VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
O governo Dilma vai criar uma fonte de recursos públicos para os
bancos privados financiarem investimentos de médio e longo prazos,
principalmente os destinados a bancar os programas de concessões de rodovias,
ferrovias, portos e aeroportos.
A medida será anunciada pelo
ministro Guido Mantega (Fazenda) a investidores na próxima terça-feira, em Nova
York, quando começa um "road show" para tentar viabilizar o
financiamento dos projetos que o governo quer repassar para a iniciativa
privada explorar.
O valor do fundo ainda não foi
definido, mas ele deve funcionar em estilo semelhante ao repasse de recursos do
Tesouro para o BNDES, que recebe títulos públicos da União para captar dinheiro
e aplicá-lo em financiamento.
Os bancos privados devem pagar
ao governo federal pelo acesso aos recursos uma correção baseada na TJLP (taxa
de juros de longo prazo), hoje de 5% ao ano. O governo deve definir que os
bancos cobrem nos financiamentos a mesma taxa, mais um prêmio como remuneração.
O formato da medida deve estar
concluído em duas semanas e atende pedido dos bancos privados. Pressionados a
aumentar sua participação no financiamento de longo prazo, eles reclamavam não
ter o mesmo acesso a dinheiro mais barato que os bancos públicos, como BNDES,
para essa operação.
Guido Mantega avalia que a
medida irá estimular o setor privado a financiar parte do programa de
concessões do governo, que prevê investimentos de R$ 250 bilhões em rodovias,
ferrovias, portos e aeroportos.
Criticado por aumentar a dívida
pública bruta com o mesmo tipo de operação envolvendo o BNDES nos últimos anos,
o Ministério da Fazenda tenta se defender alegando que a dívida líquida não vai
subir, porque os recursos que serão destinados aos bancos privados vão ser
registrados como crédito na contabilidade do governo.
Na prática, o governo vai
estar, em muitos casos, acabando com a intermediação hoje feita pelo BNDES. O
banco público recebe dinheiro do Tesouro e o repassa a bancos privados,
cobrando uma taxa. Agora, os bancos terão acesso direto aos recursos.
A nova fonte de recursos,
segundo a Fazenda, vai se somar aos R$ 15 bilhões de depósitos compulsórios que
o BC já havia liberado para financiar investimentos.
As instituições financeiras
privadas poderão formar consórcios para ter acesso ao fundo de recursos
públicos, o que diminui os riscos. Ainda não foram definidas que garantias
serão exigidas.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1234814-governo-vai-repassar-recursos-para-banco-privado-financiar-concessoes.shtml
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