Reunião de representantes do
TCE-PB e do Ministério Público reafirmou parceria para uma nova etapa das
investigações sobre fraude de R$ 200 milhões em prefeituras
O Tribunal de Contas da Paraíba enviará,
nos próximos dias, ao Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), as
conclusões das análises técnicas de toda documentação apreendida durante a operação ‘Papel Timbrado’, deflagrada há um ano para
investigar um esquema de fraude em licitações públicas que teria desviado cerca
de R$ 200 milhões em mais de 80 prefeituras na Paraíba e em outros estados da federação.
Durante audiência na tarde desta
terça-feira (12), o presidente do TCE, conselheiro Arthur Cunha Lima, e o
promotor de Justiça do Ministério Público da Paraíba, Rafael Lins Linhares,
discutiram como as instituições conduzirão os trabalhos, de forma conjunta,
nesta nova etapa das investigações. Há um ano, análises feitas por 20 auditores
de contas públicas encontraram inconsistências nas informações de grande
quantidade de documentos apreendidos.
Na
reunião, Arthur frisou que auditores e pessoal técnico de apoio continuarão à
disposição para colaborar tanto com o Ministério Público quanto todos os demais
órgãos e instituições envolvidas nas investigações.
“Essa é
uma parceria muito relevante, porque fortalece a unidade das instituições em
torno de uma causa importante, e o TCE tem nos auxiliado como muita eficiência
ao longo desse trabalho”, comentou o promotor.
De acordo
com Rafael Linhares, as análises feitas tanto pelo Tribunal de Contas quanto
pela Controladoria Geral da União na Paraíba nos documentos apreendidos serão
determinantes, junto com outros elementos e provas colhidos, para que o
Ministério Público possa dar início ao ajuizamento de ações criminais contra os
envolvidos na operação ‘Papel Timbrado’. Não há prazo para que isto ocorra, mas
a conclusão dos relatórios, observa ele, permite que as investigações avancem
para uma nova e importante etapa – o ajuizamento das ações.
A operação
Deflagrada
em abril do ano passado, no início das investigações cerca de 60 mandados foram
cumpridos em dez prefeituras paraibanas, escritórios de contabilidade e
empresas de construção. Mais de 200 agentes públicos estiveram envolvidos na
busca por documentos.
A
operação 'Papel Timbrado' resultou de parceria entre os Ministérios Público
Estadual e Federal, Tribunais de Conta do Estado da Paraíba e da União,
Controladoria Geral da União, Conselho Administrativo de Defesa Econômica e das
polícias Civil e Militar.
O “kit” fraude
O esquema
de fraude envolveu uma organização com mais de 53 empresas - a maioria delas
fantasmas - que oferecia kits de licitação, garantia a documentação para
fraudar processos licitatórios e desviar os recursos públicos. Os chamados
'kits de licitação' garantiam papéis timbrados de construtoras, certidões
negativas, contratos sociais, documentos de sócios e propostas de preços. Ao
que se descobriu à época, toda essa documentação, necessária para participar
das concorrências, era comercializada com o objetivo de fraudar licitações e
contratos em municípios paraibanos.
Fonte: Portal Correio
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