O deputado Hugo Motta, que tem se
notabilizado pelo trabalho à frente da CPI da Petrobrás, além de assumir uma
posição de vanguarda dentro do seu partido defendendo a candidatura própria a
presidente em 2018, enfileira entre os peemedebistas que têm postura crítica em
relação ao PT. Em sua entrevista a Joice Hasselmann, da TV Veja, ele dispara:
“O Brasil não é do PT.”
Segundo Motta, “o PMDB será sempre a favor da
governabilidade, mas sem ser subserviente, se nós tivéssemos disso ouvidos
desde o início, talvez o País não estivesse afogado da maneira que está numa
crise econômica jamais vista…” E pontua sobre a relação com os petistas: “O PT
só lembra do PMDB na hora de carregar o fardo, o PT não escuta o PMDB na hora
de tomar as decisões.”
Então, entende que “o partido deve ter um projeto próprio de
candidatura à Presidência da República, porque estendemos que temos quadros.”
Citou nomes: “Eduardo (Cunha) pelo seu trabalho à frente da Câmara dos
Deputados e ter vencido uma eleição contra o Governo, figura sim como um dos
nomes nacionais que o PMDB, mas nós temos o prefeito do Rio de Janeiro, o
Eduardo Paes.”
EXUMAÇÃO: O
presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), anunciou na
reunião desta quinta-feira (21) que adiou a decisão de apresentar um
requerimento pedindo a exumação do corpo do ex-deputado do PP José Janene. Ele
disse que, antes, analisará documentos que a família se comprometeu a enviar à
CPI.
Segundo as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia
Federal (PF), Janene foi um dos operadores do esquema de corrupção que atuava
na Petrobras. Ele morreu de infarto em setembro de 2010.Na quarta-feira, Motta
disse que faria o pedido de exumação, e justificou alegando que havia recebido
informações de que Janene estaria vivo, na América Central.
Após a declaração, o presidente da CPI foi procurado pela
filha do ex-deputado, Daniele Janene, e pelo advogado da viúva, Stael Fernanda
Janene. Ambos, segundo o deputado, pediram o adiamento do requerimento de
exumação e se comprometara a apresentar documentos que comprovam a morte do
ex-líder do PP.
“Em atenção à família, não irei apresentar o requerimento
[com pedido de exumação]. Vamos aguardar a documentação chegar”, disse Motta.
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“Eu avisei a ela [Daniele Janene] que já havíamos decidido
por fazer o requerimento. Ela me pediu que aguardasse, que a gente pudesse
primeiro analisar a documentação, para que pedido fosse feito”, continuou o
presidente da CPI.
Em conversa com jornalistas, Motta defendeu sua atitude no
dia anterior, quando disse que pediria a exumação. “O que cabia a este
presidente era agir da forma que agimos, trazendo discussão para plenário da
CPI. Nós iremos analisar essa documentação”, afirmou. “A CPI segue seu foco.
Não vamos recuar de posicionamento de avançarmos sempre, doa a quem doer.”
Viúva
Para a viúva de Janene, Stael Janene, a possibilidade da
exumação é um "absurdo".
Em nota publicada em seu perfil no Facebook, Stael disse
estar “estarrecida” com o que foi mencionado. “Em momento algum procurei ou fui
procurada por qualquer deputado dizendo o que colocaram em minha boca,
principalmente no que tange a respeito de minha suposta desconfiança sobre a
morte do pai de meus filhos”, escreveu na nota.
Acusações
O ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo
Roberto Costa afirmou à Justiça Federal que ele foi indicado para o cargo de
alto escalão da estatal pelo PP. Segundo Costa, um dos delatores da Lava Jato,
Janene teve influência na sua escolha para a diretoria.
Paulo Roberto Costa explicou ao juiz federal que, até 2008,
era Janene quem operava a fatia da propina que cabia ao PP. Segundo ele, a
legenda ficava com um terço do valor dos contratos fechados pela diretoria de
Refino e Abastecimento, que ele comandava. Os outros dois terços, relatou o
ex-dirigente, eram repassados ao PT. Após a morte de Janene, Youssef passou a
operar a propina do PP, informou Costa.
PB Agora