Na reunião desta quinta-feira (28) da
comissão especial que discute proposta (PL 3722/12) de mudanças no Estatuto do
Desarmamento (Lei 10.826/03), todos se manifestaram favoráveis à revisão do
Estatuto como forma de facilitar a compra de armas pela população civil.
Entre palestrantes e deputados, não
houve quem se colocasse contra o rearmamento da sociedade, apresentada como
desprotegida contra a criminalidade - mais armada, através do contrabando, e
mais agressiva, por não encontrar resistência -, o que explicaria o aumento de
latrocínios, invasões a residências e fazendas, assaltos com armas brancas e
crimes com explosivos.
Entre os expositores, o coronel Marco
Antônio Santos, presidente da Confederação Brasiliense de Tiro, observou que,
mesmo longe dos grandes centros, o brasileiro, espalhado num Brasil
continental, "só tem Deus e ele próprio para defendê-lo, em geral com as
mãos, no máximo facão, pois arma de fogo ele não consegue comprar". E
concluiu: "Quem desarma o cordeiro, privilegia o lobo".
O diretor de Fiscalização de Produtos
Controlados do Exército, general Luís Henrique de Andrade, fez um histórico da
atuação de sua arma na área, apontando que 4,5 milhões de armas já foram
apreendidas e destruídas pelo Exército.
Indústria de armas
O presidente da Associação Nacional
de Armas e Munição, Salésio Nuhs, disse que o governo, quando quer discutir o
desarmamento, só fala com as ONGS e não com a indústria: "Uma contradição,
pois é ela que controla a fabricação e a venda. Ela não controla as armas
ilegais que entram pelo contrabando, que aumentou 455%. Na apreensão de armas
no Complexo do Alemão, 80% eram armas contrabandeadas".
"Quando entrei para esta
comissão pensei que seria muito criticada, mas ocorreu o contrário", disse
a deputada Magda Mofatto (PR-GO). "Ganhei mais apoio. Os níveis alarmantes
da violência no País se devem em boa parte ao desarmamento da população e à
maioridade penal [18 anos], dois pontos que temos de atacar para diminuir esta
violência".
Imigrantes
Para o deputado Delegado Edson
Moreira (PTN-MG), também seria necessário melhor fiscalização na entrada de
imigrantes através das nossas fronteiras e direcionadas ao Sul, principalmente
São Paulo. "Com os imigrantes, entram armas e drogas", disse.
Depois de acusar o governo de
utilizar parlamentares da sua base para protelar os trabalhos da comissão, o
deputado Eduardo Bolsonaro (PSC SP) perguntou: "A quem interessa o
desarmamento, se tivemos mais de 42 mil pessoas mortas por arma de fogo neste
ano? Um recorde".
Já o deputado João Rodrigues (PSD-SC)
disse que o governo "jogou no lixo R$ 600 milhões em propaganda para
desarmar o povo brasileiro, uma campanha feita de forma despreparada e até mal
intencionada. O cidadão tem dificuldades em obter uma arma para proteger a sua
casa, e o bandido tem arma a hora que quer através do contrabando".
Fonte: http://rembrandtcarvalho.blogspot.com.br/
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