Dez meses depois do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS),
que deixou 242 mortos e 116 feridos, as consequências da tragédia serão
debatidas por representantes do poder público, parentes das vítimas e outros
convidados, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH),
na segunda-feira (2).
Considerado o segundo maior incêndio no Brasil em número de
vítimas, o acidente foi causado pelo uso de um sinalizador aceso dentro da casa
noturna. A imprudência e as más condições de segurança foram apontadas como as
principais causas da morte de centenas de jovens estudantes na madrugada de 27
de janeiro de 2013.
O inquérito policial chegou a indiciar 17 pessoas por homicídio
doloso, homicídio culposo e fraude processual. Entre elas os sócios da boate,
os músicos da banda - que se apresentou naquela noite e fez uso do sinalizador
- e autoridades municipais. O Ministério Público, por sua vez, denunciou oito
pessoas.
Audiência
Um dos participantes da audiência pública, Sérgio da Silva, representante da Associação dos
Familiares das Vítimas e Sobreviventes da boate Kiss, informou que uma comitiva
irá a Brasília pedir apoio da CDH no acompanhamento dos desdobramentos do caso
na Justiça. Eles reclamam que diversas entidades, que apoiavam as famílias, abandonaram
o caso. Também vão sugerir a criação de um banco de antídotos para o cianeto no
Brasil. Na época do acidente, o Ministério da Saúde teve que solicitar
apoio do governo americano para a doação de kits do medicamento Hidroxicobalamina
(vitamina B12 injetável), indicado para o tratamento de intoxicação por cianeto
- gás tóxico - ao sistema respiratório. A maior parte das vítimas morreu em
razão da intoxicação pelo gás, que rapidamente tomou a boate.
Os outros convidados para o debate são Paulo de Tarso
Monteiro Abrahão, coordenador-Geral da Força Nacional do SUS do Ministério da
Saúde; Luis Antonio Camargo de Melo, procurador-geral do Trabalho do
Ministério Público do Trabalho; Adherbal Alves Ferreira, presidente da
Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia na Boate
Kiss; Alex Monaiar, coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes
da Universidade Federal de Santa Maria (RS); além de representantes
do Ministério da Justiça e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
da República.
Resultado de requerimento do senador gaúcho Paulo Paim (PT), a
audiência pública será às 9h, na sala 2 da Ala Senador Nilo coelho. O
debate terá caráter interativo com a possibilidade da participação popular
por meio do Portal e-Cidadania (http://bit.ly/CDHBoateKiss) e do Alô
Senado (08000 6122 11).
Fonte: Agencia Senado