A Paraíba está se tornando o
primeiro Estado do Nordeste a utilizar material reciclado em avicultura num
projeto apoiado pelo Governo do Estado, por meio do Cooperar, em parceria com o
Banco Mundial. A ideia surgiu a partir da união entre especialistas da instituição
e ex-catadores de lixo da Comunidade Barro Vermelho, que também são
agricultores da zona rural de Riachão, na microrregião do Curimataú Oriental. O
aviário e o sistema serão inaugurados oficialmente na próxima terça-feira (27).
O engenheiro agrônomo,
especialista em Agroecologia e Avicultura Caipira e consultor do Cooperar,
Agilson Montenegro, conta que percebeu a possibilidade de utilizar o Sistema
Sodis (SOlar water DISinfection), já conhecido no Continente Africano, de uma forma
mais automotiva, sem intervenção humana e com um grande volume de água para a
criação de aves e não apenas para o consumo das pessoas. O trabalho aconteceu
em parceria com o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) de Picuí-PB.
“Raios ultravioletas
atacam bactérias e fungos e a temperatura age como um sinergismo. O calor ainda
mata os vírus e as bactérias e protege também dos coliformes fecais”, explicou
Agilson. Trata-se da desinfecção da água por aquecimento solar, na qual 150
garrafas pets são unidas, uma a uma, totalizando 300 litros de água purificada
a cada seis horas de exposição. A água sai da cisterna, passa pelas garrafas e,
quando desinfetadas são transferidas para caixas suspensas e então liberadas
para o consumo das aves. Na África, as famílias utilizam a tecnologia para
purificação de pequenas quantidades de água, destinada ao consumo humano e é
necessária a intervenção das pessoas para o enchimento e esvaziamento de
algumas garrafas manualmente a cada troca.
Esta nova fórmula está
beneficiando 18 famílias da Comunidade Barro Vermelho, que encontraram na
avicultura um trabalho não-penoso e que pode ser realizado tanto pelos maridos,
como também pelas esposas e filhos. Severino Miguel, um dos moradores
beneficiados, comemora a nova vida. “Graças a Deus, mudou tudo na vida da
gente. Agora tem trabalho e nós vamos lutar e trabalhar dentro de casa”,
destacou.
Francisca Miranda, a esposa,
também festeja a nova realidade, após precisar ficar longe do marido enquanto
ele trabalhava em fazendas distantes e ela catava lixo nas ruas e sítios.
“Trabalha tudo junto aqui agora, a família inteirinha. E é bonita essa criação,
faz até pena vender depois”, falou a avicultora que ainda se diverte com a
criação.
São cerca de 750 aves em
fase de crescimento que, depois de beneficiadas, serão destinadas para o abate.
O aviário foi construído com dimensões de 15 m comprimento x 7 m de largura
totalizando 105m², composto de uma área para pastejo, dividida em dois espaços
de 32 m² cada área, e que recebeu, no mês passado, os pintos que hoje
estão com 35 dias. Além da infraestrutura para a água, com cisterna tipo
calçadão com capacidade para armazenar 52 mil litros de água. O local é dotado
ainda de uma pequena fábrica de ração que diminui os custos com a alimentação.
A experiência da Unidade
Piloto de Avicultura Caipira Sustentável deverá ser adotada em outros projetos
produtivos, financiados pelo Cooperar e Banco Mundial, através do próximo
convênio, em fase de preparação, denominado PB Rural Sustentável. Este
projeto produtivo foi implantado com recursos do Governo e Banco Mundial, no
valor de R$ 96,4 mil e beneficiou 18 famílias diretamente.
Fonte: Secom-PB / Política
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