Imagem: AFP / Eitan Abramovich |
O presidente argentino, Mauricio Macri, qualificou nesta
quarta-feira de irresponsável a aliança da oposição no Congresso a favor de um
projeto de lei que reduz um imposto sobre os salários, o que agrava o déficit
fiscal.
"A irresponsabilidade que observamos ontem não é o
caminho", disse Macri em entrevista coletiva na cidade de Mendoza, em sua
primeira reação à votação na Câmara dos Deputados que uniu distintos blocos
opositores e foi considerada sua derrota política mais severa desde que chegou
ao poder, em dezembro de 2015.
O projeto será apreciado na próxima semana no Senado,
onde o governo espera alterá-lo para evitar o alto custo político de um veto
presidencial.
Um amplo arco opositor, que incluiu as distintas correntes
do movimento peronista e do kirchnerismo, aprovou na terça-feira o texto por
140 votos a 86, e sete abstenções.
"É preciso ser responsável com o gasto público e
trabalhar em grupo, sem demagogia", disse Macri ao exortar os senadores a
barrar a proposta.
A nova medida prevê o pagamento de impostos para os
cidadãos solteiros com salários acima de 34.500 pesos e aos casados com dois
filhos que ganhem mais de 44 mil pesos.
O governo propunha um incremento de 15% na faixa de
isenção, e a proposta da oposição eleva isto a 40%, com atualização automática
tributando os 10% da população com maior renda.
Para cobrir a queda na arrecadação com a redução do
imposto sobre os salários, a lei restabelece o imposto sobre as empresas de
mineração (eliminado por Macri ao assumir a Presidência), maior tributação aos
jogos de azar e à renda financeira.
"Os trabalhadores que vinham pagando um imposto
injusto vão encontrar uma iniciativa de deputados responsável", disse a
deputada Graciela Camaño.
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