Imagem: Internet/Reprodução |
Cada
vez mais me espanto com certos discursos que escuto no meu dia a dia. Ao ouvir
os mesmos não sei se intitulo de “inocência”, indignação seletiva, falta de
caráter ou hipocrisia mesmo. Se bem que ambos os conceitos se encaixam.
Vejo
discursos onde se vê a indignação de algumas pessoas ao ver certo político ou
grupo político envolvido em corrupção, discurso esse que é até plausível. Mas
na verdade o discurso de indignação é usado pelo simples fato de não simpatizar
com o político ou do partido que está envolvido na corrupção. Pois quando é o
inverso (simpatiza com o político ou o partido) tudo é tolerado, usa uma “bela
desculpa”: mas todos fazem isso. Isso quando não usa o discurso do pelo menos:
pelos menos beneficiou um grupo de pessoas, onde o autor do discurso se inclui
entre os beneficiados, pelo menos fez isso, pelo menos fez aquilo e assim vai.
Não
tem a mínima decência de reconhecer que defende sim a ideologia partidária.
Constantemente
ouço uma frase incrível, onde a quem fala essa frase deveria admitir que se
tratasse de um mau-caráter mesmo. A frase é: “O PT foi besta ao deixar ser
investigado”. Ou seja, deveria continuar roubando. Mas esse tipo de pessoa é a primeira a ficar
“indignada” com a corrupção do PSDB.
Também
já presenciei a mesma pessoa criticando um salário de juízes, sempre revoltado.
Detalhe: o juiz estudou e muito para chegar até lá. E os mesmos que criticam o
salário de juiz defendem a volta de um sindicalista ao poder, um individuo que
viveu de fazer greves, nunca trabalhou, mas sempre usou o rótulo de “trabalhador”.
Outra
coisa que é bem incoerente é ver a “revolta desses moralistas” quando se ver um
governo tomando medidas impopulares. Aceitam sem problema nenhum o argumento do
partido o qual tem a simpatia, mas se outro partido usar o mesmo argumento com
medidas parecidas, afirma que é mentira e afirma que os dados apresentados são
manipulados.
Vi
certa revolta devido a afirmação
de Temer onde ele defende o estudo no aumento da alíquota do IR, mas será
que esse “revoltado” usou o mesmo discurso quando o a bancada do seu partido
amado votou a
favor da manutenção da CPFM? Na época a CPMF foi rejeitada, mas em
compensação veio o IOF.
Mas como o que vale no Brasil é a filiação partidária, com certeza passou e os
discursos de indignação não foram usados.
Algumas
pessoas devem lembrar das MP’s
664 e 665, onde passaram sem problemas nenhum, sem nenhuma discurso contra,
me refiro aos “representantes dos trabalhadores” . Tudo pelo fato da filiação
partidária de quem sancionou.
Mas
quanto à reforma
trabalhista de 2017, “os representantes dos trabalhadores” estão
organizando até abaixo assinado para a mesma ser revogada. Deveriam ter a
decência de falar que na verdade o problema não é a reforma em si, mas a
filiação partidária de quem propôs, pois se calaram diante das MP’s 664 e 665.
Há
uns dias atrás vi uma postagem no Facebook onde eu poderia até curtir e até
mesmo concordar, mas partindo de quem partiu não pude dar crédito. Pois a
postagem afirmava: “Se o Brasil fosse um País sério Temer estaria preso”.
Concordo, mas não só ele, também Aécio, Lula, Renan Calheiros e os demais
outros políticos envolvidos em corrupção. Mas pelo que se percebeu em relação a
essa postagem é a insatisfação com a pessoa do Temer, pois se trata de um
“golpista”.
Outro
dia uma pessoa me enviou a seguinte citação bíblica: Quando os justos governam,
alegra-se o povo; mas quando o ímpio domina, o povo geme. (Pv 29:2). Concordo
com a citação, agora falta a pessoa que me enviou esse versículo também
concordar, pois dias depois ele me enviou um vídeo elogiando um político que
está envolvido em corrupção e foi citado em diversas delações premiadas. Pergunto:
O que é ser justo para essa pessoa? Pois em seus gestos e atitudes sempre
demonstrou indignação, mas seletiva. Onde o mesmo sempre tolera a corrupção de
quem ele tem simpatia política e fica indignado com a corrupção de quem não
tem.
A
partir desses pequenos exemplos que são comuns vermos no dia a dia, chego à
conclusão que não existe nada de indignação com a corrupção ou atos de
políticos e sim a filiação partidária de quem comete.
Joabson
João
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