Radio Evangélica

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

PF faz operação contra desvio de recursos da saúde no sul fluminense

Fraudes em licitações de contratos atingem valores de R$ 40 milhões

Policiais federais cumpriram, nesta sexta-feira (27), seis mandados de busca e apreensão contra suspeitos de desviar recursos destinados à saúde pública no município de Paraty, no sul fluminense. De acordo com a Polícia Federal (PF), o esquema de corrupção ocorria desde a pandemia de covid-19.

As investigações da PF encontraram indícios de irregularidades em contratos da prefeitura de Paraty que somam mais de R$ 40 milhões. Segundo a polícia, as licitações eram direcionadas e seus valores superfaturados, com pagamentos indevidos aos agentes públicos.

Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça determinou o afastamento da função pública, a proibição de contratar com o poder público e a indisponibilidade de bens dos suspeitos de participarem do esquema.

Os alvos da operação Cashback são investigados por crimes eleitorais, corrupção ativa e passiva, além de fraude à licitação com superfaturamento e direcionamento do processo.

Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 Fonte: Agência Brasil

Rebeldes iemenitas revidam e reivindicam ataque com míssil ao aeroporto de Tel Aviv em Israel

Houthis, apoiados pelo Irã, alegam disparos de mísseis e drones após bombardeios israelenses no Iêmen, que deixaram mortos e feridos

Os rebeldes houthis do Iêmen declararam nesta sexta-feira (27) que dispararam um míssil contra o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, em resposta aos ataques israelenses realizados um dia antes contra o aeroporto de Sanaa e outras áreas sob seu controle. As informações foram divulgadas pela agência de notícias AFP.

Na quinta-feira (26), os ataques israelenses atingiram alvos estratégicos em regiões controladas pelos houthis, incluindo o aeroporto da capital iemenita, Sanaa, onde estava o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus. O chefe da OMS confirmou estar “são e salvo”, mas um membro da tripulação de sua aeronave ficou ferido. Segundo os houthis, seis pessoas morreram no aeroporto e outras duas em diferentes partes do país.

Em comunicado, os rebeldes disseram ter disparado drones contra Tel Aviv e um navio no Mar da Arábia. “A agressão israelense só fortalecerá a determinação e a vontade do povo iemenita de continuar apoiando o povo palestino”, afirmaram.

Resposta israelense

O exército israelense confirmou que interceptou um míssil direcionado à região central do país e declarou que os bombardeios no Iêmen foram realizados como retaliação aos ataques houthis contra Israel, reforçando a determinação em combater o grupo. “Estamos determinados a cortar esse ramo terrorista do eixo do mal iraniano”, declarou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Escalada do conflito

Desde o início do conflito em Gaza, em 7 de outubro de 2023, os houthis têm intensificado ataques contra Israel, declarando solidariedade ao povo palestino. A ONU, através de seu secretário-geral, Antonio Guterres, condenou a escalada entre as partes, enquanto o Irã, aliado dos houthis, e o Hamas criticaram veementemente os ataques israelenses.

Os ataques recentes também atingiram infraestrutura militar e portos no oeste do Iêmen, segundo fontes locais. Apesar das ações israelenses e de retaliações no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, o aeroporto de Sanaa será reaberto nesta sexta-feira (27), anunciou a autoridade de aviação civil iemenita.

Imagem: © Itai Ron / Reuters

Com informações da AFP

IPCA-15 registra alta de 0,34% em dezembro, com destaque para Alimentação e Bebidas

Índice acumula 4,71% em 2024; alimentação no domicílio e despesas pessoais impulsionam a inflação, enquanto energia elétrica residencial tem maior impacto negativo.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, apresentou alta de 0,34% em dezembro de 2024, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa um recuo de 0,28 ponto percentual (p.p.) em relação a novembro, quando a taxa havia sido de 0,62%. No acumulado do ano, o IPCA-15 registrou alta de 4,71%.

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, Alimentação e Bebidas teve o maior impacto em dezembro (1,47% e 0,32 p.p.), puxado por itens como óleo de soja (9,21%), alcatra (9,02%) e contrafilé (8,33%). Em contrapartida, itens como batata-inglesa (-9,85%) e tomate (-6,71%) apresentaram queda.

Outro destaque foi o grupo Despesas Pessoais (1,36% e 0,14 p.p.), influenciado pela alta do cigarro (12,78%) devido ao aumento do IPI, além de subitens como cinema, teatro e cabeleireiro. Já em Transportes (0,46% e 0,09 p.p.), as passagens aéreas subiram 4,43%, enquanto a gasolina teve ligeira queda de -0,01%.

Por outro lado, o grupo Habitação registrou a maior variação negativa em dezembro (-1,32% e -0,20 p.p.), reflexo da queda de 5,72% na energia elétrica residencial, influenciada pelo retorno da bandeira tarifária verde.

Desempenho regional

Quanto às regiões, nove das onze áreas de abrangência tiveram alta em dezembro. Salvador liderou com a maior variação (0,66%), impulsionada pela alta da gasolina e das passagens aéreas, enquanto Brasília apresentou o menor resultado (-0,04%), devido à queda nos preços da energia elétrica e da gasolina.

O IPCA-E, que corresponde ao IPCA-15 acumulado trimestralmente, fechou o período de outubro a dezembro com alta de 1,51%. A análise completa demonstra como os diferentes grupos de consumo e regiões contribuíram para a inflação de 2024, que ficou dentro da meta estabelecida pelo Banco Central.

Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

 

Barroso define regras para uso de câmeras corporais por PM de SP

 Governo do estado pediu utilização somente em grandes operações

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, definiu nesta quinta-feira (26) as regras para o uso obrigatório de câmeras corporais pelos policiais militares de São Paulo. Conforme a decisão, os agentes deverão utilizar o equipamento em "operações de grande envergadura", incursões em comunidades vulneráveis e em operações deflagradas para responder a ataques contra policiais.

A decisão do ministro foi proferida após o governo de São Paulo ter solicitado ao Supremo que as câmeras fossem usadas somente em grandes operações. Segundo a PM, a corporação possui 10 mil equipamentos, mas fazem parte do efetivo cerca de 80 mil policiais.

Em um ofício enviado na quarta-feira (19) ao Supremo, a Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo alegou que o ministro criou uma interpretação ampla ao determinar o uso de câmeras em operações policiais, no dia 9 deste mês. A procuradoria sustenta que nem todas as operações oferecem riscos de confronto.

Na decisão, Barroso decidiu limitar sua decisão anterior que determinou a utilização das câmeras.

"Delimito o uso obrigatório das câmeras em operações policiais-militares de grande envergadura, bem como às operações que incluam incursões em comunidades vulneráveis para restaurar a ordem pública ou sejam deflagradas para responder a ataques praticados contra policiais militares, desde que realizadas em regiões em que haja disponibilidade dos equipamentos", decidiu o ministro.

A decisão do presidente também determina que as câmeras devem ser distribuídas estrategicamente para regiões com maior índice de letalidade policial. O estado de São Paulo também foi obrigado a apresentar um relatório mensal para comprovar o cumprimento das medidas.

Histórico

O governo de São Paulo se comprometeu com o STF, em abril deste ano, a usar câmeras corporais em operações policiais no estado e apresentou cronograma que estabelecia a implementação do sistema. O estado previa nova licitação e aquisição de novos equipamentos.

Em setembro, o governo anunciou assinatura de contrato com a empresa Motorola para a compra de 12 mil câmeras corporais. A compra foi criticada, no entanto, por prever mudanças na forma de acionamento do equipamento.

Pelas regras do edital, o acionamento do equipamento de gravação poderia ser feito pelo próprio policial ou por uma central de operações da polícia. Dessa forma, a gravação poderia ser interrompida durante as operações.

O modelo previsto no contrato não faz gravação ininterrupta, ou seja, o policial, ou a corporação, acionará o equipamento quando desejar, ponto criticado por entidades de direitos humanos. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), isso é compensado por outras funcionalidades, como o acionamento automático, por software, à distância pelo Centro de Operações da PM (Copom) e o acionamento manual pelo próprio policial.

Meses antes, em maio, a Defensoria Pública de São Paulo e entidades de direitos humanos pediram ao STF mudanças no edital da compra.

No mês seguinte, Barroso indeferiu o pedido, mas decidiu que o governo de São Paulo deveria seguir os parâmetros do Ministério da Justiça e Segurança Pública na licitação para compra de câmeras corporais.

Em seguida, a Defensoria Pública pediu a Barroso a reconsideração da decisão.

A medida que obrigou a utilização irrestrita das câmeras foi proferida por Barroso em 9 de dezembro.

Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Ibovespa fecha em leve alta com suporte de blue chips; dólar avança em dia de saída de capital

Índice sobe 0,26% com destaque para Petrobras e Banco do Brasil; dólar encerra cotado a R$ 6,1773

Em um dia de forte oscilação e liquidez reduzida, o Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira (25) com alta de 0,26%, aos 121.078 pontos. O bom desempenho das blue chips, como Petrobras e Banco do Brasil, deu suporte ao índice, enquanto ações ligadas à economia doméstica recuaram devido ao avanço dos juros futuros de longo prazo, refletindo a piora nas perspectivas fiscais.

Durante o pregão, o Ibovespa oscilou entre a mínima de 120.428 pontos e a máxima de 121.612 pontos, com um volume financeiro de R$ 11,4 bilhões negociados até as 17h15. No mercado internacional, os índices de Nova York apresentaram variações modestas: o S&P 500 caiu 0,04%, o Dow Jones subiu 0,07% e o Nasdaq recuou 0,05%.

Destaques do pregão

Entre os destaques positivos, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) avançaram 0,38%, enquanto as ordinárias (PETR3) subiram 1,26%. O papel ON do Banco do Brasil também registrou alta de 1,17%. A liderança do pregão ficou com IRB (IRBR3), que disparou 11,30% após ser apontada pelo BTG como uma das principais opções de investimento para 2025.

No campo negativo, ações sensíveis ao ciclo econômico foram penalizadas. CVC ON (CVCB3) recuou 7,74%, e Magazine Luiza ON (MGLU3) caiu 6,45%, refletindo o aumento da aversão ao risco no cenário doméstico.

Dólar segue em alta com forte saída de capital

O dólar à vista teve mais uma sessão de valorização, encerrando o dia com alta de 0,38%, cotado a R$ 6,1773. Segundo operadores de câmbio, a moeda americana foi impulsionada pela contínua saída de dólares do país, típica do último mês do ano. Até 20 de dezembro, o Brasil registrou uma saída total de US$ 18,4 bilhões, somando os fluxos financeiro e comercial.

Ao longo do dia, a moeda oscilou entre a mínima de R$ 6,1464 e a máxima de R$ 6,1974, apesar de mais uma intervenção do Banco Central, que injetou US$ 3 bilhões no mercado à vista. Em dezembro, a autoridade monetária já vendeu quase US$ 20 bilhões nesse segmento.

Além disso, a incerteza fiscal segue como fator de pressão, alimentando o movimento de busca por dólares em momentos de maior estresse. O euro também valorizou 0,57%, encerrando o dia cotado a R$ 6,4364.

Imagem: Divulgação

Informações do site Bora Investir

Avião da Embraer foi derrubado por sistema russo de defesa aérea, apontam fontes

Acidente no Cazaquistão deixa 38 mortos e levanta questionamentos sobre segurança na região

Um avião da Azerbaijan Airlines caiu na quarta-feira (25) perto da cidade de Aktau, no Cazaquistão, deixando 38 mortos. Segundo quatro fontes no Azerbaijão com conhecimento da investigação, o jato de passageiros da Embraer foi derrubado por um sistema russo de defesa aérea.

O voo J2-8243 partiu de Baku, no Azerbaijão, com destino a Grozny, na Chechênia, mas desviou de sua rota e caiu na costa oposta do Mar Cáspio. Autoridades russas inicialmente alegaram que o acidente poderia ter sido causado por uma colisão com pássaros, mas não explicaram por que o avião cruzou o mar.

O incidente ocorreu em um momento de alta tensão na região, com Moscou usando sistemas de defesa aérea contra ataques de drones ucranianos nas últimas semanas. Ataques recentes atingiram a região da Chechênia, no sul da Rússia, e o aeroporto mais próximo da rota do voo foi fechado na manhã do mesmo dia.

Reações internacionais e investigações em curso
Autoridades da Rússia, Azerbaijão e Cazaquistão solicitaram investigações imediatas sobre o acidente. A Otan também pediu esclarecimentos. "Nossos pensamentos e orações estão com as famílias e vítimas do voo J28243 da Azerbaijan Airlines. Desejamos aos feridos uma rápida recuperação e pedimos uma investigação completa", declarou Farah Dakhlallah, porta-voz da Otan, em um comunicado na plataforma X.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do Brasil, que representa o país fabricante das aeronaves Embraer, informou estar em contato com as autoridades cazaques responsáveis pela investigação. O órgão brasileiro se colocou à disposição para prestar suporte técnico, caso necessário.

O acidente levanta novas preocupações sobre os impactos do conflito entre Rússia e Ucrânia na segurança aérea da região.

Imagem: Local de queda de avião perto de Aktau 25/12/2024 REUTERS/Azamat Sarsenbayev© Thomson Reuters

Reportagem de Nailia Bagirova para a agência de notícias Reuters

Lira e Lula se reúnem no Alvorada em meio a bloqueio de emendas

Encontro durou cerca de uma hora; presidente também recebeu auxiliares

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), na tarde desta quinta-feira (26), no Palácio da Alvorada, residência oficial. O encontro ocorreu por volta das 15h30 e durou cerca de uma hora. 

Segundo atualização da agenda oficial de Lula, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), também estiveram no Alvorada por volta do mesmo horário.

A pauta da reunião não foi informada pelas assessorias, mas ocorreu dias após uma decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender o pagamento de cerca de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão que não teriam cumprido critérios de transparência para sua execução. A decisão judicial foi publicada na segunda-feira (23), antevéspera do feriado de Natal.

No despacho, Dino também determinou a instauração de inquérito pela Polícia Federal (PF), após pedido do PSOL, que teve, por base, suspeitas de irregularidades na destinação dos recursos de emendas das comissões permanentes do Legislativo. Recentemente, a decisão de Dino, definindo critérios de transparência e rastreabilidade para a liberação de emendas, foi referendada por unanimidade pelo STF.

Por causa do encontro com Lula, o presidente da Câmara adiou uma reunião por videoconferência que ocorreria com líderes partidários, para tratar das eleições para a Mesa Diretora da Câmara, marcadas para fevereiro do próximo ano. O principal candidato à sucessão de Lira, que conta com apoio do próprio presidente em fim de mandato, é o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), cuja candidatura já recebeu a adesão formal de 17 partidos. A composição dos demais cargos para a Mesa Diretora ainda está em negociação entre as bancadas.

Imagem: Joédson Alves/Agência Brasil

Fonte: Agência Brasil

Operação militar na Síria contra milícias leais a Assad

Confrontos deixam mortos e intensificam tensão na região costeira

As novas autoridades sírias realizaram nesta quinta-feira (26) uma operação militar contra milícias leais ao presidente deposto Bashar al-Assad na província de Tartus, localizada na região costeira do noroeste do país. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), a ação resultou na morte de três pessoas, identificadas como "homens armados leais ao antigo regime".

Assad foi deposto no dia 8 de dezembro por uma coalizão rebelde liderada pelo grupo islamista sunita Hayat Tahrir al Sham (HTS). Tartus, um reduto da minoria alauita — à qual Assad pertence —, foi palco da operação, que, segundo a agência estatal Sana, neutralizou "um número determinado" de integrantes das milícias pró-Assad.

Protestos e novos confrontos
O OSDH relatou também manifestações em diferentes regiões do país, como Latakia, Tartus, Homs e Aleppo, impulsionadas pela circulação de um vídeo que mostrava um ataque a um santuário alauita. Os protestos, que aconteceram na quarta-feira, resultaram em um manifestante morto e cinco feridos após a repressão das forças de segurança em Homs.

Além disso, confrontos violentos ocorreram em Tartus, envolvendo forças de segurança e apoiadores do antigo regime. O incidente deixou 14 agentes mortos e três homens armados neutralizados, segundo a ONG.

Temores de vingança coletiva
A queda de Bashar al-Assad trouxe alívio para parte da população, mas também alimentou temores, especialmente entre a comunidade alauita, que representa cerca de 9% da população síria. O cientista político Fabrice Balanche alertou para o risco de retaliações contra os alauitas, considerados hereges pelos islamistas.

Enquanto as novas autoridades buscam apaziguar as tensões no país após mais de 13 anos de guerra civil, manifestações e confrontos sinalizam que a instabilidade persiste. "Ouvimos pedidos de calma, mas a situação pode piorar", afirmou Ghidak Mayya, manifestante em Latakia.

Imagem: © Sameer Al-DOUMY

Informações da Agência France-Presse (AFP).


Chega a seis número de corpos resgatados de queda de ponte no Maranhão

 Buscas tinham sido interrompidas devido a risco de contaminação do rio

Mergulhadores da Marinha e dos Corpos de Bombeiros do Maranhão, Tocantins e Pará encontraram mais dois corpos, subindo para seis o número de vítimas da queda da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). O acidente foi no último domingo (22), e as buscas foram retomadas na tarde de ontem (25). Onze pessoas continuam desaparecidas.

Trabalham no resgate subaquático 29 mergulhadores. Segundo o Corpo de Bombeiros do Maranhão, o corpo de uma das vítimas estava dentro de um caminhão, que caiu no rio no momento do acidente.

Os trabalhos foram retomados após confirmação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que emitiu parecer técnico afirmando não haver risco de contaminação nas águas do Tocantins. Havia o risco de que as águas do rio serem contaminadas com a queda de três caminhões que transportavam cerca de 25 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, produto químico corrosivo.

“Os mergulhadores enfrentam as características do rio, que dificultam a visibilidade e se somam à correnteza forte e à profundidade do local do acidente. Além disso, a presença de destroços da ponte e a carga perigosa dos caminhões (ácido sulfúrico e defensivos agrícolas), exige cuidado extra na segurança, uma vez que esses produtos representam risco para os mergulhadores”, disse a corporação.

Segundo os bombeiros, o uso de tecnologia de mapeamento e equipamentos específicos, como o SideScan Sonar, auxiliam na localização dos veículos que ficaram submersos. Em alguns pontos do rio, a profundidade chega a 40 metros.

Além disso, equipes de apoio psicológico estão presentes no local para oferecer suporte às famílias.

Nesta quinta-feira (26), o governador do Maranhão, Carlos Brandão, decretou luto oficial de três dias em todo o estado. “Minha solidariedade aos que foram atingidos nessa tragédia. Reafirmo o nosso compromisso, junto às demais autoridades, em trabalhar para que as vítimas sejam resgatadas. Peço que Deus conforte o coração de todos!”, escreveu Brandão em uma rede social. 

Na segunda-feira (23), o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, já havia decretado luto oficial de três dias em todo o estado em memória às vítimas do desabamento da ponte. Em uma rede social, Barbosa disse que mantinha contato com o Ministério dos Transportes para encontrar soluções alternativas para o tráfego interrompido pela queda da ponte.

Uma das alternativas continua sendo a ponte que liga os dois estados, na cidade maranhense de Imperatriz. Ainda de acordo com Barbosa, a primeira balsa deve chegar até o fim de semana para fazer o transporte da população que precisa cruzar os estados do Tocantins e do Maranhão.

Imagem: Bombeiro Militar/Governo de Tocantins

Fonte: Agência Brasil

Destruição de drogas e protestos marcam dia tenso em Damasco

Um milhão de comprimidos de Captagon e quantidades significativas de canábis foram queimados pelas autoridades sírias, enquanto manifestantes tomaram as ruas pedindo maior inclusão e respeito aos cristãos no país


Canábis e aproximadamente um milhão de comprimidos de Captagon, conhecido como "droga jihadista" devido ao seu uso entre militantes, foram destruídos na última quarta-feira em Damasco. A operação foi conduzida por forças rebeldes sírias lideradas pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham, que havia apreendido os estoques em antigas bases militares e armazéns controlados pelo regime do ex-presidente Bashar al-Assad.

"Respondemos imediatamente ao relatório e encontramos o armazém. Foi revistado pelas unidades especiais de combate às drogas. Encontramos um armazém de Captagon com cerca de um milhão de comprimidos e cannabis. Destruímo-lo imediatamente na presença da administração geral de segurança do Ministério do Interior", afirmou Osama Al-Ayoubi, funcionário do departamento de segurança do Estado sírio.

Desde a queda do regime de Assad, instalações de produção de Captagon em escala industrial têm sido descobertas em várias partes da Síria, gerando um rendimento anual estimado de 9,5 mil milhões de euros. A guerra civil, que já dura quase 14 anos, devastou a economia do país e criou condições ideais para o crescimento dessa indústria ilícita, usada como fonte de financiamento tanto por milícias quanto por autoridades locais.

Paralelamente à destruição das drogas, centenas de manifestantes reuniram-se na capital para condenar a queima de uma árvore de Natal em uma cidade próxima de Hama. Gritando palavras de ordem como "Queremos proteger a nossa terra e as nossas casas! Queremos participar na governação do país", os manifestantes pediram maior tolerância e inclusão das minorias cristãs, que representam menos de 2% da população síria.

O episódio reflete as tensões persistentes na sociedade síria, que ainda luta para se reerguer dos danos causados por anos de conflito.

Fonte: EuroNews

Imagem: © Omar Sanadiki/Copyright 2024 The AP. All rights reserved

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Ásia relembra 20 anos do tsunami que devastou o oceano Índico

Cerimônias emocionam sobreviventes e homenageiam mais de 220 mil vítimas da tragédia

Uma sirene soou nesta quinta-feira (noite de quarta, 25, em Brasília) na cidade de Banda Aceh, na Indonésia, marcando o início das homenagens às mais de 220.000 vítimas do tsunami que varreu a costa do oceano Índico há 20 anos. Sobreviventes e familiares participaram das cerimônias na Grande Mesquita Baiturrahman, onde o toque da sirene por três minutos rememorou o momento exato em que um poderoso terremoto de magnitude 9,1 provocou ondas gigantescas em 26 de dezembro de 2004.

O desastre, que atingiu mais de uma dezena de países, da Indonésia à Somália, deixou um rastro de destruição e marcou profundamente a história da região. A Indonésia foi o país mais afetado, com cerca de 160.000 mortos em sua costa ocidental. Outros milhares de vidas foram perdidas no Sri Lanka, Índia, Tailândia e em outros países.

No Sri Lanka, onde mais de 35.000 pessoas morreram, estão previstas reuniões para relembrar eventos como o descarrilamento de um trem de passageiros que resultou na morte de cerca de 1.000 pessoas. Na Tailândia, onde o tsunami tirou a vida de mais de 5.000 pessoas, vigílias e uma cerimônia oficial organizada pelo governo prestarão homenagens às vítimas.

Imagem: © YASUYOSHI CHIBA

As informações são da Agência de Notícias AFP

PF vai investigar queda de ponte na divisa do MA e TO

 Parte da ponte desabou no domingo; são 4 mortes confirmadas até agora

Prefeitura de Estreito
 Prefeitura de Estreito
A Polícia Federal informou que começou a investigar a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre o Tocantins e o Maranhão. Em nota divulgada na terça-feira (24), a corporação disse que o procedimento de investigação preliminar foi instaurado e que as ações serão conduzidas pelas superintendências regionais da Polícia Federal no Maranhão e no Tocantins. 

A estrutura, que fazia parte da BR-226 e ligava os estados do Tocantins e do Maranhão, desabou no domingo (22). Até o momento, as informações são de que quatro pessoas morreram e 13 estão desaparecidas.

“As diligências preliminares serão conduzidas pelas superintendências regionais da Polícia Federal no Maranhão (SR/PF/MA) e no Tocantins (SR/PF/TO). Além disso, um procedimento de investigação precedente foi instaurado e policiais federais já foram deslocados para coletar dados e evidências sobre o caso. As equipes também irão avaliar a multidisciplinariedade das perícias necessárias e identificar demandas de equipamentos técnicos para aprofundar as investigações”, informou a PF.

A PF disse ainda que deslocou uma equipe com cinco peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC/DITEC), sendo dois engenheiros civis, dois especialistas em local de crime e um especialista em meio ambiente, para a Delegacia de Polícia Federal em Imperatriz. Os policiais vão reforçar os trabalhos periciais.

“A Polícia Federal destaca a importância de apurar as causas do acidente e os danos ambientais decorrentes, assegurando a responsabilidade dos envolvidos e contribuindo para a segurança e proteção da população e do meio ambiente”, diz a nota.

Além da PF, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) vai investigar as causas do acidente. O órgão informou que instaurou uma sindicância para apurar causas e responsabilidades sobre o desabamento da ponte.

Os trabalhos de apuração serão iniciados nesta quinta-feira (26), quando, segundo o diretor-geral do Dnit, Fabrício Galvão, “toda a comissão vai se deslocar para o local do desabamento e começará a fazer a coleta dos documentos necessários para as apurações. Inclusive pretendemos acionar órgãos externos ao DNIT para participarem dos trabalhos”.

Imagem: Prefeitura de Estreito refeitura de Estreito Prefeitura de Estreito Prefeitura de Estreito

Fonte: Agência Brasil

Trump promete retomar pena de morte para crimes graves nos EUA

 Ex-presidente critica decisão de Biden e promete ação enérgica ao assumir o cargo

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta terça-feira (24), por meio de sua plataforma de mídia social Truth Social, que instruirá o Departamento de Justiça a "buscar vigorosamente" a pena de morte para crimes cometidos por "estupradores violentos, assassinos e monstros". A declaração veio após o anúncio do presidente atual, Joe Biden, na segunda-feira, de que comutou as sentenças de 37 dos 40 presos federais no corredor da morte, convertendo-as em prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.

"Assim que eu for empossado, instruirei o Departamento de Justiça a buscar vigorosamente a pena de morte para proteger as famílias e crianças americanas", afirmou Trump, reforçando sua postura de endurecimento no combate a crimes graves.

Durante seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, Trump reiniciou as execuções federais, que estavam suspensas há quase 20 anos. Em contrapartida, Biden, que assumiu a presidência em janeiro de 2021, adotou uma política contrária à pena de morte, suspendendo execuções federais e agora convertendo sentenças.

A equipe de transição de Trump criticou duramente a decisão de Biden, classificando-a como "abominável" e alegando que favorece criminosos "entre os piores assassinos do mundo".

O debate sobre a pena de morte nos Estados Unidos promete ser um tema central nos próximos meses, à medida que Trump se prepara para iniciar seu novo mandato em 20 de janeiro.

Imagem: Donald Trump em Phoenix 22/12/2024 REUTERS/Cheney Orr /© Thomson Reuters

Com informações da Reuters.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Ibovespa cai 1,09% e atinge menor nível desde junho

Pressão cambial e incertezas fiscais marcam reta final de 2024 para a Bolsa brasileira

O Ibovespa iniciou a semana em queda, recuando 1,09% nesta segunda-feira (23) e encerrando o dia aos 120.766,57 pontos, menor nível desde 20 de junho. O índice acumula perda de 3,90% no mês e de 10,00% no ano, aproximando-se de sua pior performance anual desde 2021, quando registrou queda de quase 12%.

A sessão foi marcada por incertezas no câmbio e na curva de juros doméstica, além de preocupações fiscais que seguem pressionando o mercado. O volume negociado na B3 alcançou R$ 20,6 bilhões, com o índice oscilando entre a mínima de 120.617,32 e a máxima de 122.104,68 pontos, registrada no início do dia.

No mercado cambial, o dólar à vista chegou a ser negociado a R$ 6,2010 na máxima do dia, fechando em alta de 1,86%, a R$ 6,1851.

Destaques da Bolsa

Entre as principais ações do Ibovespa, apenas Vale ON (+0,42%) e Petrobras ON (+0,76%; PN +0,03%) fecharam em alta. Por outro lado, grandes bancos, como Santander Unit (-3,09%) e Itaú PN (-1,94%), puxaram o índice para baixo.

Na ponta positiva, as maiores altas foram de Hypera (+3,32%), Suzano (+2,72%) e IRB (+2,42%). Já as maiores quedas ficaram com Automob (-19,05%), após forte valorização na semana passada, além de Azul (-9,34%) e Brava (-7,67%). Dos 87 papéis que compõem a carteira do Ibovespa, apenas 13 encerraram o dia em alta.

Perspectivas para o mercado

Felipe Moura, analista da Finacap, explica que o baixo volume negociado nesta reta final de ano, devido aos feriados de Natal e Ano Novo, tende a reduzir a volatilidade no curto prazo. “O mercado ainda reflete incertezas no cenário fiscal e econômico, o que mantém os investidores defensivos”, afirmou.

Já Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital, destacou que, embora o avanço do pacote fiscal no Congresso tenha sido bem recebido, a desidratação das medidas reforça a cautela sobre o cumprimento de metas fiscais. “Essa falta de clareza fiscal aumenta a aversão ao risco, e é provável que o viés conservador persista até o início de 2025”, avaliou.

Expectativas para janeiro

Com o início de um novo ano, o mercado espera maior movimentação, à medida que gestores de carteira ajustam suas estratégias. “Janeiro será agitado, com investidores avaliando se é o momento de assumir mais riscos ou adotar uma postura ainda mais cautelosa”, concluiu Moura.

Fonte: InfoMoney

Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli

Confiança da Construção sobe em dezembro, mas setor enfrenta desafios na contratação de trabalhadores

Índice de Confiança da Construção alcança 96,6 pontos, com perspectivas otimistas para 2025

O Índice de Confiança da Construção (ICST), divulgado pelo FGV IBRE, registrou alta de 0,9 ponto em dezembro, atingindo 96,6 pontos. Apesar da melhora, a média móvel trimestral apresentou queda de -0,2 ponto, marcando o segundo resultado negativo consecutivo.

De acordo com Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE, o índice encerra 2024 ligeiramente acima do patamar de dezembro de 2023, refletindo um pessimismo moderado. "Embora o mercado de trabalho esteja aquecido e o setor tenha se beneficiado de investimentos em infraestrutura e mercado imobiliário, as dificuldades na contratação de trabalhadores impactaram os negócios. No entanto, a confiança em dezembro é positiva, com um número maior de empresas esperando crescimento na demanda em comparação às que preveem queda", avaliou.

Índice de Confiança da Construção alcança 96,6 pontos, com perspectivas otimistas para 2025

O Índice de Confiança da Construção (ICST), divulgado pelo FGV IBRE, registrou alta de 0,9 ponto em dezembro, atingindo 96,6 pontos. Apesar da melhora, a média móvel trimestral apresentou queda de -0,2 ponto, marcando o segundo resultado negativo consecutivo.

De acordo com Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE, o índice encerra 2024 ligeiramente acima do patamar de dezembro de 2023, refletindo um pessimismo moderado. "Embora o mercado de trabalho esteja aquecido e o setor tenha se beneficiado de investimentos em infraestrutura e mercado imobiliário, as dificuldades na contratação de trabalhadores impactaram os negócios. No entanto, a confiança em dezembro é positiva, com um número maior de empresas esperando crescimento na demanda em comparação às que preveem queda", avaliou.

Percepção atual e expectativas

A alta do ICST foi impulsionada pela melhora tanto na avaliação do momento atual quanto nas expectativas futuras. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 0,3 ponto, alcançando 95,8 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 1,5 ponto, atingindo 97,6 pontos.

Os componentes do ISA-CST apresentaram variações distintas:

  • O indicador de volume de carteira de contratos cresceu 2,8 pontos, chegando a 96,9 pontos.
  • Por outro lado, o indicador de situação atual dos negócios caiu 2,1 pontos, para 94,7 pontos.

No âmbito das expectativas, ambos os componentes do IE-CST avançaram:

  • O indicador de demanda prevista nos próximos três meses subiu 2,6 pontos, atingindo 100,7 pontos.
  • Já o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses avançou 0,4 ponto, alcançando 94,4 pontos.

Utilização da capacidade

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção registrou leve queda de -0,1 ponto percentual (p.p.), para 78,9%. O NUCI de Mão de Obra também variou negativamente em -0,1 p.p., ficando em 80,3%, enquanto o NUCI de Máquinas e Equipamentos avançou 0,4 p.p., alcançando 73,6%.

Com investimentos significativos no setor ao longo de 2024 e perspectivas de continuidade em 2025, o mercado da construção se mantém em um cenário desafiador, mas com sinais de otimismo no horizonte.

 

Projeto obriga rodovias brasileiras a adotarem gestão de segurança e qualidade

Medida visa alinhar normas nacionais às práticas internacionais de segurança rodoviária

O Projeto de Lei 710/24 propõe que a administração de rodovias federais, estaduais e municipais adote sistemas de gestão de qualidade e segurança em todas as etapas, desde a implantação até a restauração das vias. Aprovado no Senado, o texto agora segue em análise na Câmara dos Deputados.

A iniciativa altera o Sistema Nacional de Viação (Lei 12.379/11) e estabelece, entre outros pontos, a criação de canais de ouvidoria para facilitar o relato de problemas e irregularidades nas rodovias. Segundo o texto, a União será responsável pela certificação da segurança de todas as rodovias federais pavimentadas até 2050. Já os estados e o Distrito Federal terão prazo até 2060 para certificar a boa administração das vias sob sua responsabilidade.

De autoria do senador Marcos do Val (Pode-ES), o projeto busca aproximar o Brasil das práticas internacionais de segurança rodoviária. "A adoção dessas medidas é fundamental para garantir estradas mais seguras e modernas, além de reduzir acidentes e salvar vidas", afirma o parlamentar.

Tramitação

O projeto será avaliado em caráter conclusivo pelas comissões de Viação e Transportes e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Para ser sancionado, o texto precisa ser aprovado tanto pela Câmara quanto pelo Senado.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Relator adia análise da Lei Orçamentária de 2025 para o próximo ano

Angelo Coronel justifica decisão com necessidade de cálculos mais precisos e base normativa consolidada

O senador Angelo Coronel (PSD-BA), relator do Projeto da Lei Orçamentária Anual de 2025 (LOA – PLN 26/2024), informou que a apreciação de seu relatório ficará para o próximo ano. Em nota divulgada à imprensa na noite desta quinta-feira (19), Coronel destacou a importância de analisar o Orçamento com cuidado e tempo, deixando a apreciação para a Comissão Mista de Orçamento (CMO) e o Congresso Nacional somente após o recesso parlamentar.

O relator reconheceu a urgência em avançar na análise do Orçamento, mas ressaltou que ainda aguarda informações consolidadas. Ele citou como exemplo as alterações no salário mínimo, que afetam despesas previdenciárias, benefícios sociais e metas fiscais. "As mudanças exigem cálculos e projeções mais precisos", argumentou Coronel.

Impacto das emendas e cenário fiscal

Coronel também apontou a recente aprovação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO – PLN 3/2024) no Congresso, que recebeu "centenas de emendas" e ainda depende da análise do Executivo, com possibilidade de vetos. Segundo ele, a ausência de uma base normativa consolidada pode gerar um Orçamento desconectado da realidade fiscal do país.

— Sem um cenário fiscal delineado por todos os elementos votados e sancionados, corremos o risco de produzir uma peça orçamentária desalinhada com as prioridades e metas nacionais — destacou o senador na nota.

Prioridades nacionais e equilíbrio fiscal

Para Angelo Coronel, a decisão de adiar a análise não significa retardar o processo, mas garantir que o documento final retrate com precisão as prioridades nacionais, o equilíbrio das contas públicas e o compromisso com metas de médio e longo prazo.

O adiamento da apreciação do relatório reforça a interdependência entre o Orçamento de 2025 e o pacote fiscal do governo federal, cuja aprovação no Congresso ocorreu nesta quinta-feira. O senador frisou que o alinhamento de todas as peças legislativas é essencial para uma gestão pública eficiente e responsável.

A análise da LOA deve ser retomada no início do próximo ano, após a consolidação das informações e a definição de um cenário fiscal mais claro.

Imagem: Geraldo Magela/Agência Senado

Fonte: Agência Senado

Senado aprova lei que estabelece novos limites para gastos públicos em caso de déficit primário

Projeto integra pacote fiscal do governo e visa economizar R$ 70 bilhões em dois anos

O Senado Federal aprovou nesta quinta-feira (19) o Projeto de Lei Complementar (PLP) 210/2024, que estabelece novas regras para conter gastos públicos em situações de déficit primário. A proposta foi aprovada com ampla maioria: 72 votos favoráveis, um contrário e nenhuma abstenção. Agora, o texto segue para sanção presidencial.

Entre as principais medidas, o projeto proíbe a concessão, ampliação ou prorrogação de incentivos tributários enquanto houver déficit primário — situação em que as receitas arrecadadas pelo governo são menores que as despesas, desconsiderando os juros da dívida pública. Também foram incluídas travas para o aumento de despesas com pessoal e autorização para o bloqueio parcial de emendas parlamentares não impositivas em casos de resultado negativo na economia.

O relator do projeto, senador Jaques Wagner (PT-BA), defendeu que o texto aprovado na Câmara dos Deputados na quarta-feira (18) fosse mantido integralmente para evitar atrasos na tramitação. Segundo ele, a aprovação da proposta é essencial para viabilizar o pacote fiscal do governo federal, que tem como meta estabilizar a dívida pública e garantir previsibilidade econômica.

Economia e ajustes fiscais

De acordo com o governo, o pacote pode gerar uma economia de R$ 70 bilhões em dois anos. Wagner destacou que o texto aprovado cria gatilhos fiscais robustos para reduzir os gastos obrigatórios e melhorar a gestão fiscal.

— Esse projeto é um passo decisivo para consolidar o ajuste fiscal e estabilizar as finanças públicas do país. Ele foi construído com responsabilidade e busca preservar o equilíbrio macroeconômico — afirmou o relator.

Por outro lado, o líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), criticou a proposta, afirmando que as estimativas de economia apresentadas pelo governo são "infladas".

— O que falta é confiança na condução das finanças públicas. Os cálculos reais indicam que a economia será muito menor, em torno de R$ 41 bilhões a R$ 42 bilhões em dois anos. Precisamos de medidas mais abrangentes para cortar despesas de forma significativa — argumentou Marinho.

Impacto nas emendas parlamentares

Um dos pontos mais debatidos foi a autorização para o governo bloquear ou contingenciar emendas parlamentares não impositivas, como as de comissões e do relator do Orçamento. Segundo o texto, esse bloqueio seguirá a proporção aplicada a outras despesas discricionárias, respeitando um limite de até 15% das dotações.

As emendas individuais e de bancada, consideradas impositivas, ficaram de fora da regra, garantindo sua execução obrigatória até um percentual da Receita Corrente Líquida (RCL).

Incentivos tributários e salários

O projeto também determina que, em caso de déficit primário, a União estará proibida de conceder novos incentivos tributários até que o superávit seja restabelecido. Da mesma forma, o aumento real de salários do funcionalismo público será limitado a 0,6% ao ano, com vigência até 2030, exceto em casos de decisões judiciais.

Outros destaques do projeto

  • Uso de fundos públicos: Entre 2025 e 2030, o governo poderá usar o superávit de cinco fundos nacionais para abater a dívida pública, incluindo o Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD) e o Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset).
  • Impacto no esporte: Senadores alertaram para possíveis prejuízos à Lei de Incentivo ao Esporte, que depende de renúncias fiscais. Leila Barros (PDT-DF) e Carlos Portinho (PL-RJ) pediram uma solução permanente para garantir o financiamento ao setor.
  • INSS: O crescimento de despesas com novos benefícios da Seguridade Social será limitado a 2,5% acima da inflação, seguindo as regras do Novo Arcabouço Fiscal.

Próximos passos

Além do PLP 210/2024, o pacote de ajuste fiscal inclui outras duas propostas: a PEC 45/2024, que também foi analisada pelo Senado, e o Projeto de Lei 4.614/2024, ainda em tramitação na Câmara. Com a sanção do PLP, o governo espera dar um primeiro passo para cumprir a meta fiscal a partir de 2025, buscando zerar o déficit público e fortalecer a confiança na economia.

A aprovação do projeto foi um marco importante, mas as discussões revelaram a complexidade de equilibrar cortes de despesas e a manutenção de políticas públicas essenciais. O cenário para os próximos anos ainda dependerá da implementação e dos resultados concretos das medidas propostas.

Imagem: Andressa Anholete/Agência Senado

Fonte: Agência Senado


Câmara dos Deputados aprova PEC do corte de gastos com impacto no Fundeb e em outros programas sociais

Texto reduz despesas obrigatórias e estabelece novas regras para o abono salarial e recursos da educação

A Câmara dos Deputados aprovou, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/24, apensada à PEC 31/07, como parte do esforço do governo federal para controlar o crescimento das despesas obrigatórias. Foram 348 votos favoráveis e 146 contrários na segunda votação; no primeiro turno, a PEC teve 344 votos a favor e 154 contrários. Agora, a proposta segue para o Senado.

O texto aprovado, relatado pelo deputado Moses Rodrigues (União-CE), introduz uma série de mudanças significativas em áreas como educação, benefícios sociais e gestão fiscal. De acordo com o relator, o objetivo é criar um ajuste fiscal responsável, preservando os programas sociais das últimas décadas.

Alterações no Fundeb

Um dos principais pontos da PEC está relacionado ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). A proposta destina, a partir de 2025, 10% dos repasses federais para ações voltadas à criação e manutenção de matrículas em tempo integral na educação básica pública. Isso inclui critérios como indicadores de qualidade e redução de desigualdades.

Embora o texto mantenha o percentual total dos repasses da União ao Fundeb (23% do total investido por estados e municípios), a parcela destinada à educação em tempo integral não seguirá os critérios constitucionais de valor mínimo por aluno. O relator defendeu a medida como necessária para estimular o ensino integral, enquanto opositores alertaram para os riscos de desvio de recursos de outras áreas prioritárias da educação.

A PEC também prevê que, a partir de 2026, pelo menos 4% dos recursos do Fundeb deverão ser aplicados em matrículas de tempo integral, conforme diretrizes pactuadas entre estados, municípios e a União.

Mudanças no abono salarial do PIS/Pasep

Outra alteração significativa é a mudança nos critérios para o recebimento do abono salarial do PIS/Pasep. Atualmente, o benefício é pago a trabalhadores com carteira assinada que ganham até dois salários mínimos. Com a PEC, a partir de 2026, apenas quem tiver renda de até 1,5 salário mínimo no ano-base terá direito ao benefício.

Além disso, o valor de referência será corrigido apenas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), reduzindo o número de beneficiários ao longo dos anos.

Prorrogação da DRU

A Desvinculação de Receitas da União (DRU), que permite ao governo federal usar livremente 30% dos recursos vinculados a fundos e despesas específicas, foi prorrogada até 31 de dezembro de 2032. Contudo, a PEC exclui da DRU receitas provenientes do Fundo Social do pré-sal e royalties destinados à educação e saúde, garantindo que esses recursos sejam preservados para suas finalidades originais.

Uso de recursos do Fundeb em alimentação escolar

A proposta aprovada também autoriza o uso de recursos do Fundeb para complementar programas de alimentação e saúde escolar, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Essa medida gerou críticas de parlamentares e movimentos sociais que consideram a alimentação escolar uma atividade suplementar e não parte do orçamento da educação.

O deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ) argumentou que a mudança pode comprometer o foco principal do Fundeb, que é a valorização da educação e dos profissionais. Por outro lado, o deputado Mendonça Filho (União-PE) defendeu que a medida é necessária para ajudar estados e municípios com dificuldades financeiras.

Supersalários e outros ajustes

A PEC também estabelece que as exceções ao teto salarial do funcionalismo público deverão ser regulamentadas por lei ordinária, e não por lei complementar, como era previsto anteriormente. Essa medida visa dar maior controle sobre as chamadas “indenizações” que ultrapassam o teto do funcionalismo.

Impactos e próximos passos

A PEC traz ainda limitações para novas vinculações de receitas a despesas obrigatórias, impondo restrições que estarão alinhadas ao teto de crescimento de 2,5% do arcabouço fiscal. Também há previsão de ajustes nos incentivos tributários, com regras futuras para concessão e ampliação de benefícios fiscais.

O texto segue agora para o Senado, onde será novamente avaliado. Aprovada pela Câmara com o apoio da maioria das lideranças partidárias, a PEC busca equilibrar cortes de despesas e a preservação de políticas públicas essenciais, embora tenha sido alvo de críticas por parte de parlamentares e entidades sociais.

Imagem: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Fonte: Agência Câmara de Notícias

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Câmara aprova regulamentação da reforma tributária com mudanças e benefícios sociais

Texto inclui devolução de tributos para baixa renda, isenções para produtos básicos e novas regras para compras online. Projeto segue para sanção presidencial

Em uma decisão histórica, a Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (17) o Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/24, que regulamenta a reforma tributária. Após ajustes realizados pelo Senado, o texto foi parcialmente modificado pelos deputados e segue agora para sanção presidencial. A proposta detalha regras sobre o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo, que substituirão tributos como PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI a partir de 2027.

Principais mudanças no texto aprovado

O texto da Câmara trouxe novidades e ajustes em pontos sensíveis, como a devolução de tributos para consumidores de baixa renda (cashback), isenções para produtos essenciais e mudanças em alíquotas. Entre as medidas aprovadas, destacam-se:

  • Devolução de tributos para baixa renda: Consumidores de baixa renda terão devolução de 100% da CBS e 20% do IBS nas contas de energia, água, gás e telecomunicações. O benefício será destinado às famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com renda per capita de até meio salário mínimo.
  • Isenções para produtos básicos: Produtos da cesta básica, como arroz, feijão, leite, carnes, peixes e açúcar, terão alíquota zero. Além disso, itens como fórmulas infantis, óleos vegetais, pão francês, queijos e frutas também foram incluídos na lista de isenções.
  • Alíquotas reduzidas para produtos in natura: A comercialização de produtos agropecuários, pesqueiros e extrativistas vegetais in natura terá redução de 60% na alíquota do IBS e CBS, desde que não passem por processos industriais.
  • Cashback direto em contas: O mecanismo de cashback será aplicado automaticamente em bens e serviços de consumo regular, como contas de energia e água. O governo transferirá o valor diretamente aos bancos, que terão até 10 dias para repassar o benefício às famílias.
  • Compras internacionais: O projeto também cria novas regras para compras online de produtos importados, vinculando os mecanismos de pagamento ao sistema de arrecadação, buscando evitar a evasão fiscal.

Itens específicos e impactos para setores econômicos

O texto aprovado pela Câmara manteve algumas modificações feitas pelo Senado, mas reverteu outras que poderiam impactar a arrecadação e o equilíbrio do sistema tributário:

  • Imposto Seletivo sobre bebidas açucaradas: A Câmara optou por restabelecer a incidência do tributo sobre esses produtos, considerada uma medida para combater problemas de saúde pública.
  • Exclusão de armas e munições: Esses itens não serão incluídos no Imposto Seletivo, que será aplicado apenas a produtos considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
  • Planos de saúde para animais: Foi aprovada uma redução de 30% na tributação para serviços de planos de saúde veterinários, incentivando o cuidado com animais domésticos.
  • Medicamentos e insumos agropecuários: A alíquota para medicamentos não incluídos em listas de isenção será reduzida em 60%. Já insumos agropecuários, fertilizantes e vacinas veterinárias terão redução semelhante.

Criação do "nanoempreendedor"

O texto inova ao criar a categoria de nanoempreendedor, destinada a pessoas físicas com faturamento anual de até R$ 40,5 mil (50% do limite do MEI). Esses profissionais terão isenção total de IBS e CBS, desde que não estejam no regime do Microempreendedor Individual (MEI).

Polêmicas e debate no Plenário

A votação foi marcada por intensos debates entre parlamentares. O relator, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), afirmou que o texto final beneficia a população ao reduzir a carga tributária. “A reforma está reduzindo a carga em 0,7% para todos os brasileiros. Escolhemos rejeitar as mudanças do Senado que aumentavam as alíquotas e manter a justiça tributária”, disse.

Por outro lado, a oposição criticou a proposta. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) destacou que o texto pode resultar em uma das maiores alíquotas de imposto agregado do mundo. “Estamos criando o maior IVA do planeta, sem a contrapartida de serviços de qualidade”, afirmou.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu a aprovação do texto como uma etapa fundamental na simplificação do sistema tributário. “Vivemos em um verdadeiro manicômio tributário. Esta reforma não é perfeita, mas é necessária para trazer mais transparência e equilíbrio ao sistema”, declarou.

Próximos passos

Com a aprovação na Câmara, o texto segue para sanção presidencial. Caso seja sancionado sem vetos, a reforma entrará em vigor gradualmente a partir de 2027, com a implementação do cashback prevista para 2029 no caso do IBS.

A reforma tributária representa uma tentativa de reestruturar o sistema fiscal brasileiro, promovendo justiça social e simplificação tributária, mas enfrenta desafios e críticas sobre os possíveis impactos econômicos e sociais.

Imagem:Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Fonte: Agência Câmara de Notícias