GABRIELA GUERREIRO
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Em meio às articulações do governador Eduardo Campos (PE) para
disputar a Presidência da República em 2014, o ex-presidente Lula defendeu
nesta terça-feira (13) que o aliado esteja junto com o PT na corrida
presidencial. Lula disse respeitar a candidatura de Campos, mas convidou o
governador para uma "conversa" com o objetivo de unir forças na
disputa.
"Ele tem maioridade, tem
um partido político, portanto não se trata de alguém trair alguém. Se o Eduardo
Campos quiser ser candidato ele vai ter meu respeito, eu gostaria de conversar
com ele, tenho certeza que ele vai conversar comigo. E eu acho que temos que
estar juntos porque o Brasil precisa que nós estejamos juntos", afirmou.
Lula disse que Campos não lhe
deve "nenhum favor", por isso tem autonomia para definir sozinho
sobre sua eventual candidatura. "Sou companheiro do Eduardo Campos, tenho
certeza que ele é meu companheiro", completou.
Pesquisa Datafolha divulgada no
sábado mostra que a presidente Dilma Rousseff recuperou parte da intenção de
voto perdida por causa das manifestações populares em junho, mas não venceria
no primeiro turno a corrida presidencial. Dilma recebeu 35% das intenções de
voto contra 30% na sondagem anterior, seguida por Marina Silva (265), Aécio
Neves (13%) e Eduardo Campos (8%).
A pesquisa foi realizada nos
dias 7 a 9 deste mês, em todo o país, com 2.615 entrevistas.
O ex-presidente Lula é o nome
testado pelo Datafolha com melhor desempenho entre todos. Ele ganharia, com
folga, a eleição no primeiro turno se a disputa fosse hoje. Mas nega a intenção
de ser candidato em 2014.
"Eu não sou candidato, já
disse que não sou candidato, já fiz o que tinha que fazer. Agora é a hora da
Dilma fazer", afirmou.
Apesar da queda na popularidade
de Dilma, Lula disse não estar preocupado com os resultados da pesquisa porque
apenas quem está na oposição dá importância às sondagens a mais de um ano da
disputa.
"Ela [Dilma] tem que
governar esse país, foi para isso que ela foi eleita, ela sabe que tem que
cuidar desse povo com carinho extraordinário. Portanto, quando chegar o momento
da eleição, ela vai disputar a eleição, vai ganhar a eleição e vai continuar
cuidando do povo brasileiro", afirmou.
O ex-presidente está em
Brasília para participar do lançamento da campanha de Rui Falcão à reeleição
para a presidência do PT. Antes do evento, Lula teve um rápido encontro com o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ministros e senadores
petistas.
PT
Questionado sobre os rumos
tomados pelo PT desde que deixou o governo, Lula disse que os erros cometidos
pelo partido são "lições" que devem ser absorvida por todos os seus
filiados.
"O PT continua sendo um
grande partido, o maior partido de esquerda da América Latina, e acho que os
erros que o PT comete ou que vai cometer ainda e que já cometeu são lições para
que a gente acerte cada vez mais", afirmou.
Ao comparar o PT com um filho,
o ex-presidente disse que qualquer pai perde o controle das suas ações à medida
que o tempo vai passando. "Se você quiser comparar o PT ao seu filho ou ao
meu filho, você vai perceber que quando uma criança nasce a gente tem todo o
controle sobre ele porque fica no colo o tempo inteiro. Quando começa a andar,
fica adolescente e fica adulto, a gente ai vendo que ele vai ficando dono do
seu nariz, vai fazendo coisas boas e coisas que a gente não gosta que
faça."
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