LUCIANA MARSCHALL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MARABÁ
AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
Um delegado da Polícia Federal afirmou
ontem possuir indícios de que o R$ 1,1 milhão apreendido anteontem num
aeroporto no interior do Pará seria destinado à campanha do PT de Parauapebas.
O juiz eleitoral que apreendeu o
dinheiro disse à PF que presenciou a fuga do coordenador da campanha petista do
aeroporto assim que percebeu a chegada de policiais civis e militares.
Em seguida, um monomotor aterrissou e
as notas foram apreendidas.
Um dos que carregavam o dinheiro no
avião disse ao juiz que as mochilas seriam entregues a Alex Ohana,
ex-secretário municipal de Saúde e atual coordenador da campanha petista. O
partido comanda a cidade há oito anos, com Darci Lermen, e agora disputa a prefeitura
com José Couto.
"Há veementes indícios de prática
crimes eleitorais", disse à Folha o delegado da PF
Antônio Carvalho.
"Checamos junto aos vigilantes e
ao pessoal da Infraero e realmente o Alex [Ohana] estava no aeroporto e, quando
viu o juiz, ele 'vazou'", afirmou Carvalho.
AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
Anônimo
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"Há veementes indícios de prática crimes eleitorais", disse
à Folha o delegado da PF Antônio Carvalho.
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O autor da fotografia que mostra o
dinheiro apreendido cedeu a imagem à reportagem sob a condição de não ser
identificado.
Ontem, um empresário da cidade que se
identificou à polícia como dono do dinheiro, cerca de R$ 1,1 milhão, disse que
parte desse recurso seria destinado a um partido político, mas não disse qual.
Segundo João Vicente, proprietário da
empresa White Tratores, o dinheiro apreendido tem origem legal e seria usado,
principalmente, para pagamento de funcionários.
"Aqui em Parauapebas o pessoal
está doido atrás de dinheiro [para campanhas]. Houve pessoas que me procuraram
pedindo."
O empresário não quis detalhar os
pedidos e disse apenas que tem sido assediado.
"Não foi só uma pessoa que estava
me procurando, então não quero fazer acusações."
A advogada da empresa, Betânia
Viveiros, porém, havia dito que o dinheiro seria usado para "pagamentos de
funcionários e credores".
A coordenação da campanha de Couto
disse não saber se Alex Ohana estava no aeroporto e afirmou que vincular a
presença dele à apreensão do dinheiro é apenas uma "especulação
forte", pois a movimentação de pessoas é intensa no local.
Colaboraram DANIEL
CARVALHO e REYNALDO TUROLLO JR, de São Paulo
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