Radio Evangélica

domingo, 25 de outubro de 2015

Paraíba é primeiro estado do Nordeste a utilizar sistema de desinfecção de água para o consumo animal

A Paraíba está se tornando o primeiro Estado do Nordeste a utilizar material reciclado em avicultura num projeto apoiado pelo Governo do Estado, por meio do Cooperar, em parceria com o Banco Mundial. A ideia surgiu a partir da união entre especialistas da instituição e ex-catadores de lixo da Comunidade Barro Vermelho, que também são agricultores da zona rural de Riachão, na microrregião do Curimataú Oriental. O aviário e o sistema serão inaugurados oficialmente na próxima terça-feira (27).
O engenheiro agrônomo, especialista em Agroecologia e Avicultura Caipira e consultor do Cooperar, Agilson Montenegro, conta que percebeu a possibilidade de utilizar o Sistema Sodis (SOlar water DISinfection), já conhecido no Continente Africano, de uma forma mais automotiva, sem intervenção humana e com um grande volume de água para a criação de aves e não apenas para o consumo das pessoas. O trabalho aconteceu em parceria com o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) de Picuí-PB.
 “Raios ultravioletas atacam bactérias e fungos e a temperatura age como um sinergismo. O calor ainda mata os vírus e as bactérias e protege também dos coliformes fecais”, explicou Agilson. Trata-se da desinfecção da água por aquecimento solar, na qual 150 garrafas pets são unidas, uma a uma, totalizando 300 litros de água purificada a cada seis horas de exposição. A água sai da cisterna, passa pelas garrafas e, quando desinfetadas são transferidas para caixas suspensas e então liberadas para o consumo das aves. Na África, as famílias utilizam a tecnologia para purificação de pequenas quantidades de água, destinada ao consumo humano e é necessária a intervenção das pessoas para o enchimento e esvaziamento de algumas garrafas manualmente a cada troca.
Esta nova fórmula está beneficiando 18 famílias da Comunidade Barro Vermelho, que encontraram na avicultura um trabalho não-penoso e que pode ser realizado tanto pelos maridos, como também pelas esposas e filhos. Severino Miguel, um dos moradores beneficiados, comemora a nova vida. “Graças a Deus, mudou tudo na vida da gente. Agora tem trabalho e nós vamos lutar e trabalhar dentro de casa”, destacou.
Francisca Miranda, a esposa, também festeja a nova realidade, após precisar ficar longe do marido enquanto ele trabalhava em fazendas distantes e ela catava lixo nas ruas e sítios. “Trabalha tudo junto aqui agora, a família inteirinha. E é bonita essa criação, faz até pena vender depois”, falou a avicultora que ainda se diverte com a criação.
São cerca de 750 aves em fase de crescimento que, depois de beneficiadas, serão destinadas para o abate. O aviário foi construído com dimensões de 15 m comprimento x 7 m de largura totalizando 105m², composto de uma área para pastejo, dividida em dois espaços de 32 m²  cada área, e que recebeu, no mês passado, os pintos que hoje estão com 35 dias. Além da infraestrutura para a água, com cisterna tipo calçadão com capacidade para armazenar 52 mil litros de água. O local é dotado ainda de uma pequena fábrica de ração que diminui os custos com a alimentação.
A experiência da Unidade Piloto de Avicultura Caipira Sustentável deverá ser adotada em outros projetos produtivos, financiados pelo Cooperar e Banco Mundial, através do próximo convênio, em fase de preparação, denominado PB Rural Sustentável. Este projeto produtivo foi implantado com recursos do Governo e Banco Mundial, no valor de R$ 96,4 mil e beneficiou 18 famílias diretamente.

Fonte: Secom-PB / Política mais cedo

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