e da morte do petista. Conhecia detalhes do crime ocorrido
na noite de 18 de janeiro de 2002. Mas foi assassinado na cadeia antes de
revelar o que sabia.
As testemunhas de acusação são: o irmão da vítima João
Francisco Daniel; os delegados Romeu Tuma Júnior, José Mazzi e Armando de
Oliveira da Costa Filho; os advogados Luiz Eduardo Greenhalgh (ex-deputado do
PT) e Adão Nery; policiais e peritos como Valdir Florenzo e João Bosco Ferreira
Godinho; criminosos da época como Ailton Alves Feitosa, André Bezerra Leite de
Lima, o Teco, e Cleilson Gomes de Souza, o Bola; familiares de Dionísio e
pessoas ligadas à quadrilha como Regina Aquino Soares, Lidiane Aquino Soares,
Gildete Souza de Aquino e Karina Araújo de Oliveira; testemunhas oculares como
Tania Silva de Abreu Tanaka e Adilson Aparecido Morgado, além de Carlos Eduardo
Seignemartin Trigo, Walmir da Conceição Miranda, Rosemery Pires Carvalho. Os
seis outros réus da quadrilha da Favela Pantanal, já condenados pelo sequestro
e assassinato do ex-prefeito petista, vão depor como informantes.
Por Felipe Frazão para a Veja
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