Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, mostra que a projeção do IPCA para este ano caiu para 4,81%, mas o indicador permanece acima do teto da meta. Expectativa é de que a taxa Selic se mantenha em 15% para conter os preços.
Brasília – O mercado financeiro ajustou levemente
para baixo sua projeção para a inflação oficial do país em 2025, mas o otimismo
é contido. De acordo com o Boletim Focus, pesquisa semanal divulgada pelo Banco
Central nesta segunda-feira (29), a expectativa para o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 4,83% para 4,81%. Apesar da
melhora, o número segue acima do teto da meta de 4,5% estipulada pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN).
Essa persistência da inflação em patamar elevado justifica a
postura rígida do Banco Central em sua política monetária. Para convergir a
inflação à meta, a principal ferramenta, a taxa básica de juros (Selic), está
ancorada em 15% ao ano. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária
(Copom) sinaliza a intenção de manter a taxa "por período bastante
prolongado", uma estratégia para conter a demanda aquecida e estabilizar
os preços.
As projeções dos analistas corroboram essa visão, estimando
que a Selic encerre 2025 no mesmo patamar de 15%. Apenas para os anos seguintes
o mercado prevê um relaxamento, com a taxa caindo para 12,25% ao fim de 2026 e
chegando a 10% em 2028.
O Custo do Controle: Impacto no Crescimento Econômico
A manutenção de juros altos, embora necessária para o
controle inflacionário, impõe um freio à atividade econômica ao encarecer o
crédito e desestimular investimentos e consumo. Esse efeito se reflete nas
projeções para o Produto Interno Bruto (PIB).
Para este ano, a estimativa de crescimento da economia foi
mantida em 2,16%. No entanto, para os próximos anos, o ritmo esperado é mais
modesto: o mercado projeta uma expansão de 1,8% em 2026, seguida por 1,9% em
2027 e 2% em 2028. Esses números indicam que o combate à inflação continuará a
ser a prioridade, mesmo que isso signifique um crescimento econômico menos
robusto.
Projeções de Longo Prazo e Câmbio
Olhando para o futuro, as instituições financeiras
demonstram uma confiança gradual na convergência da inflação para o centro da
meta. A projeção para o IPCA em 2026 também teve uma leve queda, para 4,28%, e
as estimativas para 2027 e 2028 são de 3,9% e 3,7%, respectivamente, já dentro
do intervalo de tolerância.
No que tange ao câmbio, a previsão para a cotação do dólar
ao final deste ano é de R$ 5,48. Para o fim de 2026, a expectativa é que a
moeda norte-americana se valorize um pouco mais, atingindo R$ 5,58. O cenário
traçado, portanto, é de um equilíbrio delicado entre controle de preços, juros
elevados e um crescimento econômico que avança de forma contida.
Fonte: Agência Brasil

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