O juiz federal Sérgio Moro disse hoje (24) que há
indícios de que o pecuarista José Carlos Bumlai, preso hoje na 21ª fase da
Operação Lava Jato, usou o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para
obter vantagens. A declaração consta do despacho no qual Moro determinou a
prisão do empresário, que é amigo do ex-presidente.
Na decisão, o juiz também afirmou que não há provas de
que o ex-presidente tenha envolvimento nos fatos investigados pela Polícia
Federal. O suposto uso do nome de Lula foi um dos motivos usados por Moro para
justificar a prisão do empresário.
“Não há nenhuma prova de que o ex-presidente da República
estivesse de fato envolvido nesses ilícitos, mas o comportamento recorrente do
investigado José Carlos Bumlai levanta o natural receio de que o mesmo nome
seja de alguma maneira, mas indevidamente, invocado para obstruir ou para
interferir na investigação ou na instrução. Fatos da espécie teriam o potencial
de causar danos não só ao processo, mas também à reputação do ex-presidente, sendo
necessária a preventiva para impedir ambos os riscos”, justificou Moro.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Bumlai
usou contratos firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco
Schahin.
Segundo o procurador da República Diogo Mattos,
depoimentos de investigados que assinaram acordos de delação premiada, o
empréstimo se destinava ao Partido dos Trabalhadores (PT) e foi pago mediante a
contratação da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da
Petrobras, em 2009.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o PT informou que
não iria se manifestar sobre a prisão do empresário e pecuarista José Carlos
Bumlai. O Instituto Lula disse que também não iria se pronunciar. A reportagem
da Agência Brasil ligou no escritório do advogado do pecuarista,
Arnaldo Malheiros Filho, mas ainda não teve retorno.
O Banco Schahin foi vendido para o BMG em 2011, após o
fato investigado pela PF. Dessa forma, o BMG informou, por meio de assessoria,
que não irá se pronunciar sobre a operação. A página do grupo Schahin na
internet está em manutenção e a reportagem não conseguiu contato com
representante do grupo.
Fonte: Agencia Brasil
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