O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, requisitou esta
semana ao STF (Supremo Tribunal Federal) que determine a apreensão dos
passaportes de todos os 25 condenados no julgamento do mensalão para evitar que
eles deixem o país.
O pedido, que está sob segredo
de Justiça, chegou ao tribunal na última quarta-feira (24) e está no gabinete
do relator do processo, ministro Joaquim Barbosa.
Segundo a Folha apurou com integrantes do Supremo,
Barbosa avisou os colegas sobre o fato durante o intervalo de uma das sessões e
não chegou a dizer o que faria.
A expectativa de ministros
ouvidos pela reportagem é que o relator decida de forma individual,
determinando um prazo para que os condenados, de forma espontânea, entreguem os
seus passaportes para a Polícia Federal.
Nada impede, porém, que ele
submeta sua decisão aos demais colegas, em plenário.
Ao todo, 25 foram condenados
pelo mensalão.
A atitude de Gurgel foi tomada
após a notícia de que um dos condenados, o ex-diretor do Banco do Brasil
Henrique Pizzolato, deixou o Brasil quando o julgamento já estava em curso.
Pizzolato ficou fora do país
por apenas um período, alegou que estava resolvendo um problema pessoal, mas
sua ausência causou apreensão no Ministério Público.
Naquela ocasião, Gurgel chegou
a dizer que, mais do que pedir a apreensão dos passaportes, iria reforçar o
pedido de prisão imediata, após o final do cálculo das penas --é a fase em que
o julgamento está agora. Mas os ministros do Supremo já descartam essa
possibilidade.
Nesta sexta-feira (26), o relator
do mensalão informou, via assessoria de imprensa, que não comentaria o assunto.
A Procuradoria, o gabinete de
Barbosa e a presidência do Supremo não confirmaram ou negaram a existência do
pedido. (FELIPE SELIGMAN,
MÁRCIO FALCÃO E NÁDIA GUERLENDA)
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