Radio Evangélica

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Mercado Vê Leve Alívio na Inflação, Mas Cenário Exige Juros Altos e Modera Crescimento

Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, mostra que a projeção do IPCA para este ano caiu para 4,81%, mas o indicador permanece acima do teto da meta. Expectativa é de que a taxa Selic se mantenha em 15% para conter os preços.

Brasília – O mercado financeiro ajustou levemente para baixo sua projeção para a inflação oficial do país em 2025, mas o otimismo é contido. De acordo com o Boletim Focus, pesquisa semanal divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira (29), a expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 4,83% para 4,81%. Apesar da melhora, o número segue acima do teto da meta de 4,5% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Essa persistência da inflação em patamar elevado justifica a postura rígida do Banco Central em sua política monetária. Para convergir a inflação à meta, a principal ferramenta, a taxa básica de juros (Selic), está ancorada em 15% ao ano. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sinaliza a intenção de manter a taxa "por período bastante prolongado", uma estratégia para conter a demanda aquecida e estabilizar os preços.

As projeções dos analistas corroboram essa visão, estimando que a Selic encerre 2025 no mesmo patamar de 15%. Apenas para os anos seguintes o mercado prevê um relaxamento, com a taxa caindo para 12,25% ao fim de 2026 e chegando a 10% em 2028.

O Custo do Controle: Impacto no Crescimento Econômico

A manutenção de juros altos, embora necessária para o controle inflacionário, impõe um freio à atividade econômica ao encarecer o crédito e desestimular investimentos e consumo. Esse efeito se reflete nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB).

Para este ano, a estimativa de crescimento da economia foi mantida em 2,16%. No entanto, para os próximos anos, o ritmo esperado é mais modesto: o mercado projeta uma expansão de 1,8% em 2026, seguida por 1,9% em 2027 e 2% em 2028. Esses números indicam que o combate à inflação continuará a ser a prioridade, mesmo que isso signifique um crescimento econômico menos robusto.

Projeções de Longo Prazo e Câmbio

Olhando para o futuro, as instituições financeiras demonstram uma confiança gradual na convergência da inflação para o centro da meta. A projeção para o IPCA em 2026 também teve uma leve queda, para 4,28%, e as estimativas para 2027 e 2028 são de 3,9% e 3,7%, respectivamente, já dentro do intervalo de tolerância.

No que tange ao câmbio, a previsão para a cotação do dólar ao final deste ano é de R$ 5,48. Para o fim de 2026, a expectativa é que a moeda norte-americana se valorize um pouco mais, atingindo R$ 5,58. O cenário traçado, portanto, é de um equilíbrio delicado entre controle de preços, juros elevados e um crescimento econômico que avança de forma contida.

Fonte: Agência Brasil

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