A base aliada derrotou o governo na
votação do projeto de lei que amplia as possibilidades de terceirização no
mercado de trabalho. Quase 60% dos votos favoráveis à proposta, considerada
prejudicial aos trabalhadores pelo Palácio Planalto, foram dados por deputados
de partidos governistas. Dos 324 votos a favor da terceirização, 189 foram
distribuídos por parlamentares de nove legendas que apoiaram a reeleição da
presidenta Dilma ou ocupam cargos no Executivo. O único aliado inteiramente
fiel ao governo nessa votação foi o PT: os 61 petistas presentes votaram pela
derrubada da medida, o que representa 44% dos 137 votos contrários ao projeto
de lei.
Na primeira grande votação após o
vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumir o papel de coordenador político do
Planalto, o PMDB se posicionou em trincheira oposta ao governo. Ao todo, 54
peemedebistas votaram a favor da proposta, apenas seis se manifestaram contra:
Hermes Parcianello (PR), João Arruda (PR), Lúcio Mosquini (RO), Marinha Raupp
(RO), Osmar Terra (RS) e Vitor Valim (CE).
Partido com maior número de políticos
sob investigação na Operação Lava Jato, o PP deu 34 votos a favor das novas
regras para a terceirização. Somente Jorge Boeira (PP-SC), Marcelo Belinati
(PP-PR) e Nelson Meurer (PP-PR), um dos investigados na Lava Jato, votaram
contra a proposta. Depois do PMDB e do PP, o PSD, do ministro das Cidades,
Gilberto Kassab, foi o terceiro aliado a render mais votos contra a orientação
do governo. Dos 30 parlamentares do PSD, 27 votaram a favor do projeto. Somente
Danrley de Deus (RS) e Sóstenes Cavalcante (RJ) se posicionaram contra. O
Delegado Eder Mauro (PA) se absteve.
O PR, que comanda o Ministério dos
Transportes, somou 23 votos favoráveis à proposta. Apenas seis deputados da
legenda votaram pela rejeição ao projeto: Cabo Sabino (CE), Clarissa Garotinho
(RJ), João Carlos Bacelar (BA), Lincoln Portela (MG), Silas Freire (PI) e
Tiririca (SP). Zenaide Maia (RN) se absteve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário