Todo mundo já ouviu meia dúzia de histórias de gênios que saem
de garrafas. Duda Mendonça, mago da marquetagem política, parecia ser um caso
raro de gênio que volta voluntariamente para dentro da garrafa. Pilhado no
escândalo do mensalão recebendo uma valeriana de R$ 10,5 milhões numa conta secreta
nas Bahamas, Duda confessou o mau passo numa CPI, pagou os impostos sonegados,
safou-se no julgamento do mensalão, tomou distância do petismo, virou fumaça e
sumiu.
Quando se imaginava que
Duda estivesse abaixo do nível do gargalho, ele ressurge em cena na pele de um
gênio reincidente. Em delação premiada, executivos da Odebrecht contaram à
força tarefa da Lava Jato que parte dos R$ 6 milhões que Michel Temer mandou
borrifar nas arcas eleitorais de Paulo Skaf, candidato derrotado do PMDB ao
governo de São Paulo em 2014, foi destinada a Duda numa conta no exterior. A
novidade foi relatada em notícia veiculada nas página de Veja.
No mensalão, Duda
safara-se dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas porque
conseguiu convencer o Supremo Tribunal Federal de que não sabia que o dinheiro
que recebia de Marcos Valério era sujo. No petrolão, a lorota perdeu o prazo de
validade. Depois de assistir à estadia de seis meses do ex-pupilo João Santana
na hospedaria da PF’s
Inn de Curitiba, Duda
apressou-se em oferecer ao Ministério Público Federal o suor do seu dedo-duro. Por ora, não colou. A delação da Odebrecht chegou antes. E o
gênio talvez tenha de passar uma temporada em local menos confortável do que a
garrafa.
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