Pilhados na operação Lava Jato, executivos de empreiteiras
discutem reservadamente com advogados a hipótese de identificar o que chamam de
verdadeiros mentores e grandes beneficiários da corrupção na Petrobras. Dizem
ter provas capazes de acomodar no centro do escândalo Lula e Dilma Rousseff.
Em notícia veiculada
na última edição de Veja, os repórteres Rodrigo Rangel, Robson Bonin e
Bela Megaele relatam detalhes de uma conversa ocorrida há duas semanas na
carceragem da PF em Curitiba. Envolveu quatro executivos presos da OAS com seus
advogados. O presidente da construtora, Léo Pinheiro, e os executivos Mateus
Coutinho, Agenor Medeiros e José Ricardo Breghirolli discutiram os
desdobramentos do caso do petrolão.
Frustradas todas
as tentativas de deixar a cadeia ou de desmoralizar as investigações, os
detentos ilustres cogitam colaborar com a Justiça em troca de redução das
penas. A certa altura, Agenor Medeiros, diretor Internacional da OAS,
desabafou: “Se tiver de morrer aqui dentro, não morro sozinho”.
Num eventual
acordo de delação, os empreiteiros terão de apresentar dados ainda ignorados
pelos investigadores da Lava Jato. “Vocês acham que eu ia atrás desses caras
[os políticos] para oferecer grana a eles?”, disse Léo Pinheiro, o presidente
da OAS. Ele se queixa de ter sido abandonado por Lula, de quem se considera
amigo.
O grupo decidiu
que, se prosperar a ideia de firmar acordo com a Justiça, o delator será José
Ricardo Breghirolli, responsável na OAS pelos pagamentos de propina a políticos
e partidos.
Outro
empreiteiro que coça a língua é o dono da UTC, Ricardo Pessoa, apontado como
coordenador do cartel da petrorroubalheira. Em privado, ele conta que, a oito
dias do segundo turno da disputa presidencial de 2014, reuniu-se em São Paulo
com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Tentava obter um financiamento
bancário. Segundo a versão de Pessoa, Coutinho disse que ele seria procurado
pelo tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva.
Edinho não
tardou a fazer contato. Pediu uma doação para o comitê eleitoral de Dilma.
Ouvido, Luciano Coutinho confirmou a reunião com o empreiteiro. Mas negou que
tenha mencionado o nome do gestor do caixa da campanha petista. Depois da
conversa com Edinho, o dono da UTC borrifou mais R$ 3,5 milhões na caixa
registradora do comitê de Dilma e nas arcas do diretório do PT. A cifra
somou-se aos R$ 14,5 milhões que a empresa já havia doado no primeiro turno.
Fonte: http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/
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