Radio Evangélica

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Em Salvador, Dilma se diz orgulhosa de protestos e afirma que "governo ouviu vozes das ruas"


Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió

No primeiro pronunciamento após pesquisa Datafolha apontar para uma queda de popularidade, a presidente Dilma Rousseff afirmou em Salvador, nesta quinta-feira (4), que está orgulhosa das manifestações que ocorreram no país nos últimos dias e voltou a dizer que ouviu as "vozes das ruas." Antes de discursar, a presidente foi saudada de pé por prefeitos baianos e líderes sindicalistas, aos gritos de "olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma".
"Escutamos essas vozes, que soaram em todas as ruas. Elas devem nos orgulhar. Se nós compararmos nossas manifestações do Brasil com a de outros países, nós vamos ver que nós somos diferentes. Nós temos democracia e fomos capazes de ouvir as vozes das ruas", disse, comparando os protestos brasileiros com aqueles realizados nos países árabes. Segundo Dilma, a maioria dos políticos de sua geração lutou pela redemocratização e é acostumada com os protestos e as vozes das ruas.
"Eu sou de uma época em que havia uma imensa dificuldade de se expressar nas ruas. A grande maioria dos que estão aqui hoje e, que tem mais ou menos a minha idade, sabem que nós estamos falando. Lutamos pela redemocratização do nosso país. E sabemos que não é isso que está acontecendo nesse país", afirmou.
A presidente também fez comparações com os protestos brasileiros com os realizados nos Estados Unidos e Europa, onde --segundo a presidente-- existem manifestações contra a perda de direitos, como baixas nos salários e cortes nas aposentadorias.
"Aqui as ruas falaram por mais direitos. E aqui quero dizer que esta presidenta ouviu a voz das ruas, tanto porque essa voz é legítima, tanto porque nós temos uma democracia. E faz parte da democracia a luta por mais direitos, principalmente porque sabemos que olhamos para a coisa mais importante no compromisso político: que é aqueles que mais precisam. Eu tenho de ouvir e me preocupar e de pensar com aqueles que mais sofrem e menos tem."

Plano Safra

No Centro de Convenções da Bahia, em Salvador, a presidente lançou o Plano Safra do Semiárido, voltado para os agricultores familiares que convivem com a seca.
A principal medida do plano é ampliar o crédito aos sertanejos e suspender as execuções das dívidas dos produtores da região até o fim de 2014. Também será concedido desconto de até 85% para a liquidação de operações de crédito contratadas até 2006 com recursos do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE) ou do Tesouro Nacional.
O plano também apresenta estímulo à construção de silos para armazenagem de alimentos para que os pecuaristas possam alimentar seus rebanhos na época da seca. Ações de reforço à oferta de assistência técnica e extensão rural também foram apresentadas.O governo federal também entregou 323 máquinas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a 269 municípios baianos.
"Temos que escutar a vozes de todos os brasileiros, e temos ouvido as vozes dos produtores rurais. Reconhecemos que, para retomar a produção e adotar novos programar produtivos, é necessário que olhemos a situação dos endividamentos passados. Reconhecer isso é fundamental. Estou encaminhando, em parceria com o senador Eunício Oliveira [PMDB-CE], todas essas medidas de renegociação de dívidas ao Congresso", afirmou Dilma.

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