Não se duvida de que o
governo Dilma Rousseff tem sido uma lástima. Que o desemprego chegou em massa,
os impostos aumentam sem chance para o contribuinte, direitos trabalhistas
foram reduzidos, paramos de crescer e a alta do custo de vida atinge todo mundo.
Uma situação para o Brasil exasperar-se.
No entanto… No entanto, por
que dar voz e voto a uma série de empresas privadas estrangeiras, daquelas
constituídas para ganhar dinheiro às custas dos trouxas que somos nós,
rebaixando relações econômicas que nos dizem exclusivamente respeito?
Standart&Poor`s, Fitch,
Moody`s e outras arapucas faturam de acordo com seus interesses. Quando em
dificuldades, prestes a falir, essas empresas “de risco” incluem em seus
relatórios para os investidores internacionais números capazes de perturbá-los,
ainda que às custas da economia de Estados soberanos.
O quadro aqui no Brasíl é
triste? Sem dúvida, mas qual a justificativa para ficar pior apenas porque
meliantes pretendem sobreviver às nossas custas e às custas de quem tem recursos
sobrando para investir onde maiores dividendos possam encontrar?
O grave nessa história é que
estamos nos curvando à chantagem. O governo, as autoridades econômicas, os
banqueiros e a mídia tomam como dogmas absolutos as conclusões duvidosas e
mal-intencionadas dessas quadrilhas de classificação de performances. Não se
viu um protesto ou mera ponderação frente a tais intervenções daqueles que não
possuem mandato, autorização ou capacidade para nos julgar. Falaram , está
falado, mesmo quando, por coincidência, acertam ao descrever nossas agruras.
Quem lhes passou procuração para intervir na realidade econômica brasileira,
tornando-a mais aguda em função da ânsia de aumentarem seu faturamento?
A fraqueza do governo Dilma
fica exposta não só por conta de erros, falsas promessas e manobras eleitorais.
Transparece também quando cedemos à ação de bandidos internacionais que
infelizmente controlam nossa soberania.
SENADO NA BAIXA
A Câmara acaba de desfazer o
que de mais importante o Senado votou, em termos de reforma política. Uma
simples conta aritmética, de 513 contra 81, transforma os representantes da
Federação em apêndices desimportantes dos que pretendem exprimir a população.
Trata-se de um falso equilíbrio que a Constituição não consegue resolver. Nos limites
do Poder Legislativo. Quem sabe tenha chegado a hora de o Judiciário intervir?
Porque no caso do financiamento de campanhas eleitorais por empresas privadas,
fica evidente ser a opinião pública contrária. O Supremo Tribunal Federal,
também. Como os interesses de Eduardo Cunha e seus seguidores precisavam ser
atendidos, eis o resultado: a bandalheira continuará a mesma, nas próximas
eleições.
Por: Carlos Chagas no Diário
do Comercio
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