O
Ministério da Saúde divulgou hoje (14) o Protocolo de Atenção à Saúde e
Respostas à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo vírus Zika,
que será usado por profissionais de saúde dos sistemas público e privado do
país no cuidado de mulheres em idade fértil, gestantes e de bebês com suspeita
de microcefalia. Uma das principais mudanças é a indicação da ecografia
transfontanelar e da tomografia para os recém-nascidos com menos de 32
centímetros de perímetro cefálico.
Em
entrevista na tarde de hoje, o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da
Saúde, Alberto Beltrame, informou que essas são as principais mudanças no
atendimento das crianças, considerando que os demais, como teste da orelhinha e
do pezinho, já são preconizados pela pasta. Primeiro será feita a ecografia,
caso ela mostre que os ossos do crânio estão selados será feita a tomografia.
O documento prevê ainda uma
maior distribuição de testes rápidos de gravidez, a busca ativa de gestantes
para o pré-natal e o registro dos sintomas do Zika na caderneta da gestante, no
caso deles serem relatados durante a gravidez.
Estimulação
precoce
A
estimulação precoce dos recém-nascidos com microcefalia e outras malformações
também está prevista no protocolo. De acordo com Beltrame, a estimulação deverá
ser feita até os três anos de idade, quando se completa o ciclo de
desenvolvimento neurológico e cerebral da criança. "O objetivo é reduzir
os danos das malformações", acrescentou o secretário.
Beltrame
confirmou que já há registros de cegueira congênita, de malformação do globo
ocular e de surdez congênita nos bebês que nasceram com microcefalia em
decorrência do vírus Zika. Segundo o secretário, esses casos são ainda mais
delicados, já que o desenvolvimento de crianças com essas limitações precisa de
mais atenção.
A
microcefalia é uma malformação do crânio e está relacionada a diversos fatores,
como alterações genéticas, infecções e uso de álcool e drogas. No mês passado,
o Ministério da Saúde confirmou que o vírus Zika é um dos causadores dessa condição.
O vírus começou a circular no país este ano, principalmente na região Nordeste.
Dados do Ministério da Saúde
divulgados na semana passada mostram que o Brasil ja tem 1.248 casos suspeitos
de microcefalia relacionada com o vírus Zika.
Transmissão
Durante
a entrevista, Beltrame esclareceu que não há comprovação de que o vírus Zika
seja transmitido pelo leite materno. "Embora tenham circulado boatos na
internet, não há contraindicações de aleitamento materno para crianças filhas
de mães que tiveram Zika."
Segundo
especialistas, há um registro de transmissão sexual da doença. Conforme
Beltrame, ainda são necessárias pesquisas para confirmação dessas
possibilidades.
Assim como o vírus da dengue
e da febre chikungunya, o Zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
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