A motivação de alguns grupos em se reunir e congregar é
importantíssima, pois, a “união faz a força”, e juntos os indivíduos conseguem
quórum para decisões importantes na vida dos seus membros. A soma de um grupo
dá força e poder para realizações e destaque para suas atividades.
Então, logo após preencher fichas de filiação e enviar documentos os indivíduos
já estão associados. Mas, com o passar do tempo, pouquíssimas agremiações,
sindicatos, associações e conselhos de diversos segmentos no Brasil enviam
informativos, não atualizam seus sites e devolvem quase nada aos seus filiados
em serviços e produtos que os membros necessitam ou que foram buscar ao se
associar. O que ocorre é que simplesmente mandam seus boletos ou mensagens no
WhatsApp para pagamento da próxima anuidade. Isso é realmente ruim. E faz com
que haja uma saída de muitos associados no ano seguinte.
É óbvio que este artigo é uma crítica às péssimas associações e conselhos de
classe que não atuam com seriedade e profissionalismo. É claro que esta crítica
é para os sindicatos e agremiações que se tornaram "cabides de
emprego" para um grupo de homens e mulheres indolentes. Cada um saberá
onde o sapato aperta ao ler este artigo.
O trabalho ético de algumas associações e conselhos de contribuir socialmente
fica apenas no papel, na troca de opiniões ou no site e nada mais é feito.
Alguns representantes destas associações ainda ficam irritados, quando são
chamados à atenção sobre estes pontos. E quando muito, enviam um pequeno
boletim informativo eletrônico ou uma pequena e insignificante alteração no
site e nada mais.
As mensalidades ou anuidades cobradas deveriam ser convertidas em livros,
revistas, cursos, convênios e outros bônus, como palestras, por exemplo, aos
seus membros associados. Anualmente um encontro poderia ser organizado, onde
todos associados podem acrescer um simbólico valor para realizar um jantar
beneficente ou coisa do gênero. Poderiam ser criados também clubes ou
confrarias pelas próprias associações ou conselhos para produzir outros e
melhores e benefícios aos filiados. Mas raramente isso acontece.
Além do mais, alguns presidentes dizem que suas associações, grêmios,
sindicatos e conselhos são sem fins de lucro. Mas suas arrecadações comumente
vão para os bolsos de seus presidentes, diretores ou membros da diretoria que
locupletam com as contribuições dos outros e desfrutam de vidas abastadas.
Outras associações, porém, vivem na maior penúria por não terem competência
administrativa e por não saberem lidar com a energia do dinheiro.
Precisamos entender que o verdadeiro papel de uma associação ou de um conselho
é gerar uma forma nobre de afirmar valores e a cidadania em razão direta de seu
objeto social. Para isso, as pessoas se reúnem para formar grupos
profissionais, zelar pela conduta, defender suas profissões, agrupar membros
ex-combatentes, promover iniciativas para a cidade e os bairros, defender a
ecologia e o meio ambiente, associar policiais, fazer beneficência, fundar uma
associação para idosos etc.
Algumas pesquisas encomendadas já avaliaram o grau de satisfação dos membros
filiados de diversas associações, agremiações, sindicatos e conselhos em
Curitiba, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A conclusão é que
falta para muitas associações e conselhos o espírito de empreendedorismo, a participação
dos projetos e o associativismo. Apela-se para uma união maior, mas o que
interessa mesmo é a captação maior de membros para aumentar a receita.
Algumas entidades de classe no Paraná alcançam em torno de 20.000 profissionais
chegando a captar um valor expressivo de R$ 5 milhões/ano, isto é, uma renda
mensal de quase R$ 420 mil. Outras muito mais modestas chegam apenas a 1%, isto
é, 200 associados com arrecadação modesta de R$ 50 mil/ano e uma renda mensal
de apenas R$ 4 mil. Com uma diferença brutal de R$ 4.900 milhões, uma
associação assim poderia fazer cursos gratuitos para todos os seus
profissionais, oferecer uma sede própria para receber seus associados, publicar
uma revista informativa, realizar reuniões periódicas, almoços mensais e cafés
da manhã com seu presidente entre outras coisas.
Segundo estudos, os benefícios que uma associação pode gerar em benefício de
seus membros só surtem o efeito desejado quando alinhados com os interesses dos
mesmos e com a gestão de pessoas competentes no comando, e nunca com pessoas
sem preparo e indolentes.
Precisamos urgente mudar este cenário. Mas antes de tudo, precisamos de uma
reforma completa em nosso país, mais respeito com o cidadão e mais honra, ética
e comprometimento com tudo o que fazemos. Um abraço a todos. Obrigado!
(Uberto Afonso Albuquerque da Gama - Possui graduações em Filosofia e Teologia.
Psicanalista na CLÍNICA VIDYA LTDA - Atua também como professor, jornalista,
educador, e editor-chefe da Revista Vidya News).
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