DE SÃO PAULO
O Itamaraty rebateu nesta segunda-feira (29) declarações feitas
pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, sobre a
pasta. Em entrevista ao jornal "O Globo", publicada no domingo, o
ministro afirmou que "o Itamaraty é uma das instituições mais
discriminatórias do Brasil" --Barbosa fez concurso para a carreira
diplomática, mas não foi aprovado.
"Passei nas provas
escritas, fui eliminado numa entrevista, algo que existia para eliminar
indesejados. Sim, fui discriminado, mas me prestaram um favor. Todos os
diplomatas gostariam de estar na posição que eu estou", disse.
Porta-voz do Itamaraty, o
embaixador Tovar Nunes afirmou que o MRE (Ministério das Relações Exteriores)
respeita "a opinião pessoal [do presidente do STF], mas gostaríamos que
ele se atualizasse."
"Esse julgamento à luz do
que existe hoje não existe: houve uma evolução muito grande sobre isso",
disse o diplomata, citando a concessão de bolsas de estudo para
afrodescendentes, criada em 2002, e a reserva de vagas no concurso do Rio
Branco, que passou a valer em 2011.
"A gente acha um pouco
injusto fechar os olhos sobre essas questões, [que são] recentes, mas queremos
continuar avançando", completou. Nunes destacou que há um "empenho
pessoal" do ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) em combater
"qualquer tipo de discriminação".
Foto: Internet
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