GUSTAVO PATU
DE BRASÍLIA
Com o
impulso do reajuste do salário mínimo e da reformulação do Bolsa Família, os
programas sociais de transferência de renda alcançaram peso inédito no gasto
público e na economia do país.
Recursos
pagos diretamente a famílias representaram mais da metade --exatos 50,4%-- das
despesas do governo federal no ano passado, excluídos da conta os encargos da
dívida pública.
Dados
recém-apurados da execução orçamentária mostram que o montante chegou a R$
405,2 bilhões, distribuídos entre o regime geral de previdência, o amparo ao
trabalhador e a assistência.
Ex-miseráveis vivem de maneira precária, mas têm o que
comer
13 mil famílias deixam lista da miséria após extra de R$ 2
Programas de transferência de renda se encontram em fase de 'consolidação'
Famílias deixam pobreza extrema, mas ainda enfrentam dificuldades; leia histórias
Análise: Boa conta, sem truques, inclui mais parâmetros além da renda
13 mil famílias deixam lista da miséria após extra de R$ 2
Programas de transferência de renda se encontram em fase de 'consolidação'
Famílias deixam pobreza extrema, mas ainda enfrentam dificuldades; leia histórias
Análise: Boa conta, sem truques, inclui mais parâmetros além da renda
Trata-se
de 9,2% do Produto Interno Bruto, ou seja, de todos os valores recebidos pela
população e pelas empresas instaladas no país.
São
proporções sem paralelo entre países emergentes, o que ajuda a explicar a
também anômala carga de impostos brasileira, na casa de 35% da renda nacional.
Na maior
parte das economias latino-americanas e asiáticas, a arrecadação dos governos
varia entre 20% e 25% do PIB --apenas recentemente, a Argentina chegou aos
patamares do Brasil.
A carga
tributária dos dois sul-americanos é similar à média de 34 países da
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, que reúne, na sua
maior parte, nações desenvolvidas.
O aparato
de seguridade social no Brasil é encabeçado pela previdência social urbana,
cuja clientela cresce ano a ano em linha com o aumento da expectativa de vida
da população.
As
despesas recordes do ano passado foram alimentadas pelo aumento do salário
mínimo de 7,5% acima da inflação, o maior desde o ano eleitoral de 2006.
Além das
aposentadorias e pensões, os benefícios trabalhistas e assistenciais de caráter
universal --direitos de todos os que preencherem os requisitos da legislação--
também têm o piso salarial como referência.
Estão
nessa lista o seguro-desemprego, o abono salarial e a assistência obrigatória a
idosos e deficientes de baixa renda, todos com aumento de transferências em
2012.
O abono
salarial cresce ainda com a formalização da mão de obra, uma vez que
trabalhadores sem carteira não têm direito ao benefício.
Na
quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou taxa
de desemprego de 5,5% em 2012, a menor da série histórica anual iniciada em
2003.
Já no
caso do seguro-desemprego, foi editado decreto destinado a conter o aumento de
gastos, com a exigência de curso profissionalizante para os trabalhadores que
ingressam pela terceira vez no programa.
BOLSA
FAMÍLIA
A
expansão mais aguda de despesas se dá no Bolsa Família, que paga benefícios não
vinculados ao salário mínimo a uma clientela cadastrada pelo governo entre
famílias pobres e miseráveis.
Principal
marca da administração petista, o programa passou, na gestão de Dilma Rousseff,
pela maior reformulação desde que foi criado há quase uma década.
Os
benefícios foram reajustados e passaram a ser calculados para que as famílias
com filhos possam ultrapassar a linha da miséria, fixada em R$ 70 mensais por
pessoa.
Em
consequência, a despesa com a clientela de 13,9 milhões de famílias saltou de
R$ 13,6 bilhões, no fim do governo Lula, para R$ 20,5 bilhões no ano passado.
Colaborou GITÂNIO
FORTES, de São Paulo
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1224987-metade-dos-gastos-de-dilma-vai-para-programas-sociais.shtml
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